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08 agosto, 2025
Zelo pela verdade
17 comentários:
depois que a letra nasce
não há silêncio
há um choro que só eu ouço
e um medo que ninguém vê
o medo de mostrar demais
de sangrar diante de estranhos
de ser lida com desdém
ou pior: com pressa
porque parir palavras
é também deixar o peito aberto
num mundo que não sabe lidar
com quem sente fundo
a escrita respira fora de mim
e eu, nua, assisto
alguns dizem que é lindo
outros nem leem até o fim
há quem tente vestir meu poema
com a própria assinatura
como se dor fosse transferível
como se parto tivesse atalho
e é aí que mais dói
quando roubam o nome da minha filha
e fingem que nasceu de outra boca
quando arrancam o umbigo do texto
e dizem: “isso é meu”
não é
eu sei cada madrugada que ela levou
cada perda que empurrou esse verso
cada lágrima que virou frase
não quero aplauso
mas exijo respeito
porque minha escrita
anda no mundo com meu rosto
meus olhos, minha história
e quando alguém a toma como se fosse nada
está me dizendo:
“você também é nada”
mas eu sou tudo
o que ninguém teve coragem de escrever
e continuo parindo
mesmo ferida
porque escrever é a única forma
que conheço de sobreviver
(Fernanda)
Una entrada muy reflexiva y profunda, querida Fernanda. Estoy de acuerdo contigo, no debemos conformarnos con aguantarnos, ni callarnos, debemos alzar la voz ante las injusticias, para remover la conciencia social. Pero nos hemos vuelto una sociedad cómoda e insolidaria.
ResponderExcluirDebemos movernos ante las injusticias sociales. Porque es doloroso ver cómo pasan los niños hambre, o las injusticias de la guerra que quiénes pagan los errores de los mayores son los niños. Y es muy duro que ellos angelitos tengan que sufrir, cuando lo que deberían hacer es jugar.
Muy entrañable y profunda esta publicación que has escrito, Fernanda, llega al corazón. Tienes toda la razón, porque no debemos callar, debemos hablar, gritar, salir y no conformarnos con las injusticias sociales. Ser valientes y justos, porque hablar no es pecar, sino como bien dices, callar es pecar.
Gracias por esta entrada tan solidaria y por remover las conciencias, ójala todos fuéramos como tú.
No nos callemos, gritemos ante las injusticias.
Es un placer disfrutar de tu letras.
Que estés pasando un feliz día.
Besos enormes
Querida María,
Excluirsuas palavras me tocaram profundamente.
Obrigada por ler com o coração aberto, por sentir junto, por transformar o que escrevi em algo ainda maior com a sua sensibilidade.
Você tem toda razão: estamos, sim, vivendo tempos de silêncio perigoso, de uma certa indiferença confortável. Mas não podemos aceitar que a dor alheia se torne invisível, especialmente a dor das crianças esses pequenos anjos que deveriam estar apenas brincando, nunca chorando por fome ou medo. Que nunca nos calemos diante das injustiças. Que tenhamos coragem de gritar, sim, mas também de agir com ternura, com verdade, com compaixão. Recebo com gratidão sua companhia e seu afeto. E sigo aqui, escrevendo, para que a gente continue se encontrando assim com coragem e esperança.
Um beijo enorme no seu coração, e que o seu dia também seja de luz.
😘🙏🏻
A espiritualidade e a fé sem saber em quê, é burra.
ResponderExcluirTambém sou da opinião de que temos que questionar.
Porque as coisas acontecem, como acontecem?
A gente as vezes questionamos isso. Questionamos a injustiça.
Onde está Deus que não vê isso?
Ele está no mesmo lugar... E por amor a nós, nos deu o livre arbítrio e não interfere, a não ser que peçamos socorro.
Mas é difícil entender isso.
Eu também vivo ME questionando e me perguntando se eu estou entendendo as coisas e o mundo.
As vezes não olhamos ao nosso redor e ficamos com pena dos pandas do Himalaia, enquanto os cachorros do nosso bairro passam fome.
Aí o cachorro olha pra gente e pergunta?
— Esses himanos não me vêem sofrer?
Será que Deus as vezes está olhando para os pandas do Himalaia?
Se a gente que é muito mais limitado faz essas coisas...
Um abraço minha amiga.
Desculpe acho que divaguei demais.
André,
Excluirque texto necessário. Não, você não divagou demais. Eu digo nos amigos o que penso. Porque aprendi a dizer o que sinto com verdade. Você fez perguntas que muitos de nós guardamos por vergonha, medo ou cansaço.
Questionar a fé não é sinal de fraqueza, é sinal de que estamos vivos por dentro. E eu também me pergunto, tantas vezes, se estou mesmo entendendo as coisas… ou se estou apenas tentando suportá-las.
