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Eu amo escrever. Escrevo porque às vezes não cabe tudo aqui dentro. Porque há sentimentos que só se organizam quando viram palavras, e pensamentos que só fazem sentido quando dançam na página. Amo também olhar o céu e talvez isso diga tudo. Há quem olhe o céu para prever o tempo, eu olho para prever a mim mesma. Há algo em observar as nuvens, as estrelas ou o silêncio azul que me faz lembrar que existe poesia mesmo nos dias comuns. Este blog nasce desse encontro: entre a escrita e o céu. Vai ser um espaço para dividir pensamentos, contar histórias, guardar pedaços de mim e talvez, de você também, que me lê agora. Obrigada por estar aqui. Que você se sinta à vontade. Que cada texto seja como uma janela aberta, onde o vento entra leve e, quem sabe, traz um pouco de luz também

✿Amor sempre....

✿Amor sempre....
Caminho entre flores. O chão continuará pra nós com outras paisagens. Sou o que sou, porque é tudo que sei ser. E todo meu olhar escrito que você nunca aprendeu a ler, permanecerá no descaso para quem não compreende.

18 agosto, 2025

Um domingo em família

Aleatoriamente um toque de poesia



Neste domingo, o tempo parecia correr devagar e ainda bem. Fiquei em casa, cercada pelos meus, e foi maravilhoso. Senhor, como é grande a Sua generosidade na minha vida.

Os filhotes espalhados pela sala, gargalhadas que iam e vinham, histórias contadas entre filhos e pais, e até meus pais ali também, os dois casais de avós. Do coração brotaram conversas sobre caráter e amor, e percebemos, mais uma vez, como esses dois pilares fazem uma diferença tão enorme no viver.

As crianças já estão de pijama, prontas para a escola de amanhã. Histórias contadas, sonhos embalados. A casa repousa em silêncio, mas meu coração continua em festa.

E eu? Venho para o meu “preguicinha” o computador que ainda não me deixou na mão.
 (Que continue assim, por favor! Rsrs).

Entre a tela que brilha e o dia que termina, guardo a certeza de que esses encontros simples são a verdadeira herança da vida: o amor que se multiplica no aconchego do lar.

E enquanto escrevo aqui no meu “preguicinha”, sinto que o domingo não terminou. Ele se prolonga em mim, feito aquele cheiro de bolo que fica na casa mesmo depois que já acabou.

As vozes, as risadas, as conversas tudo ecoa ainda. A cena dos avós com os netos, os filhos dividindo histórias, eu observando de canto, tentando guardar cada detalhe. Parece pouco, mas não é. É muito. É imenso. É herança invisível.

Agradeço, Senhor, porque sei que cada momento assim é um presente que não se compra, não se repete e não se garante para sempre. É só hoje, só agora. E por isso vale tanto.

As crianças dormem. A casa descansa. Eu, entre teclas e memórias, faço a prece que cabe neste instante: que nunca me falte a consciência daquilo que realmente importa.

Sei que amanhã a rotina volta, com despertador, correria, lancheira, trânsito. Mas guardo este domingo como quem coloca uma joia dentro da caixinha mais bonita. Porque a vida é isso: uma sucessão de dias comuns, que, quando vividos com amor, se tornam eternos.

Senhor, eu agradeço.
Pelo teto que nos abrigou neste domingo,
pelo riso que se espalhou entre os cômodos,
pelos pais que ainda posso abraçar,
pelos filhos que me ensinam diariamente o que é amor verdadeiro.

Agradeço pela mesa farta, pelo abraço sincero,
pela saúde que sustenta nossos passos
e até pelas pequenas diferenças,
porque nelas aprendemos a olhar além de nós mesmos.

Peço, Senhor, que abençoe o sono das crianças,
a coragem dos adultos,
a sabedoria dos avós
e a minha fé.

E que o amor, esse fio invisível,
continue nos costurando como família sempre.

Amém.

E depois da prece, o coração repousa.
Não é que a vida seja perfeita sei que não é.
Mas nesses instantes em que consigo ver o essencial,
parece que o céu se aproxima só para me lembrar:
“Tudo valeu a pena.”

