✿Aguarde os próximos capítulos...✿
26 outubro, 2025
O Mundo de Plástico
3 comentários:
depois que a letra nasce
não há silêncio
há um choro que só eu ouço
e um medo que ninguém vê
o medo de mostrar demais
de sangrar diante de estranhos
de ser lida com desdém
ou pior: com pressa
porque parir palavras
é também deixar o peito aberto
num mundo que não sabe lidar
com quem sente fundo
a escrita respira fora de mim
e eu, nua, assisto
alguns dizem que é lindo
outros nem leem até o fim
há quem tente vestir meu poema
com a própria assinatura
como se dor fosse transferível
como se parto tivesse atalho
e é aí que mais dói
quando roubam o nome da minha filha
e fingem que nasceu de outra boca
quando arrancam o umbigo do texto
e dizem: “isso é meu”
não é
eu sei cada madrugada que ela levou
cada perda que empurrou esse verso
cada lágrima que virou frase
não quero aplauso
mas exijo respeito
porque minha escrita
anda no mundo com meu rosto
meus olhos, minha história
e quando alguém a toma como se fosse nada
está me dizendo:
“você também é nada”
mas eu sou tudo
o que ninguém teve coragem de escrever
e continuo parindo
mesmo ferida
porque escrever é a única forma
que conheço de sobreviver
(Fernanda)
Bah,Nanda, sobrou pra ti! E também não julgo, mas acho desnecessária tantas vaidades, preenchimentos que depois ficam como a árvore beiçuda que encontrei aqui, lembras,rs.... beijos praianos, chica
ResponderExcluirBoa noite de domingo, querida amiga Fernanda!
ResponderExcluirDeus me livre de colocar plásticos em mim.
Não tenho coragem graças a Deus.
Tenha uma nova semana abençoada!
Beijinhos fraternos
Oi, Nanda, ah, esse mundo revirado sempre serve para quebrar o silêncio e refletirmos sobre figurinos. Digamos que a realidade aqui impressa nos fala de uma verdade que transcende os designíos de Deus ou de todo e qualquer aspecto do que chamamos de transitoriedade. É assim que, às vezes, queremos mudar e damos com os burros na água. Fazer o que? O burro seca ao sol e a gente escolhe uma toalha felpuda para esquecer a bobagem feita e estamos conversados, risos.
ResponderExcluirQuando o sujeito se toca é porque aprendeu... Se tal não acontecer há de se montar uma fábrica de toalhas, risos.
Meu abraço, Nanda!