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Eu amo escrever. Escrevo porque às vezes não cabe tudo aqui dentro. Porque há sentimentos que só se organizam quando viram palavras, e pensamentos que só fazem sentido quando dançam na página. Amo também olhar o céu e talvez isso diga tudo. Há quem olhe o céu para prever o tempo, eu olho para prever a mim mesma. Há algo em observar as nuvens, as estrelas ou o silêncio azul que me faz lembrar que existe poesia mesmo nos dias comuns. Este blog nasce desse encontro: entre a escrita e o céu. Vai ser um espaço para dividir pensamentos, contar histórias, guardar pedaços de mim e talvez, de você também, que me lê agora. Obrigada por estar aqui. Que você se sinta à vontade. Que cada texto seja como uma janela aberta, onde o vento entra leve e, quem sabe, traz um pouco de luz também

✿Amor sempre....

✿Amor sempre....
Caminho entre flores. O chão continuará pra nós com outras paisagens. Sou o que sou, porque é tudo que sei ser. E todo meu olhar escrito que você nunca aprendeu a ler, permanecerá no descaso para quem não compreende.

10 julho, 2025

Os grandes homens da paz

Aleatoriamente um toque de poesia



Eles quase nunca têm estátuas. Não aparecem nas fotos históricas nem nas capas de jornais. Não ganham medalhas, nem discursos de vitória.
Os grandes homens da paz quase sempre passam despercebidos.

É que a paz não faz barulho.
Ela chega pelas bordas, senta em silêncio, e olha tudo antes de agir.
Não grita.
Não se impõe.

Ela escuta e age com uma força que, de tão calma, parece até fraqueza. Mas não é.

Os grandes homens da paz não são os que fogem da luta, são os que escolhem onde ela vale a pena.
São os que seguram a palavra antes que ela machuque.

Os que respiram fundo antes de responder.
Os que entendem que vencer não é esmagar, é sustentar. Sustentar o diálogo, o respeito, o vínculo.

Alguns têm nomes conhecidos: Gandhi, Mandela, Luther King.
Outros, a gente chama só de vô, pai, vizinho, professor. 

Aquele senhor da feira que sorri com os olhos.
Aquele moço que segura a porta mesmo quando tá com pressa. O amigo que não responde com raiva, mesmo quando tinha todos os motivos. 

Homens da paz são os que não têm medo de parecer gentis. Que não acham que ceder é fraqueza.
Que sabem acolher até quem não os entende.

São eles que seguram o mundo pelas beiradas.
Que impedem as rachaduras de virarem abismos. Que plantam palavras boas onde só havia cansaço.

Hoje eu quis escrever pra eles. Pra esses homens que não se anunciam, mas fazem diferença.
Pra esses corajosos da calma. Para os que salvam, mesmo quando ninguém vê.

Porque em tempos de grito e pressa, ser paz é um ato radical. E amar em voz baixa é, talvez, a forma mais revolucionária de existir.

A verdadeira força está na calma, e os verdadeiros heróis da paz são aqueles que escolhem o diálogo quando poderiam escolher o confronto.




Fernanda

6 comentários:

  1. Bom inicio de dia, querida amiga Fernanda!
    Que a paz reine em seu coração!
    No inicio deste dia que amanhece, venho pedir a Paz, Senhor!
    "Os grandes homens da paz quase sempre passam despercebidos."
    Lembrei-me do meu pai amado e saudoso.
    Conheci ao vivo e a cores um homem de paz que nunca teve uma estátua, mas que foi inesquecível para muitos.
    Num retiro que fiz, algo me chamou a atenção demasiadamente:
    "Ele foi levado ao matadouro e não abriu a boca "
    Aprendendo estou a não responder nada de ofensivo, que pode não ser em palavras, muitas ofensas vêm do própria silêncio e como machucam. Omissão não é paz, é covardia.
    Falo do não revide.
    "Amar em voz baixa é, talvez, a forma mais revolucionária de existir."
    Sim, sim, sim...
    Coração pleno, chorando por dentro, sorrindo por fora, cheinho de paz.
    Dá trabalho a abnegação a se chegar à consolação.
    Lágrimas derramadas em prol da paz.
    Vamos em frente aprendendo a ser heróis e heroínas, promotores da Paz.
    Vale muito a pena!
    Deixemos o confronto para o juízo final (consciência derradeira)
    Tenha um dia, com ou sem plantão, abençoado com a paz, não a que o mundo dá!...
    Beijinhos fraternos
    💐😇🙏🤝☕😘

