Aguarde os próximos capítulos...
07 julho, 2025
Textos grandes
3 comentários:
depois que a letra nasce
não há silêncio
há um choro que só eu ouço
e um medo que ninguém vê
o medo de mostrar demais
de sangrar diante de estranhos
de ser lida com desdém
ou pior: com pressa
porque parir palavras
é também deixar o peito aberto
num mundo que não sabe lidar
com quem sente fundo
a escrita respira fora de mim
e eu, nua, assisto
alguns dizem que é lindo
outros nem leem até o fim
há quem tente vestir meu poema
com a própria assinatura
como se dor fosse transferível
como se parto tivesse atalho
e é aí que mais dói
quando roubam o nome da minha filha
e fingem que nasceu de outra boca
quando arrancam o umbigo do texto
e dizem: “isso é meu”
não é
eu sei cada madrugada que ela levou
cada perda que empurrou esse verso
cada lágrima que virou frase
não quero aplauso
mas exijo respeito
porque minha escrita
anda no mundo com meu rosto
meus olhos, minha história
e quando alguém a toma como se fosse nada
está me dizendo:
“você também é nada”
mas eu sou tudo
o que ninguém teve coragem de escrever
e continuo parindo
mesmo ferida
porque escrever é a única forma
que conheço de sobreviver
(Fernanda)
Boa noite de Paz, querida amiga Fernanda!
ResponderExcluirEstou aqui recostada no sofá, no celular... livre, leve e solta...
Um post assim como me cai bem.
Como uma pluma em meu coração.
Acarinha meu ego de forma terna.
Faz poesia em minha alma.
Cai feliz como companhia boa.
Escrevi um Poeminha que você já leu e que conta como me escrevi.
Fico tão feliz de lhe escrever também.
Amigos nos escrevem com o passar do tempo, ponto por ponto,vírgula por vírgula, travessão por travessão...
São eteceteras em nosso viver, amiga.
Como amo reticências!
As palavras ditas e escritas por amigos nos escrevem ou nos reescrevem...
Emojis não me dizem mais nada, são tão mentirosos e imparciais, muitas vezes, mas as palavras se desmascsram e não podem vingar, se forem mentirosas, uma vida toda.
Obrigada por tudo escrito aqui. Cheira veracidade.
Tenha uma noite abençoada na nova semana!
Beijinhos fraternos
*etcetera
Excluir** cheira à veracidade...
Desculpe-me.
Roselia querida,
Excluirte ler é como encontrar abrigo no meio de um dia qualquer. Teu jeito de sentir as palavras e de deixá-las repousar nos outros é coisa rara, dessas que não se aprendem, apenas se vivem.
Sim, os amigos nos escrevem. E às vezes reescrevem partes que nem a gente sabia que precisava mudar. Obrigada por me escrever com essa leveza que se apoia no afeto e na verdade. As tuas reticências dizem tanto. Boa noite também a ti… e que a semana venha cheia de travessões e ternuras.
Com carinho,
Fernanda!