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Eu amo escrever. Escrevo porque às vezes não cabe tudo aqui dentro. Porque há sentimentos que só se organizam quando viram palavras, e pensamentos que só fazem sentido quando dançam na página. Amo também olhar o céu e talvez isso diga tudo. Há quem olhe o céu para prever o tempo, eu olho para prever a mim mesma. Há algo em observar as nuvens, as estrelas ou o silêncio azul que me faz lembrar que existe poesia mesmo nos dias comuns. Este blog nasce desse encontro: entre a escrita e o céu. Vai ser um espaço para dividir pensamentos, contar histórias, guardar pedaços de mim e talvez, de você também, que me lê agora. Obrigada por estar aqui. Que você se sinta à vontade. Que cada texto seja como uma janela aberta, onde o vento entra leve e, quem sabe, traz um pouco de luz também

✿Amor sempre....

✿Amor sempre....
Caminho entre flores. O chão continuará pra nós com outras paisagens. Sou o que sou, porque é tudo que sei ser. E todo meu olhar escrito que você nunca aprendeu a ler, permanecerá no descaso para quem não compreende.

06 outubro, 2025

Raízes e asas

Aleatoriamente um toque de poesia


Ando na correria  e que delícia dizer isso com um sorriso. Os dias têm se enchido de compromissos, de prazos, de agendas quase sem tempo… mas, no fundo, é justamente esse ritmo que me revela: estou vivendo aquilo que sempre sonhei.

Projetos nascem, se ampliam, ganham forma diante dos meus olhos. É como se a menina que fui, com seus cadernos cheios de rabiscos e desejos, agora estivesse de mãos dadas comigo, assistindo às conquistas que brotam no presente.

É verdade que o corpo se cansa, que às vezes a noite parece curta demais para tantas tarefas. Mas o coração pulsa em outra cadência: a da felicidade de ver a vida tomando a direção que um dia imaginei.

Sempre pensei que os idosos merecem todo o nosso respeito. Eles carregam no olhar e nas mãos a sabedoria que o tempo deixou, e quando paramos para escutá-los, descobrimos tesouros escondidos em suas histórias. São como bibliotecas vivas, e não há futuro digno se não soubermos reverenciar quem já caminhou tanto antes de nós.

E as crianças? Ah, as crianças… Precisamos manter acesa a chama da atenção com elas, porque nelas repousa o amanhã que ainda não sabemos decifrar. Quando nos damos tempo para brincar, ensinar e sobretudo aprender com seus olhos curiosos, é como se também renovássemos em nós a coragem de sonhar.

Respeitar os idosos é cuidar das nossas raízes. Cuidar das crianças é proteger as nossas asas. Entre raízes e asas, caminhamos nós, adultos, tentando equilibrar a pressa do presente com a herança do passado e a promessa do futuro.

Talvez seja isso que a vida me ensina nesse tempo de realizações: meus sonhos de menina estão se cumprindo, mas só fazem sentido porque sei de onde vim e porque acredito no que ainda virá.



Fernanda

Que minhas raízes me mantenham firme e 
minhas asas me lembrem sempre de voar, com a graça de Deus !

10 comentários:

  1. Todos os sonhos se realizando, ainda que com muito trabalho e atividades, mas a boa sensação de dever cumprido faz um bem enorme! E os idosos da casa cuidam com alegria da criançada! beijos praianos, chica

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    1. Aproveitando as palavras da Chica sim, os sonhos vão se realizando, um a um, entre tanto trabalho e correria quero deixar bem claro: estou sempre presente. Mesmo quando viajo, mesmo quando o dia corre apressado, minhas crianças estão sendo muito bem cuidadas. Nenhuma fica com meus pais ou avós; cada uma segue sua rotina, estudando, crescendo, descobrindo o mundo e eu ali, por perto, em presença, telefone sempre como quem vela um jardim florido.

      O menorzinho vem comigo, sempre. Fica com a babá no mesmo lugar onde estou, brincando, desenhando, aprendendo a existir no meio da vida real. Gosto de acompanhar de perto, de estar por inteiro. Sou dessas mães que marcam presença com o olhar, com o toque, com o amor que não delega, o amor que se entrega, mesmo cansada.

      Porque cuidar, pra mim, é verbo de presença. É estar. É acompanhar o crescimento com o coração desperto e as mãos atentas. É ensinar o caminho sem soltar o laço do afeto.

      E no fim do dia, quando o silêncio chega e as luzes se apagam, o que me acalma é essa certeza mansa: eles nunca estiveram sozinhos.

      Os únicos idosos da casa são os bisos e as bisas cada um com sua rotina, sua liberdade e alegria. Fazem as atividades deles, cheios de vida: natação, yoga, dança, encontros com amigos. São presença firme e amorosa, mas nunca interferem. Sabem estar por perto sem invadir, como árvores antigas que oferecem sombra, mas deixam o sol passar.

      Vivemos assim: cada geração no seu ritmo, unidas pelo afeto e pelo respeito. As crianças crescendo sob olhos atentos e corações tranquilos; os mais velhos vivendo a própria colheita com leveza; e eu, no meio, tentando equilibrar o amor e o dever, a correria e a gratidão.

