✿Aguarde os próximos capítulos...✿

Eu amo escrever. Escrevo porque às vezes não cabe tudo aqui dentro. Porque há sentimentos que só se organizam quando viram palavras, e pensamentos que só fazem sentido quando dançam na página. Amo também olhar o céu e talvez isso diga tudo. Há quem olhe o céu para prever o tempo, eu olho para prever a mim mesma. Há algo em observar as nuvens, as estrelas ou o silêncio azul que me faz lembrar que existe poesia mesmo nos dias comuns. Este blog nasce desse encontro: entre a escrita e o céu. Vai ser um espaço para dividir pensamentos, contar histórias, guardar pedaços de mim e talvez, de você também, que me lê agora. Obrigada por estar aqui. Que você se sinta à vontade. Que cada texto seja como uma janela aberta, onde o vento entra leve e, quem sabe, traz um pouco de luz também

✿Amor sempre....

✿Amor sempre....
Caminho entre flores. O chão continuará pra nós com outras paisagens. Sou o que sou, porque é tudo que sei ser. E todo meu olhar escrito que você nunca aprendeu a ler, permanecerá no descaso para quem não compreende.

11 novembro, 2025

Entre risadas e ondas

Aleatoriamente um toque de poesia



Às vezes penso que ainda não cresci. Talvez seja isso: um pedaço de mim ficou na infância, guardado entre risadas, sol e mar. Aproveitei tanto o mar, meus filhos, André, toda a família… que às vezes me pego sorrindo sozinha, lembrando do vento no cabelo e das ondas que vinham e iam, como se estivessem de acordo com o ritmo do meu coração.

André parecia um meninão, com aquele jeito de se divertir comigo, atendendo a todas as minhas vontades como se fosse a coisa mais natural do mundo. Brincávamos de pega-pega eu, as crianças, André e até meu pai entrou na corrida, como se o tempo tivesse decidido nos conceder uma pausa só para a alegria. O riso dele misturava-se ao nosso, e por um instante, senti que o mundo se reduzia àquele quintal, àquela tarde, àquele amor que não precisava de mais nada.

Sou tão grata, Senhor do alto, por essa família, por esses momentos que são pura vida. Por cada risada compartilhada, cada toque, cada “corre atrás de mim” entre nós. É como se, brincando, eu recuperasse um pedaço de mim mesma que nunca deveria ter partido: a menina que ama com intensidade, que se joga no instante, que se permite ser feliz sem regras, sem pressa, sem medidas.

E ali estávamos, todos nós, atravessando a tarde com alegria, lembrando que crescer não é abandonar a infância, mas carregá-la junto, no colo, no coração.


Fernanda

E no meio de risadas e corridas, 
aprendi que o amor é brincar junto, 
é estar inteiro no instante, é guardar alegria no coração.


3 comentários:

  1. Boa noite de paz, querida amiga Fernanda!
    Estou adorando acordasr e dormir com seus posts...
    Sabe, hoje tivemos outra tarde alegre, com o coral e até cinema após... o filme não foi do meu agrado, mas estar com as 'meninas' foi ótimo e as fotos mostram nossa alegria em estarmos juntas.
    Inclusive, como sou uma das mais 'novas', elas morrem de rir comigo e meu humor de filha de nordestino, graças a Deus!

    Agora, falando da sua linda foto, está show!
    Vou te enviar uma legal que tiramos hoje. Mesmo não estando todas juntas ainda.
    Se não rirmos de nós mesmo, pelo menos, não iremos longe. A vida já se encarrega de nos regar com lágrimas em abundãncia, precisamos secá-las com nossos risos e sorrisos.
    Sanga Terezinha do Menino Jesus nos ensinou sobre infância espiritual para conservarmos a alegria mesmo na dor mais crucial.
    Bom descanso na noite abençoada!
    Beijinhos fraternos

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Querida Roselia,

      Que delícia ler suas palavras tão cheias de vida, fé e alegria! É bonito perceber como você vive o Evangelho em gestos simples no riso compartilhado, na amizade sincera, no prazer das pequenas convivências. A forma como descreve a tarde com o coral e o cinema revela exatamente o que tantas vezes busco escrever: a espiritualidade do cotidiano, essa presença amorosa de Deus entre risadas, músicas e abraços.

      Seu humor, essa leveza de “filha de nordestino”, é uma benção ele traz o calor da alma, a resistência alegre de quem sabe que rir também é um modo de orar. E você tem toda razão: se não aprendermos a rir de nós mesmos, a vida perde cor. O riso é uma forma de fé, um jeito de dizer “estou viva, apesar de tudo”.

      E que lembrança preciosa a de Santa Teresinha! Ela nos ensinou justamente isso: a infância espiritual como caminho de confiança e simplicidade, mesmo diante da dor. Que possamos seguir esse exemplo encontrar o sagrado nas coisas pequenas e o amor nas entrelinhas dos dias.

      Obrigada pelo carinho, pelas palavras e pela partilha generosa. Que a alegria continue te acompanhando e se espalhando, como essa luz mansa que sua mensagem carrega.

      Com afeto e gratidão,🙏🏻😘

      Excluir
  2. É muito importante que nossa emoção sobreviva, que nossa criança esteja ativa e nos permita ser e fazer as coisas do coração. Como naquela canção: há um menino, há um moleque, morando sempre no meu coração...
    Abraços Fernanda e seja feliz assim com esta sua criança ativada.

    ResponderExcluir

depois que a letra nasce
não há silêncio
há um choro que só eu ouço
e um medo que ninguém vê
o medo de mostrar demais
de sangrar diante de estranhos
de ser lida com desdém
ou pior: com pressa
porque parir palavras
é também deixar o peito aberto
num mundo que não sabe lidar
com quem sente fundo
a escrita respira fora de mim
e eu, nua, assisto
alguns dizem que é lindo
outros nem leem até o fim
há quem tente vestir meu poema
com a própria assinatura
como se dor fosse transferível
como se parto tivesse atalho
e é aí que mais dói
quando roubam o nome da minha filha
e fingem que nasceu de outra boca
quando arrancam o umbigo do texto
e dizem: “isso é meu”
não é
eu sei cada madrugada que ela levou
cada perda que empurrou esse verso
cada lágrima que virou frase
não quero aplauso
mas exijo respeito
porque minha escrita
anda no mundo com meu rosto
meus olhos, minha história
e quando alguém a toma como se fosse nada
está me dizendo:
“você também é nada”
mas eu sou tudo
o que ninguém teve coragem de escrever
e continuo parindo
mesmo ferida
porque escrever é a única forma
que conheço de sobreviver
(Fernanda)