Essa imagem do cachorro olhando pra gente e perguntando “vocês não me veem?” é quase um reflexo. Porque, no fundo, estamos todos querendo ser vistos por Deus, pelas pessoas, por nós mesmos.mas creio que o Pai está cuidando de tudo e não entendemos.
E talvez a resposta não venha em voz alta. Talvez venha num gesto, num olhar, num cachorro que nos obriga a sair do automático.
Obrigada por me fazer pensar. Seu texto não é só uma reflexão: é um chamado à consciência.
Um abraço com afeto desses que não respondem tudo, mas permanecem.
Fernanda
Boa tarde de paz, querida amiga Fernanda!
ResponderExcluirAté a Virgem Maria questionou...
"Como se dará isso?"...
Por temperamento, sou questionadora desde pequenina, só parei de perguntar às pessoas erradas, ainda que fossem da família, porque não tive respostas adequadas.
Sim, tem toda razão, o mundo anda de pernas para o ar e brigam em nome da religião... um disparate tremendo.
Não dá para entender um monte de injustiças reinantes e nem na nossa própria vida onde plantamos 'morangos do amor' e colhermos aqueles petrificados que nem dá para mordermos, kkk...
(descontraindo um pouco num assunto sério).
Por temperamento também, ainda bem que tento me aprender, sou avessa às injustiças.
Ou seja, sou questionadora e não adepta às injustiças não por mérito próprio, mas por temperamento, o que é herdado, porém trabalhado.
"Pecado é a indiferença. "
A cada caminhada pela manhã, olho ao lado e vejo gente dormindo com os pés encardidos, no chão frio, coberto por uma manta que algum bem-aventurado cedeu... tem como ser totalmente feliz atualmente?
A gente tenta minimizar tristezas várias para não desgastar o ânimo nem o convívio, mas quando sozinhas, no silêncio do coração, vem as interrogações mil... e não há chá de melissa que dê jeito no sono não descansado ao acordar.
Que seja em palavras, por aqui, vamos afirmando o mundo injusto e cheios de questionamentos plausíveis.
No mais, é ir fazendo o que podemos para ajudar o bem perto de nós como podemos visto que a política pública nem está aí, muitas vezes.
Tenha um final de dia abençoado!
Beijinhos fraternos de paz
Querida Roselia,
ResponderExcluirsuas palavras tocam com delicadeza e verdade. Também acredito que questionar é um jeito profundo de amar. Porque quem se pergunta, sente. E quem sente, não se acomoda.
A imagem dos “morangos petrificados” me arrancou um sorriso triste porque é exatamente isso, às vezes. A gente planta com amor e colhe o silêncio, ou a pedra. Mas seguimos, porque é da natureza do amor insistir.
E como você bem disse, não tem chá que resolva certas dores. Mas tem partilhas como a sua, que aquecem, confortam e nos lembram que ainda há gente vendo, sentindo, se importando.
Que bom te ler. Que bom te encontrar por aqui.
Um beijo com carinho e paz no coração ♥️
😘🙏🏻
Aqui se posta Nanda com um poema vigoroso, sem lacunas, entregando-se por inteira ao universo da palavra em que valoriza sobretudo o verbo: perguntar e o papel do Senhor. Ao questionar-se traz consigo o Outro, questionando-o e o convidando a refletir sobre os desconcertos do mundo. Do jogo de combinações de palavras, denuncia o que se faz e o que não se faz, sem perder de vista a interpenetração dos códigos que nos assediam para que nos calemos.
ResponderExcluirGosto da sua disposição em querer alterar a ordem das coisas pela palavra, é tarefa árdua, mas não podemos entregar os pontos, minha querida Fernanda!
Abraços,
José Carlos
osé Carlos,
Excluirsuas palavras me abraçam e me animam a continuar trilhando esse caminho de questionar, provocar e resistir pela palavra. É verdade, é tarefa árdua mas quando encontro amigos que captam a intenção e o pulso do que escrevo, como você fez aqui, sinto que vale a pena insistir. Que a gente nunca se cale diante dos desconcertos do mundo. Obrigada pelo olhar atento e generoso! Abraços com gratidão.
🙏🏻
Um texto muito poderoso e profundo. É doloroso perceber e se importar com os problemas deste mundo. Os questionamentos ampliam quando se tenta seguir o recomendado: "Amarás o teu próximo como a ti mesmo". Acrescentando então o outro trecho importante: "Amem os seus inimigos e orem por aqueles que os perseguem".
ResponderExcluirComo olhar para os lados e não questionar muitas coisas? Amar é também sofrer pelas dores de quem se ama.
Dell,
Excluirsuas palavras tocam profundamente. É verdade que amar de verdade, como nos foi ensinado, não é um exercício de romantismo ingênuo, mas de coragem porque nos abre para as dores e injustiças do mundo. Questionar é inevitável quando o amor se torna prática real, especialmente diante da difícil tarefa de amar até os inimigos. Seu texto é um lembrete de que esse amor não é passivo, mas ativo, e que ele nos move a olhar para o lado e não nos conformar com o sofrimento alheio.
