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20 abril, 2025
Autoconhecer
5 comentários:
depois que a letra nasce
não há silêncio
há um choro que só eu ouço
e um medo que ninguém vê
o medo de mostrar demais
de sangrar diante de estranhos
de ser lida com desdém
ou pior: com pressa
porque parir palavras
é também deixar o peito aberto
num mundo que não sabe lidar
com quem sente fundo
a escrita respira fora de mim
e eu, nua, assisto
alguns dizem que é lindo
outros nem leem até o fim
há quem tente vestir meu poema
com a própria assinatura
como se dor fosse transferível
como se parto tivesse atalho
e é aí que mais dói
quando roubam o nome da minha filha
e fingem que nasceu de outra boca
quando arrancam o umbigo do texto
e dizem: “isso é meu”
não é
eu sei cada madrugada que ela levou
cada perda que empurrou esse verso
cada lágrima que virou frase
não quero aplauso
mas exijo respeito
porque minha escrita
anda no mundo com meu rosto
meus olhos, minha história
e quando alguém a toma como se fosse nada
está me dizendo:
“você também é nada”
mas eu sou tudo
o que ninguém teve coragem de escrever
e continuo parindo
mesmo ferida
porque escrever é a única forma
que conheço de sobreviver
(Fernanda)
"Começa a compreender o valor de estar consigo mesma."
ResponderExcluir"Não é ausência. É encontro."
Olá, querida amiga Fernanda!
Vamos tentando ser árvores... dar sombra a quem está fatigado.
Tenha uma Oitava de Páscoa abençoada!
Beijinhos festivos pascais
Ei Fernanda.
ResponderExcluirAcabo de chegar aqui no seu Blog.
Vou passear entre seus textos
e voltarei para comentar
de fato.
Enquanto isso, vou amar se
receber sua visita no meu
Espelhando.
Mas já digo que gosto daqui.
Bjins
CatiahôAlc.
Olá, tudo bem?
ResponderExcluirQue bela reflexão!
Fiquei pensando na majestosa presença da maior árvore da Amazônia que li em uma matéria. é um angelim-vermelho, encontrado na divisa entre o Pará e o Amapá.
A árvore tem quase 10 metros de circunferência e 88 metros e meio de altura, o equivalente a um prédio de 30 andares e que tem entre 400 e 600 anos...
Imagina! 600 anos lá, firme e forte...
abraços
Nossa Eduardo!
ExcluirCom certeza ela exala imponência pura o tipo de presença que faz qualquer um se sentir pequenininho diante da natureza! E o mais impressionante: que essa gigante já pode ter entre “400 e 600 “anos de vida? É quase um patriarca da floresta, testemunha de séculos de histórias (e ainda de pé, firme e forte)?🤯”
Uau!!!!
Obrigada 🙏🏻
Este olhar para a natureza é preciso sempre Fernandinha. Ela nos diz muito tanto quanto nos traduz. Sabe uma arvore atravessar as quatro estações com paciencia para as suas mutações. E nós arvores andantes temos que espelhar e assim seguir nossa travessia nesta grande floresta com reliencia, perseverança tornando nossas raizes cada vez mais poderosas no sustento. Lindo olhar e analogia amiga.
ResponderExcluirBjs de paz.