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Eu amo escrever. Escrevo porque às vezes não cabe tudo aqui dentro. Porque há sentimentos que só se organizam quando viram palavras, e pensamentos que só fazem sentido quando dançam na página. Amo também olhar o céu e talvez isso diga tudo. Há quem olhe o céu para prever o tempo, eu olho para prever a mim mesma. Há algo em observar as nuvens, as estrelas ou o silêncio azul que me faz lembrar que existe poesia mesmo nos dias comuns. Este blog nasce desse encontro: entre a escrita e o céu. Vai ser um espaço para dividir pensamentos, contar histórias, guardar pedaços de mim e talvez, de você também, que me lê agora. Obrigada por estar aqui. Que você se sinta à vontade. Que cada texto seja como uma janela aberta, onde o vento entra leve e, quem sabe, traz um pouco de luz também

✿Amor sempre....

✿Amor sempre....
Caminho entre flores. O chão continuará pra nós com outras paisagens. Sou o que sou, porque é tudo que sei ser. E todo meu olhar escrito que você nunca aprendeu a ler, permanecerá no descaso para quem não compreende.

22 agosto, 2025

Máscaras Social.

Aleatoriamente um toque de poesia

Aceitando com honra o convite da nossa querida amiga Rosélia.

Tema:

Amiga Roselia,

Que alegria poder celebrar com você este momento tão especial: mais um aniversáriodo seu cantinho. A 16 anos preciosos do seu blog. Que se tornou um espaço de encontro, inspiração e delicadeza. Não é apenas um cantinho virtual é uma verdadeira morada de afetos, reflexões e partilhas, onde cada palavra plantada floresce em quem passa por aqui. 
https://www.idade-espiritual.com.br/





As máscaras sociais são muitas, e cada uma delas se apresenta como um personagem que vamos encenando pela vida. Algumas nos protegem, outras nos ferem em silêncio, outras ainda nos aproximam daquilo que verdadeiramente somos.

Há a máscara da cordialidade, que veste o sorriso fácil, mesmo quando o coração deseja silêncio. Ela nos ajuda a manter a harmonia, mas pode sufocar o que é autêntico em nós.

Há a máscara da força, quando dizemos “está tudo bem” e por dentro estamos frágeis. Ela é escudo, mas também prisão, pois impede que o outro nos alcance com cuidado e ternura.

A máscara da perfeição talvez seja a mais comum em nosso tempo: vidas polidas nas redes, cenários impecáveis, enquanto o bastidor da alma se mantém oculto. Ela encanta, mas também distancia.

E há ainda a máscara da indiferença, que endurece o rosto e finge não sentir. Nela mora um coração ferido que se protege do mundo, ainda que à custa da própria sensibilidade.

Mas também existem máscaras luminosas. A máscara da empatia, que não disfarça, mas amplia; vestir o lugar do outro, ainda que por instantes, é gesto de rara humanidade. E a máscara da fé, que não encobre a dor, mas a transfigura: uma confiança silenciosa que sustenta quando nada mais sustenta.

Todas elas, cada qual em seu tempo, nos acompanham. Talvez o segredo seja não nos deixar aprisionar em papéis que não são nossos, aprendendo a despir o rosto até que reste apenas o ser nu: vulnerável, imperfeito, mas profundamente humano.

Parabéns pra você, nesta data querida....



Fernanda



2 comentários:

  1. Nanda, que lindo enfoque deste às máscaras sociais.
    Há as de todos os tipos e tomara tenhamos a perspicácia ( com o andar da carruagem ela chega) de saber quem finge, quem se mostra de verdade, quem apenas quer aparecer ou agradar com salamaleques mentirossos,rs....
    Adorei tua participação e que estejas presente em muitos anos mais festejando com Roselia ! beijos praianos, chica

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    Respostas
    1. Querida Chica,

      Que comentário certeiro! Realmente, máscaras sociais existem em todos os tons e formatos, e a vida nos desafia a aprender a decifrá-las. Há quem finge, quem se mostra de verdade, quem apenas deseja agradar ou aparecer e a perspicácia para reconhecer cada intenção vem com o tempo e a observação. Ainda me engano bastante com as máscaras 😷 diz sempre meu pai.
      É um exercício contínuo de atenção e sensibilidade, que nos ajuda a valorizar a autenticidade e a essência das pessoas.
      Obrigada pelo carinho sempre ! Que possamos continuar celebrando com Roselia muitos anos de encontros, reflexões e inspirações. Eu realmente fiquei perdida como postar o link rsrs mas fui perdida mesmo 😉

      Com carinho,
      Nanda

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depois que a letra nasce
não há silêncio
há um choro que só eu ouço
e um medo que ninguém vê
o medo de mostrar demais
de sangrar diante de estranhos
de ser lida com desdém
ou pior: com pressa
porque parir palavras
é também deixar o peito aberto
num mundo que não sabe lidar
com quem sente fundo
a escrita respira fora de mim
e eu, nua, assisto
alguns dizem que é lindo
outros nem leem até o fim
há quem tente vestir meu poema
com a própria assinatura
como se dor fosse transferível
como se parto tivesse atalho
e é aí que mais dói
quando roubam o nome da minha filha
e fingem que nasceu de outra boca
quando arrancam o umbigo do texto
e dizem: “isso é meu”
não é
eu sei cada madrugada que ela levou
cada perda que empurrou esse verso
cada lágrima que virou frase
não quero aplauso
mas exijo respeito
porque minha escrita
anda no mundo com meu rosto
meus olhos, minha história
e quando alguém a toma como se fosse nada
está me dizendo:
“você também é nada”
mas eu sou tudo
o que ninguém teve coragem de escrever
e continuo parindo
mesmo ferida
porque escrever é a única forma
que conheço de sobreviver
(Fernanda)