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Eu amo escrever. Escrevo porque às vezes não cabe tudo aqui dentro. Porque há sentimentos que só se organizam quando viram palavras, e pensamentos que só fazem sentido quando dançam na página. Amo também olhar o céu e talvez isso diga tudo. Há quem olhe o céu para prever o tempo, eu olho para prever a mim mesma. Há algo em observar as nuvens, as estrelas ou o silêncio azul que me faz lembrar que existe poesia mesmo nos dias comuns. Este blog nasce desse encontro: entre a escrita e o céu. Vai ser um espaço para dividir pensamentos, contar histórias, guardar pedaços de mim e talvez, de você também, que me lê agora. Obrigada por estar aqui. Que você se sinta à vontade. Que cada texto seja como uma janela aberta, onde o vento entra leve e, quem sabe, traz um pouco de luz também

✿Amor sempre....

✿Amor sempre....
Caminho entre flores. O chão continuará pra nós com outras paisagens. Sou o que sou, porque é tudo que sei ser. E todo meu olhar escrito que você nunca aprendeu a ler, permanecerá no descaso para quem não compreende.

18 maio, 2025

O livro

Aleatoriamente um toque de poesia
Diário de Fernanda
O que é segurar o primeiro exemplar nas mãos


Segurar o primeiro exemplar do livro é como segurar um pedaço do que fui.
Não é só papel impresso.
É memória encadernada.
É tudo o que suportei em silêncio, traduzido em palavras que agora cabem em uma capa.
Quando abri a caixa, minhas mãos hesitaram.
O livro estava ali quieto, bonito, tímido.
Como se também estivesse me observando.
Passei os dedos pela capa como quem toca um rosto conhecido.
E senti um nó na garganta.
Não de tristeza, mas de espanto. Espanto por ter chegado até aqui.
Por ter atravessado o cansaço, os medos, a solidão. E ainda assim ter conseguido escrever.
Ali dentro havia textos que escrevi chorando.
Textos que quase apaguei.
Textos que me revelaram mais do que eu queria.
E outros que vieram como sopro, como prece.
Segurar o livro foi como dizer para mim mesma:
“Você sobreviveu a si.”
E isso, para quem sente tudo profundamente, já é uma enorme vitória.
Não sei quantas pessoas vão ler. Não sei se ele vai encontrar muitos olhos, muitos corações.
Mas sei que, enquanto estiver com alguém, ele vai fazer companhia.
Vai oferecer abrigo.
E isso basta.
O livro está vivo.
E agora, não será  mais só meu.

Fernanda

8 comentários:

  1. Bah,Nanda! Que notícia bem boa! Tinhas mesmo que fazer um livro com tanto de ti que tens a contar! PARABÉNS! Sucesso! beijos, chica

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  2. Chica querida!
    Que alegria receber teu carinho aqui!
    Esse livro carrega mesmo muito de mim em cada linha, um pedaço do que fui, do que ainda sou e do que sigo buscando ser. Obrigada por me acolher com tanta generosidade. Teu apoio aquece o coração!
    Beijo grande e cheio de gratidão!
    🙏🏻

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  3. Olá, querida amiga Fernanda!
    Fiquei feliz e emocionada com sua surpresa do seu livro por não saber que sairia, mas tinha certeza de que poderia publicar...
    Passei hoje o dia todo e só li agora.

    "Ali dentro havia textos que escrevi chorando.
    Textos que quase apaguei.
    Textos que me revelaram mais do que eu queria.
    E outros que vieram como sopro, como prece."

    Sabe porque tem TUDO assim como nos diz?
    Porque um bom escritor fala de si, não tem medo da opinião alheia ferina e ainda faz uma catarse maravilhosa de quebra. Além, claro, de enriquecer seus leitores e partilhar sua experiência de vida que pode ajudar a muitos que passam o mesmo que nós em segredo...
    Tornar público é CORAGEM...
    Escrever um livro é resiliência.
    Mil parabéns, amiga!
    Fiquei muito feliz por você.
    Gosto de quem põe para fora seu tudo, sem melindres ou falsos pudores.
    Deus abençoe seu primeiro filho!
    Sucesso.
    Tenha uma nova semana abençoada!
    Beijinhos fraternos de paz

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    Respostas
    1. Querida Roselia,

      Suas palavras me tocaram profundamente…
      Escrever é mesmo um ato de coragem e resiliência um desnudamento da alma que, às vezes, assusta, mas que também liberta e cura. Saber que você reconhece essa verdade é um bálsamo para o coração.
      O livro, esse
      meu “primeiro filho”, chegou silencioso, mas cheio de vida, feito das lágrimas, dos sussurros e dos sopros que só o silêncio sabe guardar. Que bom saber que ele encontrou em você uma amiga que entende o valor desse caminho.
      Obrigada por tanta generosidade, por acolher meu “tudo” com tanto carinho e verdade.

