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Eu amo escrever. Escrevo porque às vezes não cabe tudo aqui dentro. Porque há sentimentos que só se organizam quando viram palavras, e pensamentos que só fazem sentido quando dançam na página. Amo também olhar o céu e talvez isso diga tudo. Há quem olhe o céu para prever o tempo, eu olho para prever a mim mesma. Há algo em observar as nuvens, as estrelas ou o silêncio azul que me faz lembrar que existe poesia mesmo nos dias comuns. Este blog nasce desse encontro: entre a escrita e o céu. Vai ser um espaço para dividir pensamentos, contar histórias, guardar pedaços de mim e talvez, de você também, que me lê agora. Obrigada por estar aqui. Que você se sinta à vontade. Que cada texto seja como uma janela aberta, onde o vento entra leve e, quem sabe, traz um pouco de luz também

✿Amor sempre....

✿Amor sempre....
Caminho entre flores. O chão continuará pra nós com outras paisagens. Sou o que sou, porque é tudo que sei ser. E todo meu olhar escrito que você nunca aprendeu a ler, permanecerá no descaso para quem não compreende.

20 agosto, 2025

Trilhas do Infinito

Aleatoriamente um toque de poesia


Há caminhos que se abrem diante de nós,
uns largos, iluminados,
outros estreitos, quase invisíveis,
como se apenas a coragem pudesse revelá-los.

E nesses caminhos, às vezes, há freios que nos detêm: um silêncio inesperado, um obstáculo que parece pedra,
mas é aviso, pausa, ar.

As almas seguem, cada qual em seu ritmo, umas apressadas, como se temessem o tempo,
outras lentas, saboreando cada passo. Todas, porém, trilhando a mesma estrada tateando o futuro.
que conduz ao centro do ser.

As estrelas nos vigiam do alto, testemunhas antigas dos sonhos humanos.
Brilham como lanternas suspensas, lembrando-nos que a noite também guarda
seus portais de esperança.

Trilhando a escuridão e a claridade, descobrimos que a vida não é linha reta,
mas curva, dança, espiral.
Cada passo é um instante de aprendizado,
cada desvio, um convite a recomeçar.

Momentos se acumulam como pequenos rios,
ora mansos, ora caudalosos,
formando a grande corrente
que nos leva adiante.

E ao final, o que nos resta
não é a pressa, nem os freios, nem mesmo os tropeços do caminho.
O que fica é a memória luminosa dos instantes em que fomos inteiros,
das estrelas que vimos acender, dos momentos em que nossa alma
sentiu-se infinita.




Fernanda

3 comentários:

  1. E são tantos os momentos que quase nos fazem parar pra melhor viver e contemplar! Adorei! Linda foto,um amor! beijos praianos, tudo de bom,chica

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  2. Esta é a prática e gosto do exercício do poeta. Aqui, por exemplo, ele nos bafeja com as trilhas do infinito capturadas no processo de criação da vida e comunga com o de poetizar, nos oferecendo de modo próprio e apropriado os caminhos que na sua poética o chamamos de prática, de modelo. Há quem pense como Rabelais que a poesia é uma virtude do inútil, mas ao ler os seus poemas, como este, ela coloca o leitor no caminho de si mesmo. E segue Fernanda abrindo brechas para que o seu leitor encontre sua trilha!
    Abraços, querida!

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  3. Boa noite de paz, querida amiga Fernanda!
    A imagem já sugere o bonito poema que antecede.
    Acabo de ler um outro poema sobre a liberdade da poesia tal como um pássaro fora da gaiola... "sem freio", como você abordou aqui.
    "A noite também guarda
    seus portais de esperança."
    Que lindo!
    Vamos caminhando de esperança em esperança...
    "Cada desvio, um convite a recomeçar."
    Sim, querida, vamos de recomeço até nossas forças se extinguirem...
    Caminhando no trilho do amor, com ânimo e generosidade conosco em primeiro lugar.
    É preciso.
    O final de tudo que escreve guarda o sabor do melhor vinho... sabedoria plena e pura.

    Hoje, tivemos o Clube da Leitura, debatemos sobre o avanço do recomeço.
    Estou assim... recomeçando a cada dia.
    Não é fácil, mas sairá um novo trilho a percorrer.
    Estou como o pássaro da imagem ilustrativa, muitas vezes, vou numa perna só, mas chego lá, ainda que cambaleando, não saio do trilho.
    Afinal, as estrelas iluminam meu caminhar noturno também.
    Tenha dias abençoados!
    Beijinhos fraternos


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depois que a letra nasce
não há silêncio
há um choro que só eu ouço
e um medo que ninguém vê
o medo de mostrar demais
de sangrar diante de estranhos
de ser lida com desdém
ou pior: com pressa
porque parir palavras
é também deixar o peito aberto
num mundo que não sabe lidar
com quem sente fundo
a escrita respira fora de mim
e eu, nua, assisto
alguns dizem que é lindo
outros nem leem até o fim
há quem tente vestir meu poema
com a própria assinatura
como se dor fosse transferível
como se parto tivesse atalho
e é aí que mais dói
quando roubam o nome da minha filha
e fingem que nasceu de outra boca
quando arrancam o umbigo do texto
e dizem: “isso é meu”
não é
eu sei cada madrugada que ela levou
cada perda que empurrou esse verso
cada lágrima que virou frase
não quero aplauso
mas exijo respeito
porque minha escrita
anda no mundo com meu rosto
meus olhos, minha história
e quando alguém a toma como se fosse nada
está me dizendo:
“você também é nada”
mas eu sou tudo
o que ninguém teve coragem de escrever
e continuo parindo
mesmo ferida
porque escrever é a única forma
que conheço de sobreviver
(Fernanda)