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18 maio, 2025
O tempo na maternidade
10 comentários:
depois que a letra nasce
não há silêncio
há um choro que só eu ouço
e um medo que ninguém vê
o medo de mostrar demais
de sangrar diante de estranhos
de ser lida com desdém
ou pior: com pressa
porque parir palavras
é também deixar o peito aberto
num mundo que não sabe lidar
com quem sente fundo
a escrita respira fora de mim
e eu, nua, assisto
alguns dizem que é lindo
outros nem leem até o fim
há quem tente vestir meu poema
com a própria assinatura
como se dor fosse transferível
como se parto tivesse atalho
e é aí que mais dói
quando roubam o nome da minha filha
e fingem que nasceu de outra boca
quando arrancam o umbigo do texto
e dizem: “isso é meu”
não é
eu sei cada madrugada que ela levou
cada perda que empurrou esse verso
cada lágrima que virou frase
não quero aplauso
mas exijo respeito
porque minha escrita
anda no mundo com meu rosto
meus olhos, minha história
e quando alguém a toma como se fosse nada
está me dizendo:
“você também é nada”
mas eu sou tudo
o que ninguém teve coragem de escrever
e continuo parindo
mesmo ferida
porque escrever é a única forma
que conheço de sobreviver
(Fernanda)
Olá, querida amiga Fernanda!
ResponderExcluirFicou aqui registrada uma grande verdade sobre a maternidade:
"A maternidade é feita de muitos “adeus” pequenos e silenciosos."
E cada adeus dói tanto e tanto...
Mas... o amor só cresce. Bem assim.
Tenha uma nova semana abençoada!
Beijinhos fraternos de paz
Querida Roselia,
ExcluirSim… cada um desses “adeus” pequeninos nos marca fundo, como se a alma precisasse se reorganizar em silêncio, vez após vez. Mas é exatamente como você disse: o amor só cresce se expande, amadurece, se enraíza ainda mais.
É um caminho de entrega constante… e de um amor que nunca se retira.
Obrigada por sentir junto, com tanta verdade e ternura.
Uma semana abençoada para você também!
Beijinhos com carinho e paz,
Fernanda
Escreveu sobre ser mãe de um jeito tão delicado, quase espiritual, dizendo o que o coração sente. É um mistério ouvir a primeira palavra, ver a criança crescer, aprender a fazer coisas, procurando sempre olhar atento da mãe. Belíssimo, minha Amiga!
ResponderExcluirUma boa semana.
Um beijo.
Querida Graça,
ExcluirSuas palavras me emocionaram…
Ser mãe é mesmo mergulhar nesse mistério sagrado, onde cada gesto simples se transforma em eternidade: a primeira palavra, o olhar que procura, os passos que se soltam devagar, mas nunca sozinhos.
Obrigada por sentir junto, com tanta delicadeza. É nessa escuta entre corações que a escrita encontra sentido.
Uma semana linda pra você também, cheia de luz e ternura.
Um beijo com carinho,
Fernanda
A maternidade é das coisas mais belas da humanidade.
ResponderExcluirGostei do seu texto, é magnífico.
Boa semana cara amiga Fernanda.
Um beijo.
Querido Jaime,
ExcluirQue alegria receber sua mensagem tão gentil…
A maternidade realmente é uma dádiva profunda cheia de beleza, entrega e aprendizado. Fico muito feliz que o texto tenha tocado você de alguma forma. Suas palavras são um carinho recebido com gratidão.
Desejo também uma linda semana, com paz e inspiração.
Um beijo,
Fernanda
A maternidade é feita de muitos “adeus” pequenos e silenciosos. Belíssimo texto.
ResponderExcluirFiquei pensando como pai nas minhas duas filhas e em tudo o que você e como escreveu. E como, eu e minhas meninas, nos entendemos... E brigamos também, rsrsrs.
Abraços,
Querido Eros,
ExcluirÉ bonito ver um pai que sente com tanta presença o caminho que percorre ao lado das filhas…
A maternidade
(e a paternidade também) é mesmo feita desses pequenos “adeus” silenciosos, mas cheios de significado. Cada um deles nos ensina a amar com mais liberdade, a soltar com mais ternura. E que bom saber que, entre vocês, há entendimento, afeto e até aquelas briguinhas que só quem se ama de verdade conhece bem, rsrs.
Obrigada por compartilhar esse pedaço da sua vivência. Tocou fundo.
Um abraço cheio de respeito e carinho,
Fernanda
Muito bom esse teu texto pois ele capta perfeitamente o que é esse processo de crescimento e de mudanças de hábitos. Aqui o meu tem 14, já mudou bastante desde que saiu da maternidade, mas certas coisas faço questão de não mudar, como o beijo e o abraço antes de dormir, antes de ir para a escola e depois que chega em casa.
ResponderExcluirÉ pedir muito? rs
Eduardo, que bonito isso…
ExcluirO tempo passa mesmo depressa e a gente vai mudando junto com eles, né? Mas há gestos que se tornam raízes, dessas que sustentam por dentro: um beijo, um abraço, a presença constante. Não é pedir muito, não… é só o essencial. Risos...Acredito que são justamente esses pequenos rituais de afeto que permanecem quando tudo o mais se transforma. Que bom que você os cultiva.
Aqui também o amor é o carinho comanda tudo graças a Deus!
Um abraço carinhoso,
Fernanda