Então desligo o computador, abraço o silêncio
e me deito com a alma leve,
na esperança de que amanhã, na correria da segunda-feira,
eu não esqueça que fui inteira feliz neste domingo.




Fernanda

10 comentários:

  1. Bom.dia de Paz, querida amiga Fernanda!
    Que dia bonito foi o seu!
    Tenho tanta saudade dos meus dias com os pequenos (filhos e netinhos).
    Tudo acabou... o tempo passa e Deus foi muito bom para mim em ter me feito experimentar as delícias de ser mãe e avó.
    Tantas tarefas a cumprir, tanto trabalho, tanto cansaço bom...
    A consciência tranquila do dever amoroso feito.
    Curte bastante seu estágio, vale muito a pena.
    Agora, estou cuidando de alegrar amigas bem mais Idosas, tipo 9.0, é uma nova maternidade que me encanta também. Elas ficam felizes e eu também. Cuidar é muito bom.
    São aquelas que Deus põe em nosso caminho, gratuitamente, para dar novo sentido ao nosso viver.
    Abençoada nova semana eu lhe desejo com fé, ânimo e generosidade.
    Beijinhos fraternos de paz
    P.S. Os filhos nos ensimam mesmo o amor gratuito e incondicional que o mundo insiste em nos ludibriar.

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    1. Querida Roselia,

      que mensagem mais terna e cheia de vida! Você fala com a doçura de quem viveu intensamente os papéis de mãe e avó, e agora segue descobrindo novas formas de maternar, cuidando com carinho das amigas que Deus coloca em seu caminho. É tão bonito ver como você transforma o tempo em poesia, e o cuidado em missão. A saudade dos dias com os pequenos se converte na gratidão por tudo o que foi vivido e na alegria de seguir semeando amor onde for possível. Que sua nova maternidade feita de presença, amizade e generosidade siga sendo luz para quem tem o privilégio de cruzar seu caminho. Obrigada por compartilhar essa experiência tão rica e inspiradora.

      🥰

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  2. Querida Fernanda,
    A família é onde a vida começa e o amor nunca termina. É nos gestos, palavras e abraços familiares que encontramos força, paz e sentido para seguir em frente. Valorizar esses laços é lembrar que, mesmo em tempos difíceis, é no lar que florescem as maiores riquezas: união e amor verdadeiro. Aliás as tuas belas palavras revelam detalhadamente este conceito muito consensual de família.
    Depois… há outros laços afectivos, que não sendo familiares, estabelecem o equilíbrio emocional indispensável para nos inserir de uma forma saudável e construtiva na sociedade. Aí, os contactos virtuais são indispensáveis, como muito bem referes. Através desse maravilhoso mundo virtual, podem criar-se grandes amizades e afectos, que complementam muitas vezes o conhecimento de outras realidades, conhecimentos, vivências, e até outras formas de olhar para o mundo e para dentro de nós próprios.
    Como sempre, os teus textos são brilhantes e deixam pouca coisa para acrescentar. Pelo que li, tens uma família linda Fernanda. Que seja para sempre uma família abençoada.

    Um forte e carinhoso abraço.

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    1. Albino,

      suas palavras chegam como um abraço generoso, desses que aquecem a alma. É tão bonito perceber o quanto você valoriza não apenas os laços de sangue, mas também aqueles afetos que a vida vai nos oferecendo em caminhos diversos, até mesmo neste mundo virtual que tantas vezes nos surpreende. Você consegue traduzir com ternura a essência do que acredito: que família é abrigo, mas também é encontro, é escolha, é amor partilhado em diferentes formas. Obrigada pelo carinho com minha escrita e pelo desejo tão cheio de luz sobre minha família. Que a sua também siga sempre abençoada, com união e afeto em cada gesto cotidiano. E que, no fim, possamos todos carregar no coração essa certeza simples e imensa: os vínculos verdadeiros são o que dá sentido à vida.
      Um abraço fraterno e cheio de gratidão,

      🙏🏻😘

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  3. Maravilha!! E isso se chama felicidade, amiga querida! Que texto lindo, terno, onde a gratidão grita alto!
    Hoje vou ser rapidinha, estou com os homens com obras em casa, tenho de ficar acesa! 😅
    Beijinho, até!!!

