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Eu amo escrever. Escrevo porque às vezes não cabe tudo aqui dentro. Porque há sentimentos que só se organizam quando viram palavras, e pensamentos que só fazem sentido quando dançam na página. Amo também olhar o céu e talvez isso diga tudo. Há quem olhe o céu para prever o tempo, eu olho para prever a mim mesma. Há algo em observar as nuvens, as estrelas ou o silêncio azul que me faz lembrar que existe poesia mesmo nos dias comuns. Este blog nasce desse encontro: entre a escrita e o céu. Vai ser um espaço para dividir pensamentos, contar histórias, guardar pedaços de mim e talvez, de você também, que me lê agora. Obrigada por estar aqui. Que você se sinta à vontade. Que cada texto seja como uma janela aberta, onde o vento entra leve e, quem sabe, traz um pouco de luz também

✿Amor sempre....

✿Amor sempre....
Caminho entre flores. O chão continuará pra nós com outras paisagens. Sou o que sou, porque é tudo que sei ser. E todo meu olhar escrito que você nunca aprendeu a ler, permanecerá no descaso para quem não compreende.

05 novembro, 2025

Raízes de Aprendizado

Aleatoriamente um toque de poesia



Sempre digo à minha filha adolescente e não só a ela, mas a turminha toda: estudem.
Não é só sobre notas, provas ou diplomas; é sobre abrir portas, descobrir caminhos, conhecer o mundo e, principalmente, a si mesmos.

Estudar é aprender a pensar, questionar, transformar ideias em ação. É ferramenta para construir sonhos, escudo para enfrentar desafios e bússola para não se perder no caminho.

E digo mais: estudar é um ato de amor-próprio. Cada livro lido, cada conceito compreendido, cada esforço feito é um passo para se tornar alguém maior não maior em tamanho, mas maior em visão, em liberdade, em capacidade de escolher e criar a própria história.

Eu não tive quem me orientasse de fora, mas sei que o Pai maior me conduzia nisto. Porque o que eu me esforcei para aprender eu nem consigo escrever muito sem chorar um mar. Passei por tantos desafios para estudar. Ia descalça para a escola e isso era motivo de gargalhadas daquela  turminha da minha idade. No começo, eu ia sem saber que precisava de registros, digo documentos, enfim. Então logo era convidada a me retirar da sala porque não tinha sido "matriculada", precisava de um responsável para me ajudar  e eu não tinha.

Mesmo assim, não desisti. Aprendi a buscar caminhos sozinha, a observar, a escutar mais do que falava, a anotar mentalmente cada detalhe. Cada dificuldade era um obstáculo que parecia maior do que eu, mas que, aos poucos, eu transformava em aprendizado.

Hoje vejo que todas aquelas lágrimas, todos os olhares de reprovação ou de estranhamento, foram lições disfarçadas de força para eu seguir em frente. O esforço que fiz para estudar não foi apenas sobre livros ou cadernos foi sobre resistência, coragem e fé. Cada passo, cada pequeno avanço, cada conquista silenciosa, carregava comigo a certeza de que o Pai maior estava guiando minhas mãos e meu coração.

E é por isso que hoje repito: estudem. Não porque será fácil, mas porque é um ato de amor com a própria vida. Porque aprender é plantar raízes que ninguém poderá arrancar, é escrever na alma uma história que só você pode contar.


 Fernanda

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depois que a letra nasce
não há silêncio
há um choro que só eu ouço
e um medo que ninguém vê
o medo de mostrar demais
de sangrar diante de estranhos
de ser lida com desdém
ou pior: com pressa
porque parir palavras
é também deixar o peito aberto
num mundo que não sabe lidar
com quem sente fundo
a escrita respira fora de mim
e eu, nua, assisto
alguns dizem que é lindo
outros nem leem até o fim
há quem tente vestir meu poema
com a própria assinatura
como se dor fosse transferível
como se parto tivesse atalho
e é aí que mais dói
quando roubam o nome da minha filha
e fingem que nasceu de outra boca
quando arrancam o umbigo do texto
e dizem: “isso é meu”
não é
eu sei cada madrugada que ela levou
cada perda que empurrou esse verso
cada lágrima que virou frase
não quero aplauso
mas exijo respeito
porque minha escrita
anda no mundo com meu rosto
meus olhos, minha história
e quando alguém a toma como se fosse nada
está me dizendo:
“você também é nada”
mas eu sou tudo
o que ninguém teve coragem de escrever
e continuo parindo
mesmo ferida
porque escrever é a única forma
que conheço de sobreviver
(Fernanda)