      Talvez seja isso o sentido de Raízes e Asas: permanecer perto, mas permitir que cada um voe no seu tempo com liberdade, confiança e amor.🥰 🙏🏻

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  2. Nunca desistas dos teus sonhos querida Fernanda! Quanto mais distante o sonho estiver, maior deverá o empolgamento, a devoção, até que a convicção se transforme em realidade! E, pelo que já conheço de ti, vejo que tu não és mulher para desistir!. Os sonhos... estão lá todos, só precisamos de descobrir o caminho para lá chegar e lutar por eles com toda a alma!
    Vou contar-te uma coisa:
    Na casa de meus pais, (já falecidos) havia um velho piano que era tocado lindamente pela minha mãe. Um dia sonhei que havia de tocar como ela. Fui para uma escola de música, mas ao fim de três aulas deixei de ir. Não gostava de aprender solfejo. A minha mãe, não dispunha de tempo nem saúde para me ensinar. A partir desse momento jurei que havia de tocar piano como ela. Então pedia para ela tocar para mim. Enquanto ele tocava, eu olhava atentamente para as suas mãos para descobrir como se conseguiam aquelas belas melodias. Deixei de sair com os meus amigos, e passava horas sentado desvendar sons. Entretanto... minha mãe foi para o Céu. E aí cresceu ainda mais a minha vontade de aprender. A verdade é que consegui!... devia ter 17 ou 18 anos quando toquei pela primeira vez em público. Sei tocar piano... mas não sei ler música. Conheço apenas os sons... e isso me permite tocar belas sonatas e até as mais complexas composições!
    Quando o piano lá de casa ""morreu" de tão antigo, poucas vezes voltei a tocar.
    Há alguns anos que não toco... talvez tenha perdido a destreza... mas qualquer dia compro um piano para me devertir.

    Um grande abraço para ti Fernanda!

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    1. Boa tarde Albino

      que história linda emocionou-me ler como persististe até fazer do sonho realidade.
      Fiquei tocada pela imagem das mãos da tua mãe e pela música que ficou em ti: essa memória é um tesouro que o tempo não apaga.
      Quem sabe um dia não compras esse piano e voltas a brincar com as notas? Seria uma alegria.

      Um abraço 🙏🏻

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  3. Olá Fernana.
    Disse tudo minha amiga!
    Temos que zelar e saber lidar em todos os momentos de nossa e da vida dos outros.
    Quando somos crianças, sonhamos, e como é bom depois de adultos, podermos dar forma a esses sonhos.
    Isso exige de nós?
    Exige.
    Mas tudo na vida é assim.
    Fico feliz em ver que você está prosperando.

    Um abração!

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    1. Andre,

      obrigada você disse tudo.
      Zelar e aprender a lidar com a própria vida
      (e a dos outros) exige trabalho, paciência e ternura e é nessa luta cotidiana que os sonhos ganham forma. Fico feliz por ter sua torcida ao meu lado.

      Um abração,🙏🏻

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  4. Boa noite de Paz, querida amiga Fernanda!
    Ambas confiamos na Graça de Deus. Sem ela, o que seria de nós?
    Minhas raizes se foram...
    Só uma ainda se mantém de pé...
    Meu idoso unico e favorito.
    Também estou recebendo compromissos vários e, de repente, me vejo com responsabilidades.
    Entendo o que você diz e sente.
    Deus abençoe sua vida, sua mente e seus compromissos.
    Tenha uma nova semana abençoada e feliz!
    Beijinhos fraternos

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    1. Querida Roselia,

      sim, é a Graça de Deus que nos sustenta quando tudo parece se mover debaixo dos nossos pés.
      Sem ela, seríamos puro desalento mas com ela, seguimos firmes, mesmo quando as raízes se tornam poucas e o solo parece árido. Entendo bem o que você sente… há fases em que os compromissos se multiplicam e o coração precisa de silêncio para se reorganizar. Mas o amor de Deus permanece é nele que reencontramos o equilíbrio e a paz. Obrigada por suas palavras tão cheias de ternura. Que o seu idoso querido continue amparado e que a nova semana traga leveza e fé.

      Beijinhos com carinho e bênçãos,🙏🏻😘

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  5. Presente, passado e futuro. Às vezes, o passado nos prende, nos impede de viver como deveríamos. O futuro, como saber, por que temer em demasia? O presente é o que temos. Que o passado nos sirva como modelo, exemplo, aprendizado. Que possamos viver o presente de maneira a poder nos organizar para nosso futuro tranquilo, sereno. É isso.

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    1. Fabiano,

      O passado realmente ensina, mas não deve aprisionar; o futuro inspira, mas não pode nos paralisar.
      É no presente nesse instante que respira e passa que a vida acontece de fato.
      Como você disse, é nele que semeamos serenidade para o que virá.
      Gostei muito da sua reflexão: simples, lúcida e cheia de sabedoria do tempo. Obrigada por somar com tanta clareza.

      Abraço com carinho,🙏🏻

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depois que a letra nasce
não há silêncio
há um choro que só eu ouço
e um medo que ninguém vê
o medo de mostrar demais
de sangrar diante de estranhos
de ser lida com desdém
ou pior: com pressa
porque parir palavras
é também deixar o peito aberto
num mundo que não sabe lidar
com quem sente fundo
a escrita respira fora de mim
e eu, nua, assisto
alguns dizem que é lindo
outros nem leem até o fim
há quem tente vestir meu poema
com a própria assinatura
como se dor fosse transferível
como se parto tivesse atalho
e é aí que mais dói
quando roubam o nome da minha filha
e fingem que nasceu de outra boca
quando arrancam o umbigo do texto
e dizem: “isso é meu”
não é
eu sei cada madrugada que ela levou
cada perda que empurrou esse verso
cada lágrima que virou frase
não quero aplauso
mas exijo respeito
porque minha escrita
anda no mundo com meu rosto
meus olhos, minha história
e quando alguém a toma como se fosse nada
está me dizendo:
“você também é nada”
mas eu sou tudo
o que ninguém teve coragem de escrever
e continuo parindo
mesmo ferida
porque escrever é a única forma
que conheço de sobreviver
(Fernanda)