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    1. Querida Roselia,

      que beleza te encontrar logo cedo trazendo essa oração de paz, como quem derrama pétalas no chão por onde os dias precisam aprender a caminhar.
      Suas palavras me atravessam com aquela reverência que só tem quem já amou muito, sofreu calada e seguiu ofertando doçura ao mundo mesmo com o coração em pranto. Seu pai, esse homem inesquecível, vive agora também nas entrelinhas do seu testemunho, e eu me sinto honrada por acolher esse pedaço tão sagrado da sua memória. Sim, “amar em voz baixa” exige uma força que o mundo ainda não sabe medir. É gesto de alma madura, de quem compreendeu que o verdadeiro poder não se impõe, se entrega.
      Obrigada por compartilhar tanto suas lembranças, sua fé, sua coragem silenciosa. Sigamos, minha amiga, semeando paz mesmo quando parece mais fácil recuar. Somos aprendizes, mas já sabemos: vale muito a pena. Com carinho fraterno e minha prece mansa pela sua manhã,
      Fernanda 🙏🏻😘

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  2. Prezada Fernanda.
    É profundamente tocante e envolvente a sua narrativa, elaborada com o brilho encantador de sua literalidade.
    Esses "grandes homens da paz" são mesmo assim, são seres que buscam luzes, parecem ser predestinados a mostrar para a humanidade o caminho certo a seguir para um viver pela seara do bem para o qual fomos criados.
    O contexto traz à luz que o verdadeiro mérito não gosta de se mostrar.
    O último parágrafo do seu maravilhoso texto fecha com "chave de ouro" o seu iluminado pensar, e me solidarizo do mais profundo do meu âmago com seu sentir no complemento final.
    Adorei a sua expressividade que transcende.
    Meu carinho, meus aplausos e um abraço cordial e terno.

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    1. Querido Rosalino,
      sua leitura generosa me tocou profundamente. Receber suas palavras é como sentir o abraço de alguém que não apenas escutou, mas verdadeiramente acolheu o silêncio entre as linhas.
      Sim, esses grandes homens da paz tão discretos, tão essenciais ensinam mais pelo gesto do que pelo discurso, e é nisso que repousa sua grandeza. São como faróis que não se anunciam, apenas iluminam o caminho. Fico muito grata por sua sensibilidade, por seu olhar atento às entrelinhas, por sua alma afinada com aquilo que se escreve com o coração.
      Receba, com igual ternura, meu abraço comovido e um muito obrigada sincero e inteiro.

      Com carinho,
      Fernanda

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  3. Gosto, Nanda, do rigor das suas palavras para enaltecer os grandes homens da paz. São tantas imagens tão bem apanhadas para defini-los que não as repetirei, sempre que preciso for voltarei a este rio para depurar-me em silêncio sobre o que ser um homem da paz.
    Abraços, Nanda!

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    1. Eros, tua leitura é sempre rio manso e fundo me alcança onde nem eu sabia que as palavras haviam tocado.
      Fico comovida em saber que este texto pode servir de espelho d’água para refletirmos, juntos, sobre a grandeza silenciosa de ser um homem da paz.
      Se ele te servir de pouso ou partida, já valeu cada linha.
      Obrigada por sempre chegar com olhos atentos e alma aberta.

      Abraço imenso,
      Nanda!

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depois que a letra nasce
não há silêncio
há um choro que só eu ouço
e um medo que ninguém vê
o medo de mostrar demais
de sangrar diante de estranhos
de ser lida com desdém
ou pior: com pressa
porque parir palavras
é também deixar o peito aberto
num mundo que não sabe lidar
com quem sente fundo
a escrita respira fora de mim
e eu, nua, assisto
alguns dizem que é lindo
outros nem leem até o fim
há quem tente vestir meu poema
com a própria assinatura
como se dor fosse transferível
como se parto tivesse atalho
e é aí que mais dói
quando roubam o nome da minha filha
e fingem que nasceu de outra boca
quando arrancam o umbigo do texto
e dizem: “isso é meu”
não é
eu sei cada madrugada que ela levou
cada perda que empurrou esse verso
cada lágrima que virou frase
não quero aplauso
mas exijo respeito
porque minha escrita
anda no mundo com meu rosto
meus olhos, minha história
e quando alguém a toma como se fosse nada
está me dizendo:
“você também é nada”
mas eu sou tudo
o que ninguém teve coragem de escrever
e continuo parindo
mesmo ferida
porque escrever é a única forma
que conheço de sobreviver
(Fernanda)