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Eu amo escrever. Escrevo porque às vezes não cabe tudo aqui dentro. Porque há sentimentos que só se organizam quando viram palavras, e pensamentos que só fazem sentido quando dançam na página. Amo também olhar o céu e talvez isso diga tudo. Há quem olhe o céu para prever o tempo, eu olho para prever a mim mesma. Há algo em observar as nuvens, as estrelas ou o silêncio azul que me faz lembrar que existe poesia mesmo nos dias comuns. Este blog nasce desse encontro: entre a escrita e o céu. Vai ser um espaço para dividir pensamentos, contar histórias, guardar pedaços de mim e talvez, de você também, que me lê agora. Obrigada por estar aqui. Que você se sinta à vontade. Que cada texto seja como uma janela aberta, onde o vento entra leve e, quem sabe, traz um pouco de luz também

✿Amor sempre....

✿Amor sempre....
Caminho entre flores. O chão continuará pra nós com outras paisagens. Sou o que sou, porque é tudo que sei ser. E todo meu olhar escrito que você nunca aprendeu a ler, permanecerá no descaso para quem não compreende.

15 outubro, 2025

Entre Notas e Silêncios

Aleatoriamente um toque de poesia



Momento de descanso após a viagem. Crianças e adultos já recolhidos dormem tranquilamente, embalados pelo silêncio que só a noite consegue oferecer. Eu, ainda desperta, queria escrever. Amo tecer  palavras. Tenho tantas dentro de mim. Elas são também, minha parte favorita. Ligo o celular e Beethoven inicia, depois Ludovico Einaudi, me acompanham na escrita. Por um instante, fecho os olhos apenas para saborear a melodia, permitindo que cada nota penetre suave no meu coração.

Agradeço a meu Deus por essa paz sinfônica, essa alegria, essa história linda que Ele escreveu para mim. Tudo se desenrola como notas musicais divinas, e eu me sinto uma poesia, iluminada pela Sua misericórdia.

Sinto o sopro do vento atravessando a janela, como se ele também fosse uma nota perdida, um suspiro da natureza compondo junto comigo. Cada sombra na parede parece se mover ao ritmo do coração, e eu me deixo levar, flutuando entre lembranças e esperanças, entre a imagem das nuvens e o Eterno, entre o que foi e o que ainda será.

Admirando o Céu, as nuvens dançantes, aproveitei o momento e conversei com o Senhor do alto. Agradeci! Enquanto a canção toca, sigo minha prece silenciosa de gratidão. Obrigada, obrigada, obrigada, Papai! Por cada acorde, por cada instante, por cada sopro de vida que me permite sentir a beleza do mundo, mesmo nos pequenos detalhes.

E nesse momento, percebo que a música, a gratidão e a contemplação se entrelaçam, formando uma só harmonia aquela que não se escreve nem se fala, mas se vive e se sente profundamente. Sou poema, sou oração, sou melodia, e deixo que cada nota divina me envolva até que o silêncio, finalmente, me embale suavemente para descansar também.

E amanhã haverá um passeio bonito. Vou olhar o mar e lhe dizer, com o coração leve: “Oi, menino, voltei por uns dias.” Sinto a brisa acariciar meu rosto e imagino que o mar sorri de volta, acolhendo meus passos, minhas lembranças, meus instantes de alegria. É um reencontro silencioso, cheio de ternura e magia, onde tudo se torna simples e eterno ao mesmo tempo.


Obrigada por tudo!


Fernanda!

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depois que a letra nasce
não há silêncio
há um choro que só eu ouço
e um medo que ninguém vê
o medo de mostrar demais
de sangrar diante de estranhos
de ser lida com desdém
ou pior: com pressa
porque parir palavras
é também deixar o peito aberto
num mundo que não sabe lidar
com quem sente fundo
a escrita respira fora de mim
e eu, nua, assisto
alguns dizem que é lindo
outros nem leem até o fim
há quem tente vestir meu poema
com a própria assinatura
como se dor fosse transferível
como se parto tivesse atalho
e é aí que mais dói
quando roubam o nome da minha filha
e fingem que nasceu de outra boca
quando arrancam o umbigo do texto
e dizem: “isso é meu”
não é
eu sei cada madrugada que ela levou
cada perda que empurrou esse verso
cada lágrima que virou frase
não quero aplauso
mas exijo respeito
porque minha escrita
anda no mundo com meu rosto
meus olhos, minha história
e quando alguém a toma como se fosse nada
está me dizendo:
“você também é nada”
mas eu sou tudo
o que ninguém teve coragem de escrever
e continuo parindo
mesmo ferida
porque escrever é a única forma
que conheço de sobreviver
(Fernanda)