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Eu amo escrever. Escrevo porque às vezes não cabe tudo aqui dentro. Porque há sentimentos que só se organizam quando viram palavras, e pensamentos que só fazem sentido quando dançam na página. Amo também olhar o céu e talvez isso diga tudo. Há quem olhe o céu para prever o tempo, eu olho para prever a mim mesma. Há algo em observar as nuvens, as estrelas ou o silêncio azul que me faz lembrar que existe poesia mesmo nos dias comuns. Este blog nasce desse encontro: entre a escrita e o céu. Vai ser um espaço para dividir pensamentos, contar histórias, guardar pedaços de mim e talvez, de você também, que me lê agora. Obrigada por estar aqui. Que você se sinta à vontade. Que cada texto seja como uma janela aberta, onde o vento entra leve e, quem sabe, traz um pouco de luz também

✿Amor sempre....

✿Amor sempre....
Caminho entre flores. O chão continuará pra nós com outras paisagens. Sou o que sou, porque é tudo que sei ser. E todo meu olhar escrito que você nunca aprendeu a ler, permanecerá no descaso para quem não compreende.

18 maio, 2025

O tempo na maternidade

Aleatoriamente um toque de poesia

Na maternidade, o tempo tem outra medida.
Ele não se conta em horas se mede em fases.
A primeira vez que pegou no colo.
A primeira febre.
A primeira palavra.
A primeira vez que dormiu fora. A primeira vez que disse “já sei fazer sozinho”.
E, de repente, o tempo começa a correr.
Quando a gente vê, já não precisa mais embalar no colo, mas ainda pede abraço antes de dormir.
Já não precisa da nossa mão pra atravessar a rua,
mas ainda busca nosso olhar quando sente medo.
E o coração da gente vai aprendendo a abrir espaço.
A amar sem segurar demais.
A estar presente mesmo quando o corpo não está mais tão perto.
Dizem que o tempo voa.
Mas aqui dentro, ele deixa rastros.
Cada mudança vem com uma pontinha de luto e uma alegria escondida:
“Ele cresceu. E eu também.”
A maternidade é feita de muitos “adeus” pequenos e silenciosos.
Mas também de reencontros: com a força que a gente não sabia que tinha, com a doçura que parecia perdida,
com a mulher que renasceu junto com cada filho.
O tempo passa.
Mas o amor ah, o amor esse só cresce. Mesmo quando tudo ao redor parece se transformar.

Fernanda

10 comentários:

  1. Olá, querida amiga Fernanda!
    Ficou aqui registrada uma grande verdade sobre a maternidade:

    "A maternidade é feita de muitos “adeus” pequenos e silenciosos."

    E cada adeus dói tanto e tanto...
    Mas... o amor só cresce. Bem assim.
    Tenha uma nova semana abençoada!
    Beijinhos fraternos de paz



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    1. Querida Roselia,

      Sim… cada um desses “adeus” pequeninos nos marca fundo, como se a alma precisasse se reorganizar em silêncio, vez após vez. Mas é exatamente como você disse: o amor só cresce se expande, amadurece, se enraíza ainda mais.
      É um caminho de entrega constante… e de um amor que nunca se retira.
      Obrigada por sentir junto, com tanta verdade e ternura.
      Uma semana abençoada para você também!

      Beijinhos com carinho e paz,
      Fernanda

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  2. Escreveu sobre ser mãe de um jeito tão delicado, quase espiritual, dizendo o que o coração sente. É um mistério ouvir a primeira palavra, ver a criança crescer, aprender a fazer coisas, procurando sempre olhar atento da mãe. Belíssimo, minha Amiga!
    Uma boa semana.
    Um beijo.

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    1. Querida Graça,

      Suas palavras me emocionaram…
      Ser mãe é mesmo mergulhar nesse mistério sagrado, onde cada gesto simples se transforma em eternidade: a primeira palavra, o olhar que procura, os passos que se soltam devagar, mas nunca sozinhos.
      Obrigada por sentir junto, com tanta delicadeza. É nessa escuta entre corações que a escrita encontra sentido.
      Uma semana linda pra você também, cheia de luz e ternura.

