Clara e José
têm o dom de perguntar como quem planta estrelas no silêncio. Eles chegam com
olhos atentos, cheios de mundo, querendo saber tudo: por que o céu muda de cor?
Como é que o amor começa? Deus também sente saudade?
E eu, mesmo
quando não sei todas as respostas, tento respondê-las com doçura porque mais do
que a resposta, eles ouvem o tom. Eles e esperam que eu seja macia com o mundo,
como quem acolhe, como quem traduz o mistério com afeto.
Às vezes, eu
paro o que estou fazendo, respiro fundo, e digo: “Ah, meus filhotes… que
pergunta bonita vocês fizeram.” E então, devagarinho, vou concebendo um caminho
entre o que sei e o que sinto, entre a razão e a poesia.
Eles não
querem precisão querem presença. E eu quero que eles saibam, desde agora, que
amor também se escreve assim: com escuta, com tempo, com olhos nos olhos.
Olá, querida amiga Fernanda!
ResponderExcluirMeus olhos se enchem de lágrimas diante de perguntas do tipo:
Deus também sente saudade?
Ele aguentaria, na certa.
Eu, quase morro de tanta saudade dos meus amados.
Criança é num protótipo do ser humano legítimo, eles querem o mesmo que nós: presença marcante e fiel.
Estou amando conhecer seus amores do coração.
Tenha dias novos abençoados!
Beijinhos fraternos
Querida Roselia,
ExcluirSuas palavras me tocam fundo, como um sussurro terno vindo de alguém que também já sentiu o peso doce da saudade. Sim, criança é esse espelho puro da alma querem presença, abraço, verdade. E talvez seja isso que Deus mais entende em nós: essa fome de amor contínuo. Fico feliz demais por você estar conhecendo meus amores do coração. Eles são meu chão e meu céu em dias nublados. Que seus dias também sejam abençoados e repletos de carinho.
Com gratidão,
Fernanda
Fernanda,
ResponderExcluirQuanta delicadeza há no seu texto para falar da curiosidade de Clara e José. E como você não perde a oportunidade para falar do amor que deve ser cultivado desde a mais tenra idade. É claro que esse jeito de “acolher, como quem traduzo mistério com afeto” deve ser tônica com os pequenos e os grandes, com olhos nos olhos, sempre. Talvez possamos ter um mundo melhor.
Um abraço,
P.S.:
Obrigado pela lucidez do seu comentário lá no meu blogue.
Eros,
ExcluirQue alegria ler suas palavras! Elas me abraçam como um eco do que acredito e tento viver todos os dias: que o amor, quando semeado cedo, floresce para sempre. Traduzir mistérios com afeto é, para mim, a forma mais bonita de ensinar e de aprender também. Que bom saber que esse olhar encontrou ressonância no seu. Sim, talvez e que esperança bonita há nesse “talvez” possamos ter um mundo melhor se cultivarmos mais encontros assim: olhos nos olhos, palavra com alma.
Um abraço com gratidão,
Fernanda