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Eu amo escrever. Escrevo porque às vezes não cabe tudo aqui dentro. Porque há sentimentos que só se organizam quando viram palavras, e pensamentos que só fazem sentido quando dançam na página. Amo também olhar o céu e talvez isso diga tudo. Há quem olhe o céu para prever o tempo, eu olho para prever a mim mesma. Há algo em observar as nuvens, as estrelas ou o silêncio azul que me faz lembrar que existe poesia mesmo nos dias comuns. Este blog nasce desse encontro: entre a escrita e o céu. Vai ser um espaço para dividir pensamentos, contar histórias, guardar pedaços de mim e talvez, de você também, que me lê agora. Obrigada por estar aqui. Que você se sinta à vontade. Que cada texto seja como uma janela aberta, onde o vento entra leve e, quem sabe, traz um pouco de luz também

✿Amor sempre....

✿Amor sempre....
Caminho entre flores. O chão continuará pra nós com outras paisagens. Sou o que sou, porque é tudo que sei ser. E todo meu olhar escrito que você nunca aprendeu a ler, permanecerá no descaso para quem não compreende.

08 dezembro, 2015

O sonho

 
 
Meu amor,
O futuro é cheio de segredos, que o presente não vislumbra, mas Deus sabe todos os caminhos e os rumos que marcam dois corações num só.
Ontem sonhei contigo, e sonhei com um jardim imenso, e chuva farta.
Uma paisagem linda, e nós caminhado sobre ela.
Por alguns momentos olhávamos apenas para nós, enquanto a chuva caía nos abençoando com seus pingos divinos.
De repente alguém te chamava, alguém que eu não conhecia, parecia precisar de ti.
Pedi que fosse ajudá-la.
Naquele momento, não segui contigo, preferi ficar torcendo para que desse tudo certo, e fiquei esperando ali.

A chuva começou a cair mais forte e muito gelada, e de repente numa distância grande de mim, iam formando blocos de gelo como se fossem Icebergs em todo o caminho que você havia seguido.
Ambos ficamos ilhados, um longe do outro.
Pensei em voltar e pedir ajuda, mas podia não acertar o caminho de volta, então decidi escalar aquele frio inteiro e foi o que fiz. Subi nos blocos de gelo e tentava chegar ao outro lado, onde você estava.
Estava muito cansada, mas já havia conseguido passar por alguns blocos.
 De repente um beija-flor aparece voando por cima do meu ombro, e eu por estar com o corpo cansado de escalar o gelo, já não sentia dores. Comecei a ver os blocos  com distância de mim, imaginei que estivesse sonhando ou coisa parecida, mas um pequeno beija-flor me erguia sobre o gelo e me largava num bosque onde havia muitas borboletas.
Fiquei deslumbrada ao vê-las, então sentei na relva e fiquei tentando entender, como um beija-flor conseguiu me soerguer até ali? O que estava acontecendo? Onde estava Felipe?
Lembro de ficar com muito sono e então deitava na relva e chamava por Deus. Ali o céu estava muito bonito, e o sol banhava ao redor com raios multicoloridos.
Adormeci. E lembro de acordar próximo a um riacho, ali haviam vários caminhos carregados de muitas flores, e apenas um desses caminhos era muito simples e com apenas uma flor de cor branca na entrada.
Uma borboleta pousava em meus dedos e dizia, vá menina escolha um caminho e siga, mas não pense muito apenas siga seu coração.

Levantei e segui a estrada, aquela mais simples.
Perguntei a borboletinha se podia levar aquela flor da entrada, é que a minha havia perdido.
Ela então me respondeu, teu coração deseja isso?
Respondi-lhe que sim acenando a cabeça, então a  peguei e coloquei no meu cabelo, e segui.

Lá na frente encontrei um velhinho, ele estava sentado embaixo de uma árvore com um buquê de flores sobre as pernas.
Me disse: menina vejo que gosta de flores.
Sim senhor, muito.
Que tal então trocar? Te dou estas que contém várias flores, e você me dá essa do seu cabelo.
Não posso senhor.
Por quê?
Não sei dizer, mas sinto que devo ficar com a minha.

Mas com esta poderás fazer um buquê?
Não preciso de um buquê senhor, preciso apenas de uma.
Então ele me fita e pergunta: o que buscas?
Busco Felipe.
Quem é Felipe?
Meu marido, estávamos conversando e de repente ele precisou ajudar alguém, e se foi, mas os blocos de gelo começaram a cair e nos perdemos, então resolvi procurá-lo e por isso estou aqui.
Nesse momento ouvi uma conversa, ao menos parecia ser, segui o rumo da voz, antes me virei para me despedir do senhor e ele já não estava mais lá. Continuei seguindo.
Quando escuto Felipe me chamar, estava deitado no chão e com o buquê de flores sobre a perna.

