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Eu amo escrever. Escrevo porque às vezes não cabe tudo aqui dentro. Porque há sentimentos que só se organizam quando viram palavras, e pensamentos que só fazem sentido quando dançam na página. Amo também olhar o céu e talvez isso diga tudo. Há quem olhe o céu para prever o tempo, eu olho para prever a mim mesma. Há algo em observar as nuvens, as estrelas ou o silêncio azul que me faz lembrar que existe poesia mesmo nos dias comuns. Este blog nasce desse encontro: entre a escrita e o céu. Vai ser um espaço para dividir pensamentos, contar histórias, guardar pedaços de mim e talvez, de você também, que me lê agora. Obrigada por estar aqui. Que você se sinta à vontade. Que cada texto seja como uma janela aberta, onde o vento entra leve e, quem sabe, traz um pouco de luz também

Amor sempre....

Amor sempre....
Caminho entre flores. O chão continuará pra nós com outras paisagens. Sou o que sou, porque é tudo que sei ser. E todo meu olhar escrito que você nunca aprendeu a ler, permanecerá no descaso para quem não compreende.

28 abril, 2025

Céu e Mar

Aleatoriamente um toque de poesia

Hoje, diante da imensidão que une o céu e o mar, calei-me por dentro. Não havia nada a pedir, nem palavras suficientes para agradecer. Apenas um olhar que se estendia, humilde, sobre o mistério que diante de mim respirava.

O céu descia em serena calma até beijar o mar, e o mar erguia-se em ondas mansas para tocar o céu.

Eram como mãos invisíveis entrelaçadas, como respirações antigas, tão antigas que já não sabem mais de onde vieram apenas sabem amar.

Senti que eu também era parte desse abraço silencioso. Que meu ser era pequeno como uma pequenina gotinha, mas, ainda assim, convidada a repousar nesse infinito.

Não há pressa onde o céu e o mar se encontram.

Não há conquista.

Há apenas a doce revelação de que, acima de todas as buscas, existe um lugar de pureza intocável, onde ser é o suficiente.

Hoje, não precisei atravessar “portal” algum.

Só admirar, e ser admirada em segredo, por esse mistério eterno.

Que quase ninguém percebe.


5 comentários:

  1. Magnífico poema em total sintonia com a belíssima, foto.
    Beijinho e óptima semana, Fernanda.😘

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  2. Há momentos em que qualquer explicação é desnecessária. E quando contemplamos o mar podemos viver momentos como os que tão bem descreveu no se maravilhoso poema.
    Fernanda, tenha uma boa semana.
    Um abraço.

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  3. Olá, Fernanda, lendo esse belo poema lembro que aos meus 6 aninhos, na praia, diante da grandeza do mar, que parecia infinito, perguntei a meu pai o que havia lá bem longe, onde o mar encontrava o céu! Ele disse, é a continuação do mundo, minha filha, um dia irás lá visitar!!
    Hoje lembro com carinho, mas na ocasião não entendi nada... rsssss
    Uma ótima semana, amiga, muita paz.
    Um beijo.

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  4. Lindo momento de encantamento e reflexões que é pura poesia. Somos um pequenino grão de areia diante a imensidão do céu no infinito encontro com o misterioso mar. Uma bela imagem para um olhar na natureza, que é Deus.
    Linda semana Fernandinha.
    Bjs e paz amiga.

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  5. Maravilhoso!!

    Diante do espetáculo da natureza, melhor calar e apenas buscar sentir o que já nos esquecemos: somos parte do todo.

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depois que a letra nasce
não há silêncio
há um choro que só eu ouço
e um medo que ninguém vê
o medo de mostrar demais
de sangrar diante de estranhos
de ser lida com desdém
ou pior: com pressa
porque parir palavras
é também deixar o peito aberto
num mundo que não sabe lidar
com quem sente fundo
a escrita respira fora de mim
e eu, nua, assisto
alguns dizem que é lindo
outros nem leem até o fim
há quem tente vestir meu poema
com a própria assinatura
como se dor fosse transferível
como se parto tivesse atalho
e é aí que mais dói
quando roubam o nome da minha filha
e fingem que nasceu de outra boca
quando arrancam o umbigo do texto
e dizem: “isso é meu”
não é
eu sei cada madrugada que ela levou
cada perda que empurrou esse verso
cada lágrima que virou frase
não quero aplauso
mas exijo respeito
porque minha escrita
anda no mundo com meu rosto
meus olhos, minha história
e quando alguém a toma como se fosse nada
está me dizendo:
“você também é nada”
mas eu sou tudo
o que ninguém teve coragem de escrever
e continuo parindo
mesmo ferida
porque escrever é a única forma
que conheço de sobreviver
(Fernanda)