      Um beijo com carinho,
      Fernanda

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  3. A maternidade é das coisas mais belas da humanidade.
    Gostei do seu texto, é magnífico.
    Boa semana cara amiga Fernanda.
    Um beijo.

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    1. Querido Jaime,

      Que alegria receber sua mensagem tão gentil…
      A maternidade realmente é uma dádiva profunda cheia de beleza, entrega e aprendizado. Fico muito feliz que o texto tenha tocado você de alguma forma. Suas palavras são um carinho recebido com gratidão.
      Desejo também uma linda semana, com paz e inspiração.

      Um beijo,
      Fernanda

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  4. A maternidade é feita de muitos “adeus” pequenos e silenciosos. Belíssimo texto.
    Fiquei pensando como pai nas minhas duas filhas e em tudo o que você e como escreveu. E como, eu e minhas meninas, nos entendemos... E brigamos também, rsrsrs.
    Abraços,

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    1. Querido Eros,

      É bonito ver um pai que sente com tanta presença o caminho que percorre ao lado das filhas…
      A maternidade
      (e a paternidade também) é mesmo feita desses pequenos “adeus” silenciosos, mas cheios de significado. Cada um deles nos ensina a amar com mais liberdade, a soltar com mais ternura. E que bom saber que, entre vocês, há entendimento, afeto e até aquelas briguinhas que só quem se ama de verdade conhece bem, rsrs.
      Obrigada por compartilhar esse pedaço da sua vivência. Tocou fundo.
      Um abraço cheio de respeito e carinho,

      Fernanda

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  5. Muito bom esse teu texto pois ele capta perfeitamente o que é esse processo de crescimento e de mudanças de hábitos. Aqui o meu tem 14, já mudou bastante desde que saiu da maternidade, mas certas coisas faço questão de não mudar, como o beijo e o abraço antes de dormir, antes de ir para a escola e depois que chega em casa.
    É pedir muito? rs

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    1. Eduardo, que bonito isso…

      O tempo passa mesmo depressa e a gente vai mudando junto com eles, né? Mas há gestos que se tornam raízes, dessas que sustentam por dentro: um beijo, um abraço, a presença constante. Não é pedir muito, não… é só o essencial. Risos...Acredito que são justamente esses pequenos rituais de afeto que permanecem quando tudo o mais se transforma. Que bom que você os cultiva.
      Aqui também o amor é o carinho comanda tudo graças a Deus!
      Um abraço carinhoso,
      Fernanda

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depois que a letra nasce
não há silêncio
há um choro que só eu ouço
e um medo que ninguém vê
o medo de mostrar demais
de sangrar diante de estranhos
de ser lida com desdém
ou pior: com pressa
porque parir palavras
é também deixar o peito aberto
num mundo que não sabe lidar
com quem sente fundo
a escrita respira fora de mim
e eu, nua, assisto
alguns dizem que é lindo
outros nem leem até o fim
há quem tente vestir meu poema
com a própria assinatura
como se dor fosse transferível
como se parto tivesse atalho
e é aí que mais dói
quando roubam o nome da minha filha
e fingem que nasceu de outra boca
quando arrancam o umbigo do texto
e dizem: “isso é meu”
não é
eu sei cada madrugada que ela levou
cada perda que empurrou esse verso
cada lágrima que virou frase
não quero aplauso
mas exijo respeito
porque minha escrita
anda no mundo com meu rosto
meus olhos, minha história
e quando alguém a toma como se fosse nada
está me dizendo:
“você também é nada”
mas eu sou tudo
o que ninguém teve coragem de escrever
e continuo parindo
mesmo ferida
porque escrever é a única forma
que conheço de sobreviver
(Fernanda)