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Eu amo escrever. Escrevo porque às vezes não cabe tudo aqui dentro. Porque há sentimentos que só se organizam quando viram palavras, e pensamentos que só fazem sentido quando dançam na página. Amo também olhar o céu e talvez isso diga tudo. Há quem olhe o céu para prever o tempo, eu olho para prever a mim mesma. Há algo em observar as nuvens, as estrelas ou o silêncio azul que me faz lembrar que existe poesia mesmo nos dias comuns. Este blog nasce desse encontro: entre a escrita e o céu. Vai ser um espaço para dividir pensamentos, contar histórias, guardar pedaços de mim e talvez, de você também, que me lê agora. Obrigada por estar aqui. Que você se sinta à vontade. Que cada texto seja como uma janela aberta, onde o vento entra leve e, quem sabe, traz um pouco de luz também

✿Amor sempre....

✿Amor sempre....
Caminho entre flores. O chão continuará pra nós com outras paisagens. Sou o que sou, porque é tudo que sei ser. E todo meu olhar escrito que você nunca aprendeu a ler, permanecerá no descaso para quem não compreende.

24 junho, 2025

O Silêncio Onde O Senhor do Alto Mora

Aleatoriamente um toque de poesia
Crônica


Antes do tempo saber que era tempo, Deus já era.
Não em forma, nem em voz, nem em trono.
Era princípio.
Era sopro.
Era a ideia antes da ideia.
A calma antes da desordem.

Deus não começou nada. Ele é o começo.
O verbo que antecede qualquer sujeito.
A raiz de tudo o que ousa existir  pedra, flor, estrela ou coração inquieto.

E sendo Deus todo sabedoria, não se apressa.
Sabe que há horas de falar e horas de apenas permitir.
Ele não grita.
Deus sussurra.
Na paciência de uma árvore crescendo sem fazer alarde,
na matemática secreta do orvalho sobre a folha,
ou na pergunta que nos atravessa quando o mundo desaba:
por que ainda acredito?

Talvez porque, em algum lugar dentro de nós, Ele também mora.
Não como estátua, nem como regra.
Mas como luz que resiste a apagar, mesmo nos dias nublados.

Deus não explica tudo e isso já é um tipo de resposta.
Porque sabedoria não é ter todas as certezas,
mas saber o que não precisa ser dito.

2 comentários:

  1. Querida amiga Fernanda, eu preciso hoje de textos leves assim como o seu onde Ele tomou sua mão e nos fez mergulhar no mundo Dele.
    "Por que ainda acredito?"
    Eu sei que o mérito da minha fé é só a Graça Divina.
    É um Dom incomparável .
    Como estou longe de ser Deus, não fico invadindo seus Mistérios.
    Creio e ponto final.
    Já tive explicações necessárias na teologia.
    Muito obrigada por trazer fé inteligente e sensível numa tarde que se faz serena aqui e dentro de mim.
    Tenha dias abençoados de fé, esperança e amor!
    Beijinhos muito fraternos


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    Respostas
    1. Oi Roselia,

      que conforto ver sua fé expressa com tanta simplicidade e entrega: “Creio e ponto final” um testemunho de quem confia sem precisar esgotar os mistérios. A Graça Divina realmente nos basta e nos guia com leveza, mesmo quando não entendemos tudo. Fico feliz em saber que o texto tocou seu coração nesta tarde serena. Que essa paz continue a brotar em você, nutrindo fé, esperança e amor a cada amanhecer.

      Beijinhos muito fraternos,
      Fernanda!

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depois que a letra nasce
não há silêncio
há um choro que só eu ouço
e um medo que ninguém vê
o medo de mostrar demais
de sangrar diante de estranhos
de ser lida com desdém
ou pior: com pressa
porque parir palavras
é também deixar o peito aberto
num mundo que não sabe lidar
com quem sente fundo
a escrita respira fora de mim
e eu, nua, assisto
alguns dizem que é lindo
outros nem leem até o fim
há quem tente vestir meu poema
com a própria assinatura
como se dor fosse transferível
como se parto tivesse atalho
e é aí que mais dói
quando roubam o nome da minha filha
e fingem que nasceu de outra boca
quando arrancam o umbigo do texto
e dizem: “isso é meu”
não é
eu sei cada madrugada que ela levou
cada perda que empurrou esse verso
cada lágrima que virou frase
não quero aplauso
mas exijo respeito
porque minha escrita
anda no mundo com meu rosto
meus olhos, minha história
e quando alguém a toma como se fosse nada
está me dizendo:
“você também é nada”
mas eu sou tudo
o que ninguém teve coragem de escrever
e continuo parindo
mesmo ferida
porque escrever é a única forma
que conheço de sobreviver
(Fernanda)