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Eu amo escrever. Escrevo porque às vezes não cabe tudo aqui dentro. Porque há sentimentos que só se organizam quando viram palavras, e pensamentos que só fazem sentido quando dançam na página. Amo também olhar o céu e talvez isso diga tudo. Há quem olhe o céu para prever o tempo, eu olho para prever a mim mesma. Há algo em observar as nuvens, as estrelas ou o silêncio azul que me faz lembrar que existe poesia mesmo nos dias comuns. Este blog nasce desse encontro: entre a escrita e o céu. Vai ser um espaço para dividir pensamentos, contar histórias, guardar pedaços de mim e talvez, de você também, que me lê agora. Obrigada por estar aqui. Que você se sinta à vontade. Que cada texto seja como uma janela aberta, onde o vento entra leve e, quem sabe, traz um pouco de luz também

✿Amor sempre....

✿Amor sempre....
Caminho entre flores. O chão continuará pra nós com outras paisagens. Sou o que sou, porque é tudo que sei ser. E todo meu olhar escrito que você nunca aprendeu a ler, permanecerá no descaso para quem não compreende.

14 maio, 2025

O tempo é a gente

Aleatoriamente um toque de poesia
(Diário de Fernanda conversa )


Sabe?
Por muito tempo, eu achei que o tempo era um senhor distante.
Aquele que andava depressa, que levava as coisas embora, que nos deixava com saudade.
Mas com o passar dos anos, fui percebendo outra coisa:
o tempo… somos nós.
Não adianta olhar só pro relógio.
É preciso olhar pra dentro.
Porque o tempo não está nos ponteiros ele está no que a gente escolhe fazer com cada momento.

O tempo é estar presente.
É escutar com atenção.
É fazer um café com carinho, arrumar uma cama com ternura, lembrar de dizer “eu te amo” sem esperar um grande motivo.
É o abraço que você dá mesmo com o dia cheio.
É a mensagem que envia quando sente saudade.
É aquele olhar demorado para o céu, sem precisar de explicação.

O tempo se mede nas intenções, sabe?
E, no fundo, o tempo que damos aos outros é o que mais conta.
Você vai ver, um dia, que não é sobre viver correndo atrás das horas…
É sobre viver dentro delas.
Com alma, com presença, com verdade.

Porque o tempo…
é tudo aquilo que deixamos em alguém quando passamos por ela.
É o que a gente se torna.
É o que a gente oferece.
O tempo é a gente.

6 comentários:

  1. Olá!
    Você mudou o foco do tempo e fez com que uma entidade que nos domina com seu fluxo imparável, agora fosse prisioneiro das nossas ações e assim, ao invés do dominar, ser dominado.

    Não é "deixar a vida me levar", é, "para onde agora eu vou direcionar a vida"?
    Mas o tempo é um deus severo, não gosta de ser aprisionado...

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  2. Olá, Eduardo!
    Risos…
    Seu olhar ampliou ainda mais aquilo que apenas começava a se insinuar nas entrelinhas do meu texto.
    Sim… talvez o que tentei fazer sem saber foi subverter a ordem. Tirar o tempo de seu trono intocável e convidá-lo a sentar-se à mesa conosco, não como senhor, mas como parceiro de travessia.
    Não se trata de arrogância diante do tempo, esse deus antigo que tudo observa e tudo transforma. Mas talvez de ousadia afetiva: a de dizer ao tempo que também temos algo a oferecer escolhas, gestos, resistências, brechas. Porque, se ele nos leva, que ao menos saiba: também sabemos dançar com ele.
    Risos…
    Talvez o tempo não aceite ser aprisionado como bem disseste mas talvez aceite ser olhado. Talvez se deixe, de tempos em tempos, ser nomeado por nós: manhã, tarde, noite, silêncio, saudade. Talvez não o dominemos, mas possamos tocá-lo com leveza, como quem toca o vento sem querer prendê-lo.
    E assim, sem brigar, sem fugir, perguntamos:
    “Tempo, e se hoje for eu quem te conduz nem que seja só um pouco?”

    Obrigada por dançar esse pensamento comigo.
    Abraço!

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    Respostas
    1. Engraçado que eu já tive um blog que se chamava "Olhar o Tempo"..rs

      Eu gosto muito de levar em consideração os versos de Toquinho quando ele diz que o tempo futuro é uma astronave que tentamos pilotar que sem pedir licença, muda nova vida e ainda nos convida a rir ou chorar.

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    2. Eduardo, adorei saber do seu blog “Olhar o Tempo”! Acho que o tempo gostou tanto do nome que resolveu seguir te acompanhando de perto … e, às vezes, de lado, só pra confundir! 😉
      E esses versos de Toquinho são perfeitos o tempo futuro é mesmo essa astronave desgovernada que a gente finge pilotar, mas no fundo só segura no cinto e torce pra pousar onde o coração aguenta.
      Obrigada por compartilhar essa memória e esse olhar que ri, mesmo quando o tempo apronta!
      Abraço!

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  3. Olá, querida amiga Fernanda!
    Ontem, no ensaio do Coral, no momento de reflexão que sempre temos, o tema foi sobre o tempo, justamente.
    Falei que não me preocupo com o futuro, estou passando a limpo minha vida, reescrevendo minha história de vida, dando o curso que gostaria que ela tivesse tido. Isso me dá muita esperança em relação ao tempo que haverá de vir, visto que o ido embora, não vou atrás.
    O tempo presente é de ação em tecer novo modo da minha vida. toda nova, dando cores novas, com pessoas novas ou que me queiram bem de fato.
    Gosto muito de suas reflexões.
    Tenha dias abençoados!
    Beijinhos fraternos de paz

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  4. Querida Roselia,

    Que bonita sua partilha… há tanta sabedoria nesse “passar a limpo” a própria vida. Reescrever a história com mãos conscientes e coração leve é uma das formas mais profundas de respeitar o tempo e também de honrá-lo.
    Seu testemunho me toca, porque revela essa coragem rara de não se prender ao que já foi, nem se angustiar com o que virá, mas de habitar o agora como quem costura novos contornos para a própria alma.
    Que bom saber que minhas reflexões te acompanham nesse processo tão bonito de renovação.
    Receba meu carinho e meu desejo sincero de que seus dias sigam cheios de sentido, cor e verdade.

    Beijinhos de paz e gratidão,
    Fernanda

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depois que a letra nasce
não há silêncio
há um choro que só eu ouço
e um medo que ninguém vê
o medo de mostrar demais
de sangrar diante de estranhos
de ser lida com desdém
ou pior: com pressa
porque parir palavras
é também deixar o peito aberto
num mundo que não sabe lidar
com quem sente fundo
a escrita respira fora de mim
e eu, nua, assisto
alguns dizem que é lindo
outros nem leem até o fim
há quem tente vestir meu poema
com a própria assinatura
como se dor fosse transferível
como se parto tivesse atalho
e é aí que mais dói
quando roubam o nome da minha filha
e fingem que nasceu de outra boca
quando arrancam o umbigo do texto
e dizem: “isso é meu”
não é
eu sei cada madrugada que ela levou
cada perda que empurrou esse verso
cada lágrima que virou frase
não quero aplauso
mas exijo respeito
porque minha escrita
anda no mundo com meu rosto
meus olhos, minha história
e quando alguém a toma como se fosse nada
está me dizendo:
“você também é nada”
mas eu sou tudo
o que ninguém teve coragem de escrever
e continuo parindo
mesmo ferida
porque escrever é a única forma
que conheço de sobreviver
(Fernanda)