🙏🏻
Querida Fernanda, calar-nos sobre este caos em que está mergulhado o mundo e a sociedade é covardia! Calar-nos perante o que os nossos olhos vèm todos os dias é mais é cumplicidade! Quando o amor se desvaloriza, se troca e compra como uma mercadoria barata, atingimos o máximo da nossa insignificância.
ResponderExcluirPor isso gostei muito da força e do impacto que colocaste nas tuas palavras.
Sim! Precisamos agir antes que seja tarde demais..
Vou deixar-te um poema que fiz à algum tempo e que completa o brilhantismo do teu texto.
É URGENTE
É urgente abrir novos caminhos
acender novas estrelas
descobrir novos horizontes
inventar outras cores
penetrar outros espaços
abrir fendas no tempo.
É urgente quebrar o silêncio
e, passo a passo, habitar outras noites.
É urgente criar novos versos
pensar novas metáforas
buscar novas forças
inventar novas artes
e partir sem medo e sem demora
para onde nasce o sonho
e, de novo, esculpir a vida.
Um forte abraço e todo o meu carinho.
Albino, suas palavras e seu poema me tocam profundamente. Concordo plenamente: silenciar diante da confusão é pactuar com ela, e o amor não pode ser reduzido a moeda de troca. Seu poema é um chamado poderoso quase um manifesto para que despertemos e nos movamos, criando, sonhando e esculpindo a vida com a coragem que o tempo exige. Obrigada por somar sua voz e sua poesia à minha, porque é assim, juntos, que podemos abrir caminhos e acender novas estrelas. Abraço cheio de gratidão e admiração.
Excluir🙏🏻
I especially appreciate how you connect this zeal for truth with the courage of Jesus overturning the tables and his tenderness toward the rejected. It's a perfect example of how love and justice are inseparable. The whole post is a powerful reminder that a faith that doesn't transform us is not enough. This is truly inspiring.
ResponderExcluirMelody,
Excluirsua percepção capta lindamente o cerne da mensagem que amor e justiça devem caminhar juntos. O exemplo da coragem e da ternura de Jesus nos mostra como a fé exige ação e compaixão simultaneamente. Obrigada por nos lembrar que a verdadeira fé transforma e nunca é passiva. Suas palavras também me inspiram!
🙏🏻
Questionar é sempre útil. Sem questionamentos a vida vira monotonia. De tanto que eu questionei, há décadas cheguei à conclusão que eu deveria tirar "Deus" dessa equação. Mesmo porque, cada um dos crentes que conheci na vida, tinham sua própria visão particular sobre Deus e como agir segundo sua vontade. A vontade de Deus é tantas quantas forem as vontades dos crentes...E há então os confrontos de vontades. Quando eu digo que a vontade alheia não pode ser a vontade de Deus.
ResponderExcluirEu acho hoje uma bobagem esse negócio de "vontade de Deus". Se Deus existe e tem "vontades" ele não passa de uma representação humana.
Hoje entendo que nossos questionamentos precisam antes de tudo, serem imanentes e não transcendentes (ainda que se possa fugir do imanente real para se refugiar no transcendente irreal quando o peso do real é grande demais). Em nome da fé um se diz possuidor da "verdade". O outro com uma fé exposta, também. Em nome da fé se mata, se cura, se confronta, se destrói e se constrói. Em nome da fé tudo é possível. Para o bem ou para o mal.
Tá na hora da humanidade evoluir, se emancipar de Deus tal qual um filho humano faz ao sair da casa do pai e ir fazer sua própria vida.
E nem precisa "esquecer do pai", dá sempre para dar um telefonema para expor as mágoas.
Eu entendo porque no filme Matrix, Neo quis a pílula vermelha, e o Cypher quis a pílula azul e esquecer daquele mundo decadente e subjugado pelas máquinas.
Haverá sempre os que questionarão a realidade e os que vão preferir esquecer como a realidade é.
Bom final de semana, abraços
Eduardo, seu texto é instigante e convida a refletir sobre temas que muitas vezes evitamos por medo ou convenção. A forma como você relaciona fé, vontade e questionamento mostra coragem intelectual e um olhar crítico para o mundo que nos cerca. Gostei especialmente da analogia com a pílula de Matrix, porque traduz de maneira muito clara essa escolha entre encarar a realidade como ela é ou permanecer no conforto de uma ilusão. Concordando ou não com cada ponto, é impossível ler suas palavras sem repensar conceitos e perceber a importância de questionar afinal, é do questionamento que nasce a evolução.
Excluir🙏🏻
Gostei da forma como abordaste o “zelo pela verdade” — com elegância, clareza e compromisso. É revigorante encontrar vozes que valorizam a integridade acima de tudo.
ResponderExcluirCom amor,
Daniela Silva 🩷🦋
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