      Que sua semana seja mesmo abençoada e repleta de paz!

      Beijinhos fraternos,
      Fernanda

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  4. Olá.

    Grande acontecimento!! Pegar nas mãos o próprio livro é uma sensação única. Eu quero muito ter essa sensação, tenho histórias para serem contadas mas sou preguiçoso para escrever histórias mais longas. Quem sabe daqui a uns 5 anos, eu possa fazer um apanhado do que já publiquei no blog e transforme isso em livro, só para tê-lo ali, feito.
    Meu filho, 14 anos, foi bem mais rápido do que eu e já escreveu um livro com uma história cheia de suspenses como ele gosta...rs
    Onde posso comprar seu livro?

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    1. Eduardo, que comentário bonito o teu me tocou de verdade! Sim, segurar o próprio livro nas mãos é uma emoção difícil de descrever… tem cheiro de conquista, de memória e de alma impressa em papel.
      Te entendo demais sobre a vontade e a “preguiça” mas olha, teu caminho já está traçado: o blog é uma semente viva, e esse livro aí dentro de ti só está esperando o tempo certo pra florescer. Tenho certeza de que será especial.
      E que inspirador o teu filho! Já escrevendo histórias com 14 anos… que orgulho deve dar ver essa criatividade brotando tão cedo!

      Sobre meu livro: ele está quase pronto para o mundo, ainda finalizando os últimos detalhes. Assim que estiver disponível, faço questão de te avisar vai ser uma alegria saber que ele encontrará lugar contigo.

      Obrigada, de coração, por esse carinho e essa troca tão bonita!

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  5. Olá, Fernanda,
    se você soubesse... Carrego praticamente um livro por mês em minhas mãos. Dos amigos, dos parceiros etc. E cada vez que um fica pronto sinto essa emoção, única, sobretudo quando ele passa por quase todas as etapas pelas minhas mãos... A emoção é sempre única.
    Você tem texto maravilhoso, gostaria também de ter acesso à sua letra de forma dada dado à estampa.
    Um abraço, Fernanda!
    Abraços,

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    Respostas
    1. Olá, querido Eros,

      Que lindo saber da sua paixão pelos livros e da emoção que cada obra pronta traz! Essa conexão com as palavras, com as etapas do criar, é realmente um presente único e sagrado. Fico muito feliz com suas palavras sobre meu texto. Logo, assim que possível, compartilharei com você a “letra dada à estampa” será um prazer dividir esse pedaço do meu caminho com um leitor tão atento e amigo.

      Um abraço fraterno e cheio de gratidão,
      Fernanda

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depois que a letra nasce
não há silêncio
há um choro que só eu ouço
e um medo que ninguém vê
o medo de mostrar demais
de sangrar diante de estranhos
de ser lida com desdém
ou pior: com pressa
porque parir palavras
é também deixar o peito aberto
num mundo que não sabe lidar
com quem sente fundo
a escrita respira fora de mim
e eu, nua, assisto
alguns dizem que é lindo
outros nem leem até o fim
há quem tente vestir meu poema
com a própria assinatura
como se dor fosse transferível
como se parto tivesse atalho
e é aí que mais dói
quando roubam o nome da minha filha
e fingem que nasceu de outra boca
quando arrancam o umbigo do texto
e dizem: “isso é meu”
não é
eu sei cada madrugada que ela levou
cada perda que empurrou esse verso
cada lágrima que virou frase
não quero aplauso
mas exijo respeito
porque minha escrita
anda no mundo com meu rosto
meus olhos, minha história
e quando alguém a toma como se fosse nada
está me dizendo:
“você também é nada”
mas eu sou tudo
o que ninguém teve coragem de escrever
e continuo parindo
mesmo ferida
porque escrever é a única forma
que conheço de sobreviver
(Fernanda)