Perguntei o que havia acontecido. Ele me disse que depois de ter ajudado a senhora, se despediu e voltou. No caminho um bloco de gelo lhe caiu sobre a perna, e ele não conseguia andar, acordava e desmaiava de tanta dor. Mas de repente um senhor lhe apareceu e sentou-se ao seu lado, e pegando o buquê de flores o estendeu sobre sua perna, e a dor passou.
Felipe perguntou se aquilo era alguma magia.
O senhor respondeu que era a magia da humildade e simplicidade.

Então abracei Felipe, e ficamos ali quietos tentando entender aquilo tudo.
De repente sentia a flor mexer no meu cabelo. Então a tirei e ela se transformava numa linda borboleta, e ia direto para o ombro do senhor que curara Felipe.
Ele pegava nossas mãos e dizia.
“Nada precisa de alarde para ser.
A simplicidade e a humildade são luzes que guiam o homem ao seu ideal.
Com elas o amor é mais puro e forte, e vence qualquer obstáculo. Não precisamos de palavras quando há amor no coração, apenas o gesto profere a nobreza do homem. Quando ele aprender isso, já aprendeu a amar, então conhecerá a Deus na mais sublime perfeição.
E será eternamente criança, e caminhará com o pai na essência em grande sintonia.
Nesta linguagem não há segredos, basta apenas aprender. Pode-se encontrar a simplicidade e a humildade, até mesmo no silêncio”.

Acordei e corri a contar o sonho na gravação do meu celular, se não iria perder alguns detalhes, eram 2 da manhã. Não dormi mais, fiquei pensando como foi estranho aquele sonho.
Rezei e pedi que Deus nos protegesse.
Olhei da janela e a lua estava sorrindo.

Orei...
Eu escuto você Deus, na brisa, no canto dos pássaros, no brilho do sol.
Estou aqui agora pedindo que me faça por favor entender o sonho que tive.
As palavras do sonho foram tão bonitas.
Porque sonhei isto Deus?
Já me sinto segura, não tenho medos.
Obrigada!

Fernanda!
Imagem: net


3 comentários:

  1. O amor é lindo, as lembranças são belas e nos confortam a alma.
    Lindos sonhos Fernanda. Estou por aqui com toda fé que Deus não descuida de voce.
    Meu carinhoso abraço amiga, conte comigo.
    Fique com Deus.
    Bju no seu coração.

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  2. Sonhos que nos acordam para sabermos ler a mensagem- dizem- sonhos que guardamos no inconsciente e despertam para nos sacudir.Qual deles, meu anjo? De qualquer forma um sonho numa história com o encanto da tua alma, do teu coração.Mas fica leve, segue a borboleta porque o gelo é frio. Aquece a alma com as flores das recordações para sorrires para as estrelas. Para a Estrela!
    Carinhoso e terno beijinho, meu anjo!

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  3. Olá Fernanda, sei que muitas pessoas não gostam de Natal porque são acometidos das saudades das perdas e eu colecionador delas digo que Natal é lindo no sentido real, pois é a esperança da renovação que o Pai apostou na humanidade dando o seu filho.
    Vamos curtir nossas saudades, deixar que as lágrimas caiam, mas voltar nossos olhos para o Céu e agradecer a Deus pelos que temos e por estar aqui, para renovar.
    Feliz Natal real Fernanda.
    Deus está contigo e seus filhos.
    O meu terno abraço e grato pela amizade de longos anos nesta grande família.
    Bju no seu coração.

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depois que a letra nasce
não há silêncio
há um choro que só eu ouço
e um medo que ninguém vê
o medo de mostrar demais
de sangrar diante de estranhos
de ser lida com desdém
ou pior: com pressa
porque parir palavras
é também deixar o peito aberto
num mundo que não sabe lidar
com quem sente fundo
a escrita respira fora de mim
e eu, nua, assisto
alguns dizem que é lindo
outros nem leem até o fim
há quem tente vestir meu poema
com a própria assinatura
como se dor fosse transferível
como se parto tivesse atalho
e é aí que mais dói
quando roubam o nome da minha filha
e fingem que nasceu de outra boca
quando arrancam o umbigo do texto
e dizem: “isso é meu”
não é
eu sei cada madrugada que ela levou
cada perda que empurrou esse verso
cada lágrima que virou frase
não quero aplauso
mas exijo respeito
porque minha escrita
anda no mundo com meu rosto
meus olhos, minha história
e quando alguém a toma como se fosse nada
está me dizendo:
“você também é nada”
mas eu sou tudo
o que ninguém teve coragem de escrever
e continuo parindo
mesmo ferida
porque escrever é a única forma
que conheço de sobreviver
(Fernanda)