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Eu amo escrever. Escrevo porque às vezes não cabe tudo aqui dentro. Porque há sentimentos que só se organizam quando viram palavras, e pensamentos que só fazem sentido quando dançam na página. Amo também olhar o céu e talvez isso diga tudo. Há quem olhe o céu para prever o tempo, eu olho para prever a mim mesma. Há algo em observar as nuvens, as estrelas ou o silêncio azul que me faz lembrar que existe poesia mesmo nos dias comuns. Este blog nasce desse encontro: entre a escrita e o céu. Vai ser um espaço para dividir pensamentos, contar histórias, guardar pedaços de mim e talvez, de você também, que me lê agora. Obrigada por estar aqui. Que você se sinta à vontade. Que cada texto seja como uma janela aberta, onde o vento entra leve e, quem sabe, traz um pouco de luz também

✿Amor sempre....

✿Amor sempre....
Caminho entre flores. O chão continuará pra nós com outras paisagens. Sou o que sou, porque é tudo que sei ser. E todo meu olhar escrito que você nunca aprendeu a ler, permanecerá no descaso para quem não compreende.

04 outubro, 2025

Poesia não se aprende, você nasce com ela

Aleatoriamente um toque de poesia


Há quem tente ensinar poesia como quem ensina gramática ou matemática, mas a verdade é que ela não se aprende se nasce com ela. Está no jeito que você respira, no modo como observa o mundo, na forma como sente antes de pensar.

A poesia não se mede. Não se ensina com regras, fórmulas ou exercícios. Ela se revela no silêncio que você guarda, nas palavras que escapam sem planejamento, no olhar que encontra beleza onde outros só veem rotina.

Alguns carregam a poesia no coração como quem carrega uma chama tênue: parece pequena, mas aquece profundamente. Outros a escondem, sem perceber, sufocados por medos ou julgamentos. Mas ela insiste em aparecer nos gestos, nos sonhos, nas lembranças que insistem em ser contadas.

Ser poeta não é escrever versos bonitos, é sentir o mundo com intensidade. É transformar dor em significado, silêncio em melodia, cotidiano em eternidade. É ter a sensibilidade para perceber que cada instante carrega algo de sagrado, mesmo na simplicidade mais discreta.

Poesia não se aprende. Ela nasce. E quando nasce, a gente percebe que viver é, acima de tudo, um ato poético: uma dança com o tempo, uma conversa com a memória, um abraço com a vida.

E quem nasce poeta sabe disso sente no peito, mesmo quando ninguém mais entende.

Fernanda 

E no fim, 
quem nasce poeta descobre que a vida inteira é verso mesmo nos dias mais silenciosos.

Um comentário:

  1. On naîte poète, ond devient prosateur, diz-nos Alfred de Musset (1810-1857). Em outras palavras, como você nos diz, a poesia é inata enquanto a escrita em prosa requer aprendizagem e o trabalho de artista.
    Meu abraço saudoso, minha querida Nanda!

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depois que a letra nasce
não há silêncio
há um choro que só eu ouço
e um medo que ninguém vê
o medo de mostrar demais
de sangrar diante de estranhos
de ser lida com desdém
ou pior: com pressa
porque parir palavras
é também deixar o peito aberto
num mundo que não sabe lidar
com quem sente fundo
a escrita respira fora de mim
e eu, nua, assisto
alguns dizem que é lindo
outros nem leem até o fim
há quem tente vestir meu poema
com a própria assinatura
como se dor fosse transferível
como se parto tivesse atalho
e é aí que mais dói
quando roubam o nome da minha filha
e fingem que nasceu de outra boca
quando arrancam o umbigo do texto
e dizem: “isso é meu”
não é
eu sei cada madrugada que ela levou
cada perda que empurrou esse verso
cada lágrima que virou frase
não quero aplauso
mas exijo respeito
porque minha escrita
anda no mundo com meu rosto
meus olhos, minha história
e quando alguém a toma como se fosse nada
está me dizendo:
“você também é nada”
mas eu sou tudo
o que ninguém teve coragem de escrever
e continuo parindo
mesmo ferida
porque escrever é a única forma
que conheço de sobreviver
(Fernanda)