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Eu amo escrever. Escrevo porque às vezes não cabe tudo aqui dentro. Porque há sentimentos que só se organizam quando viram palavras, e pensamentos que só fazem sentido quando dançam na página. Amo também olhar o céu e talvez isso diga tudo. Há quem olhe o céu para prever o tempo, eu olho para prever a mim mesma. Há algo em observar as nuvens, as estrelas ou o silêncio azul que me faz lembrar que existe poesia mesmo nos dias comuns. Este blog nasce desse encontro: entre a escrita e o céu. Vai ser um espaço para dividir pensamentos, contar histórias, guardar pedaços de mim e talvez, de você também, que me lê agora. Obrigada por estar aqui. Que você se sinta à vontade. Que cada texto seja como uma janela aberta, onde o vento entra leve e, quem sabe, traz um pouco de luz também

✿Amor sempre....

✿Amor sempre....
Caminho entre flores. O chão continuará pra nós com outras paisagens. Sou o que sou, porque é tudo que sei ser. E todo meu olhar escrito que você nunca aprendeu a ler, permanecerá no descaso para quem não compreende.

04 janeiro, 2016

Entreaberta.



Saudade hoje não, agora não!
Deixa que eu defenda a miragem de nós apenas um pouco, ainda não superei o golpe.
Meu coração embala naqueles tempos de alegria, e dentro de mim um soluço sem alarde molha minha dor.
Vês meu amor, ainda tenho tantos obstáculos quando o assunto me fala de ti, como é complicado, como está sendo tão, tão difícil...
Você talvez esteja aflito com tudo isso e se pergunte: por quê?
Eu acaricio o véu que nos separa, basta fechar os olhos e escuto tua voz chamando meu nome, e quando os abro é como se um facho de luz se misturasse no céu. A tristeza ganha um alento, um carinho, o coração sente-se aquecido e seguro. Porque era assim todas as vezes, porque compartilhávamos o mesmo amor.

Talvez esteja me olhando dentro dos olhos nesse momento, talvez tuas lágrimas se misturem com as minhas, e tudo é tão difícil porque te amo tanto, tanto...
Chove na minha alma, em mim há um grande inverno.
Preciso acreditar que estou sonhando, e que ao acordar tudo isso irá acabar.
Entre por aquela porta e me abrace apertado, quero sentir as suas mãos e suas palavras, o tom de sua voz.  Ah como te amo!

As nuvens arrumam umas nas outras e começam a dificultar a minha visão.
Onde você está agora?
Nos pertencemos para sempre.
Quero acreditar que as flores ficam bonitas no inverno, quero que isso aqui dentro pare de doer. Quero você, mas a razão me fala: CALMA!
Tudo está sendo como deveria ser e eu preciso te dizer que irei conseguir.
Você me dará forças e eu a ti.
Mas preciso que venha no brilho das estrelas, e nas noites de luar.
Você me chamava de anjo, mas se anjo fosse teria o amor sob minhas “asas”.
Já não sei o que sou meu amor, se paciência, silêncio ou mar.
São situações tão diferentes em cada noite e dia.
Estou fragilizada, sou humana, sou eu!
Desde que olhei lá atrás, tenho separações e encontros com o que se chama caminhar na vida estreitamente.
Queria não entender o que se passa algumas vezes, mas sou muito realista, e é isso.
Você pode me ver e eu sei que pode, veja como estou sem você.
Luto todas as horas para ser o que vim ser.
Um pouco e eu consigo.
Sou humana, mas isso tudo me parece sobre-humano.
Mais e mais eu tento...
Meu sentimento te segue e eu preciso entender, há tanta confusão dentro de mim e uma porta entreaberta, onde eu não posso entrar e ficar agora.
_____________-
Fernanda.

4 comentários:

  1. Não tem remédio que cure a dor de uma perda, não tem palavras que confortem um coração que chora por essa mesma perda, seja ela esperada ou não. Mas existe alguém capaz de confortar o coração, é Deus, somente Ele pode cuidar de um coração que perdeu alguém a quem ama, Ele sim pode derramar o bálsamo para que possa fluir a calma que o coração tanto precisa. Não é fácil, só sabe o tamanho dessa dor quem a sente, só sabe o quanto ela destrói deixando um vazio quem a vive. Mas quando essa dor chegar, deixe Deus cuidar de seu coração, deixe Ele curar as feridas, abrandar essa dor, para que no lugar dela fique as boas lembranças, não para te fazer chorar, mas sorrir pelo que viveu com a pessoa que jamais deixará de amar.

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  2. Já vivi neste porão escuro e uma estrela me visitava.
    A luz se fazia e eu cria numa manhã renovadora de forças.
    Eu vi a luz me arrastando cada dia e mais dia e atravessei o túnel.
    Voce é forte mais do que pensa e tem todos os motivos para a travessia.
    Abraços amiga estamos nesta jornada onde cada mão, cada abraço é um porto.

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depois que a letra nasce
não há silêncio
há um choro que só eu ouço
e um medo que ninguém vê
o medo de mostrar demais
de sangrar diante de estranhos
de ser lida com desdém
ou pior: com pressa
porque parir palavras
é também deixar o peito aberto
num mundo que não sabe lidar
com quem sente fundo
a escrita respira fora de mim
e eu, nua, assisto
alguns dizem que é lindo
outros nem leem até o fim
há quem tente vestir meu poema
com a própria assinatura
como se dor fosse transferível
como se parto tivesse atalho
e é aí que mais dói
quando roubam o nome da minha filha
e fingem que nasceu de outra boca
quando arrancam o umbigo do texto
e dizem: “isso é meu”
não é
eu sei cada madrugada que ela levou
cada perda que empurrou esse verso
cada lágrima que virou frase
não quero aplauso
mas exijo respeito
porque minha escrita
anda no mundo com meu rosto
meus olhos, minha história
e quando alguém a toma como se fosse nada
está me dizendo:
“você também é nada”
mas eu sou tudo
o que ninguém teve coragem de escrever
e continuo parindo
mesmo ferida
porque escrever é a única forma
que conheço de sobreviver
(Fernanda)