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    1. Tais,

      sua mensagem me fez sorrir! É tão bom sentir esse entusiasmo vibrante nas suas palavras até mesmo na correria das obras você encontra espaço para deixar carinho e presença. Felicidade, sim, é isso: reconhecer a gratidão nos pequenos momentos, no gesto de compartilhar, no abraço escrito que chega do outro lado. Obrigada, amiga querida, pela delicadeza de sempre. Que as obras passem logo, mas que essa sua luz tão leve e bem-humorada siga sempre firme!

      Um beijo cheio de afeto,
      😘🙏🏻

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  4. No fundo, o que mais importa na vida são momentos como esses. Mas não só esses em família em um domingo. São muitos momentos que temos ao longo do dia que "vale a pena" mas às vezes nem percebemos. Como hoje quando meu filho chegou pra mim com um novo penteado e me disse: "pai, tô tentando novas possibilidades de penteados, o que você acha desse...". Olhei...achei meio estranho...falei que era ele que tinha que gostar não eu. Que eu tinha 60 e ele 14 e nossas perspectivas poderiam ser diferentes...mas ele queria minha opinião. "Ah, achei ousado e despojado".
    "Pai, o que é mesmo despojado"?

    abraços.

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    1. Eduardo,

      que relato gostoso de ler! Você mostra, com simplicidade e ternura, a beleza escondida nos instantes cotidianos aqueles que às vezes passam batidos, mas que carregam a essência do que realmente importa. A cena com seu filho é de uma delicadeza enorme: o diálogo entre gerações, o desejo de aprovação, o aprendizado que vai muito além de um penteado. Achei lindo como você respeitou o espaço dele, ao mesmo tempo em que ofereceu sua visão com carinho. É nesse equilíbrio que a gente percebe como o amor se traduz em gestos pequenos, mas de grande significado. “Pai, o que é mesmo despojado?” só essa pergunta já é um presente, porque mostra o quanto ele se abre para o mundo através de você.
      Obrigada por compartilhar um momento tão humano e verdadeiro.

      Abraço carinhoso,
      🙏🏻😘

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  5. Nada como um dia atrás do outro. O domingo não gosta de ver ninguém triste (parafraseando Vinicius sobre o sábado) e quando nos permitimos viver o todo, cada elemento vem aglutinar um kilate na nossa alegria e assim somos e ficamos felizes e motivados. Belo domingo que irradie esta alegria pela semana.
    Abraços com carinho amiga.

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  6. Pois, leio o seu domingo hoje, tão cheio de vida e de amor. Leio os comentários e vejo como encaramos as relações familiares. O mais importante de tudo é que leio no momento em mais se fazia necessário ler a sua prece, como ela chegou em boa hora. Talvez eu não tivesse meditado como eu fiz agora ao ler o texto completo se eu tivesse feito no domingo. Fez-me refletir seriamente.
    Obrigado pela sábias palavras que deixou aqui.
    Abraços, querida!

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depois que a letra nasce
não há silêncio
há um choro que só eu ouço
e um medo que ninguém vê
o medo de mostrar demais
de sangrar diante de estranhos
de ser lida com desdém
ou pior: com pressa
porque parir palavras
é também deixar o peito aberto
num mundo que não sabe lidar
com quem sente fundo
a escrita respira fora de mim
e eu, nua, assisto
alguns dizem que é lindo
outros nem leem até o fim
há quem tente vestir meu poema
com a própria assinatura
como se dor fosse transferível
como se parto tivesse atalho
e é aí que mais dói
quando roubam o nome da minha filha
e fingem que nasceu de outra boca
quando arrancam o umbigo do texto
e dizem: “isso é meu”
não é
eu sei cada madrugada que ela levou
cada perda que empurrou esse verso
cada lágrima que virou frase
não quero aplauso
mas exijo respeito
porque minha escrita
anda no mundo com meu rosto
meus olhos, minha história
e quando alguém a toma como se fosse nada
está me dizendo:
“você também é nada”
mas eu sou tudo
o que ninguém teve coragem de escrever
e continuo parindo
mesmo ferida
porque escrever é a única forma
que conheço de sobreviver
(Fernanda)