A vida tem uma forma muito justa de ensinar: ela devolve.
Tudo o que desejamos, pensamos ou fazemos segue um caminho e,
mais cedo ou mais tarde, retorna para o coração de onde partiu.
Por isso, é sábio vigiar o que se sente e o que se envia ao outro.
Desejar o mal é como soprar cinzas contra o vento parece ir embora, mas volta para os olhos de quem soprou. Da mesma forma, desejar o bem é plantar flores no próprio quintal, o perfume primeiro nos alcança.
A vida escuta o que o coração fala em silêncio.
E o universo, obediente, responde.
Não há justiça mais perfeita do que essa: cada um colhe o que espalha.
Então, antes de julgar, ferir ou desejar o que não é amor, respira.
Pense se aceitaria sentir o mesmo.
Porque tudo o que mandamos ao mundo volta e volta com o endereço certo.
No fim, a grande lição é simples:
Que o bem que eu desejo seja também o bem que eu receba.
E que minha palavra, meu pensamento e meu gesto deixem no caminho a marca de quem aprendeu a amar, não machucar.
Fernanda
A vida retribui na mesma medida da nossa entrega.
Então que o nosso dia seja feito dessa generosidade simples, mas essencial:
dar ao mundo o que gostaríamos de receber dele.
Bom Dia!

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depois que a letra nasce
não há silêncio
há um choro que só eu ouço
e um medo que ninguém vê
o medo de mostrar demais
de sangrar diante de estranhos
de ser lida com desdém
ou pior: com pressa
porque parir palavras
é também deixar o peito aberto
num mundo que não sabe lidar
com quem sente fundo
a escrita respira fora de mim
e eu, nua, assisto
alguns dizem que é lindo
outros nem leem até o fim
há quem tente vestir meu poema
com a própria assinatura
como se dor fosse transferível
como se parto tivesse atalho
e é aí que mais dói
quando roubam o nome da minha filha
e fingem que nasceu de outra boca
quando arrancam o umbigo do texto
e dizem: “isso é meu”
não é
eu sei cada madrugada que ela levou
cada perda que empurrou esse verso
cada lágrima que virou frase
não quero aplauso
mas exijo respeito
porque minha escrita
anda no mundo com meu rosto
meus olhos, minha história
e quando alguém a toma como se fosse nada
está me dizendo:
“você também é nada”
mas eu sou tudo
o que ninguém teve coragem de escrever
e continuo parindo
mesmo ferida
porque escrever é a única forma
que conheço de sobreviver
(Fernanda)