Hoje, sem que fosse combinado, os quatro estavam sentados na cozinha ao mesmo tempo. Meus sogros os pais do Felipe, e meus pais adotivos. Duas histórias tão diferentes, duas formas de amor que me sustentaram em épocas distintas da vida… agora dividindo o mesmo pão, o mesmo café, o mesmo silêncio cheio de significado ali.
Olhei para
as mãos deles. As mãos que me seguraram em tantos momentos. Mãos que cuidaram
dos meus filhos, que embalaram netos, que ajudaram a me reerguer quando eu
mesma duvidei que conseguiria.
Meu pai
adotivo contava uma história antiga daquelas que já ouvi mil vezes, mas que
sempre vem com um sorriso. Minha mãe ria baixo, enquanto minha sogra mexia o chá como
quem mexe o tempo, descrevendo dos dias em que Felipe chegava correndo da
escola.
Houve um
instante em que todos riram juntos. Riram de algo simples, cotidiano, mas a
risada deles parecia costurar o passado e o presente numa manta quente de
pertencimento. E ali, naquele instante, entendi que a vida me deu mais de um lar. Mais de um colo.
Eles me
ensinaram que o amor não tem forma única, nem exige sangue para ser real. E
que, mesmo depois da dor, é possível acolher de novo. Sentar-se à mesa com o
que foi, com o que é, e brindar a vida como ela se apresenta cheia de surpresas
e novas chances.
Andre me aconchegou em seus braços e eu sorri. Hoje, vi nos olhos deles um acordo silencioso.Todos ali ainda estão cuidando de mim, à sua maneira. E eu tão agradecida por tudo!
Olá, querida amiga Fernanda!
ResponderExcluirVir aqui é encher o coração de ternura.
"Costurar o passado e o presente numa manta quente de pertencimento. "
Sinto o mesmo quando estou com meu padrinho que meu pai me deixou de herança ao partir.
Sim, é possível amar mesmo sem ser amado até.
Mesmo que a vida não nos dê mais novas chances, vale a pena viver.
Tenha dias assim de pertencimento abençoados!
Beijinhos fraternos
Querida Roselia,
ExcluirSuas palavras aquecem como esse “manto de pertencimento” que mencionei. Que linda herança a vida te deixou no carinho do seu padrinho é nesse tipo de afeto que a gente costura os fios da memória com o presente, mesmo quando há ausências. E sim, como você disse com tanta sensibilidade, amar mesmo sem ser amado também é parte da grandeza de viver. Que nossos dias sigam assim: feitos de afeto, fé e pertencimento.
Beijinhos com carinho e gratidão pelo seu olhar sempre tão generoso.
Olá, tudo bem?
ResponderExcluirQue belo cenário este quando famílias se reúnem e o resultado da reunião são esses doces sentimentos que você compartilhou.
É pra agradecer aos céus ,a Deus, a quem estiver lá em cima, porque família é uma negócio complicado. A convivência quase sempre é cheia de contratempos, brigas e discussões. Principalmente quando entra herança no meio...
Olá, Eduardo, querido. Tudo em paz por aqui, e contigo?
ExcluirSim… quando a família se reúne e o que nasce disso é ternura, é preciso agradecer e muito. Porque família, como você bem disse, é um mistério divino e humano ao mesmo tempo. É onde a alma aprende, se testa, se cura e, muitas vezes, também se fere.
As heranças materiais, tantas vezes, expõem o que estava escondido vaidades, disputas, ausências. Mas as espirituais… ah, essas são eternas. São os gestos que viram bênçãos, as memórias que viram oração, os vínculos que nem a morte desfaz. Deus, na sua infinita sabedoria, nos coloca em famílias não para que tudo seja perfeito, mas para que cresçamos no amor mesmo quando ele é desafiador.
Sigamos, então, com fé.
Pois onde houver uma fresta de luz, ali há espaço para recomeço.
“Acima de tudo, porém, revistam-se do amor, que é o elo perfeito.”
(Colossenses 3:14)
Abraço!
Lindo e tocante e momentos assim nos alegram, renovam!
ResponderExcluirAviso que resolvi voltar só com um blog!
beijos, chica
Chica querida,
ExcluirQue alegria saber que decidiu continuar com o blog! Sua presença é dessas que renovam mesmo com leveza, sensibilidade e aquele jeitinho tão seu de tocar o coração da gente com palavras simples e cheias de alma. Momentos assim nos lembram que estar aqui, partilhando sentimentos e cotidianos, ainda vale muito a pena.
Bem-vinda de volta ao seu cantinho, que também é nosso!
Beijos com carinho.
Ia dizer-lhe estava entrando com o alfabeto do silêncio e ficaria contrito observando a reunião das duas famílias, o congraçamento, a união, a cumplicidade, o amor, mas achei que poderia dizer-lhe quanto alegria saber que você costurar o passado e o presente numa manta quente de pertencimento. Ainda não é tudo, mas o caminho está pavimentado... Vou repetir: gosto da espontaneidade dos seus textos e da poesia que deles emana.
ResponderExcluirAbraços, Fernanda!
Eros, suas palavras são como essa manta que você mencionou aquecem, envolvem e acolhem. Há algo profundamente bonito na sua maneira de observar com delicadeza e expressar com sentimentos. Recebo esse afeto com gratidão e deixo que ele se deite ao lado das minhas memórias costuradas. Sim, ainda não é tudo… mas já é caminho, e isso basta por agora.
ResponderExcluirAbraço terno,
Fernanda