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Eu amo escrever. Escrevo porque às vezes não cabe tudo aqui dentro. Porque há sentimentos que só se organizam quando viram palavras, e pensamentos que só fazem sentido quando dançam na página. Amo também olhar o céu e talvez isso diga tudo. Há quem olhe o céu para prever o tempo, eu olho para prever a mim mesma. Há algo em observar as nuvens, as estrelas ou o silêncio azul que me faz lembrar que existe poesia mesmo nos dias comuns. Este blog nasce desse encontro: entre a escrita e o céu. Vai ser um espaço para dividir pensamentos, contar histórias, guardar pedaços de mim e talvez, de você também, que me lê agora. Obrigada por estar aqui. Que você se sinta à vontade. Que cada texto seja como uma janela aberta, onde o vento entra leve e, quem sabe, traz um pouco de luz também

✿Amor sempre....

✿Amor sempre....
Caminho entre flores. O chão continuará pra nós com outras paisagens. Sou o que sou, porque é tudo que sei ser. E todo meu olhar escrito que você nunca aprendeu a ler, permanecerá no descaso para quem não compreende.

28 outubro, 2025

Resenha do livro : A complexidade das coisas banais, de Albino Santos

Aleatoriamente um toque de poesia
Resenha

Recebi de Albino Santos o livro A Complexidade das Coisas Banais de presente e, antes mesmo de abrir a primeira página, já havia uma beleza no gesto: um poeta que oferece seu olhar sobre o cotidiano, embalado pelo título que promete profundidade naquilo que, à primeira vista, parece simples. Agradeço, de coração, ao autor por me presentear com tão linda obra.

O livro é, como o nome sugere, uma viagem delicada pelo território do comum mas vista por dentro, com a lupa de quem sabe que a vida acontece nos intervalos. Albino Santos, tem esse dom raro de perceber o extraordinário no gesto mais trivial: o café que esfria na mesa, a lembrança que insiste em voltar, o silêncio que acompanha o entardecer. Em suas mãos, cada coisa banal se desdobra em camadas, e o leitor se vê diante de uma espécie de filosofia poética do cotidiano.

A linguagem é limpa, precisa, mas nunca fria. Há emoção no modo como o poeta costura palavras, sem pressa, respeitando o tempo de cada imagem. Ele parece entender que as palavras também respiram, e dá a elas o espaço necessário para dizer mais do que dizem. Ler Albino Santos é entrar num ritmo outro o da contemplação, o da pausa que revela sentido.

Os poemas e reflexões do livro formam um mosaico de experiências humanas: pequenas perdas, descobertas, memórias, ironias e ternuras. Cada texto é um convite para olhar de novo o que sempre esteve ali, mas que, pela pressa, deixamos de ver. Albino nos lembra que o banal é apenas o essencial disfarçado.

Em A complexidade das Coisas Banais, o autor prova que o poético não está distante da vida ele é a própria vida, quando olhada com atenção e amor. É um livro para ser lido devagar, com o coração aberto, como quem observa a luz mudar dentro de casa ao longo do dia.

Ao fechar a última página, fica a sensação de que o mundo está um pouco mais bonito não porque mudou, mas porque aprendemos, com Albino Santos, a enxergá-lo de outro modo.

Um livro necessário, terno e lúcido desses que permanecem ecoando em silêncio, mesmo depois que terminamos de ler. Amei e indico🙏🏻


Por
Fernanda

4 comentários:

  1. Boa noite de paz querida amiga Fernanda e poeta Albino!
    Conheci o poeta pela nossa amiga em comum Olinda Melo.
    Pelos seus poemas ou prosas poéticas no blog dele, se antevê como serão seus livros.
    A descrição que faz da obra dele revela a preciosidade dela e a delicadeza sua como leitora agradecida pelo enlevo.
    Cá entre nós, amiga!
    Se o mundo fosse gentil como você é com todos, seria um paraíso.
    Imagine que já ofertei livros a muitos e nenhum registro é feito. Às vezes, nem um obrigada.
    Como gostamos de compartilhar por amor, continuaremos à medida do possível
    Afinal, a dádiva é melhor do que o agradecimento que mais revela do que recebe o mimo.
    Sua delicadeza me inspira a ser melhor.
    A Palavra de Deus diz que por um justo, Ele salva a cidade toda...
    Parabéns a ambos!
    Tenha dias abençoados!
    Beijinhos fraternos
    P.S. Hoje foi dia da tarde alegre do coral.

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    1. Querida Roselia,

      Que comentário mais bonito e generoso o seu repleto de luz, ternura e verdade. É admirável como você transforma até uma simples mensagem em bênção: suas palavras acolhem, inspiram e fazem lembrar que a gentileza é, de fato, uma forma de oração.

      Você tem razão: a dádiva verdadeira está no gesto, não na resposta. O amor que se oferece sem esperar retorno é o que realmente ilumina o caminho e sua presença aqui é exatamente isso, uma dádiva silenciosa e rara.

      Que bom seria se o mundo tivesse mais corações como o seu, que enxergam beleza na partilha e fé nos pequenos gestos. Que a alegria do coral siga ecoando também nas suas palavras, que já são, por si, um canto de paz.

      Com carinho e gratidão,
      🙏🏻😘

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  2. Oi, Nanda, gostei dessa iluminura, desse jeito de revelar o jeito de Albino desvelar a complexidade das coisas banais. Aguardo o momento de descobrir como o poeta se constrói ou constrói o prazer de se lidar com as coisas banais.
    Na minha agenda,
    Um abraço,

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    1. Querido Eros,

      Que bonito isso que você escreveu “a complexidade das coisas banais”. É exatamente aí que a poesia se manifesta: na revelação do simples, no toque quase imperceptível que transforma o cotidiano em algo luminoso.

      0 amigo Albino, tem mesmo esse dom de fazer o banal respirar, e é uma alegria ver que você o percebe com tanta sensibilidade. Sua leitura é um gesto de cumplicidade poética desses que unem quem escreve e quem lê num mesmo clarão.

      Um abraço com gratidão 🙏🏻 🤗

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depois que a letra nasce
não há silêncio
há um choro que só eu ouço
e um medo que ninguém vê
o medo de mostrar demais
de sangrar diante de estranhos
de ser lida com desdém
ou pior: com pressa
porque parir palavras
é também deixar o peito aberto
num mundo que não sabe lidar
com quem sente fundo
a escrita respira fora de mim
e eu, nua, assisto
alguns dizem que é lindo
outros nem leem até o fim
há quem tente vestir meu poema
com a própria assinatura
como se dor fosse transferível
como se parto tivesse atalho
e é aí que mais dói
quando roubam o nome da minha filha
e fingem que nasceu de outra boca
quando arrancam o umbigo do texto
e dizem: “isso é meu”
não é
eu sei cada madrugada que ela levou
cada perda que empurrou esse verso
cada lágrima que virou frase
não quero aplauso
mas exijo respeito
porque minha escrita
anda no mundo com meu rosto
meus olhos, minha história
e quando alguém a toma como se fosse nada
está me dizendo:
“você também é nada”
mas eu sou tudo
o que ninguém teve coragem de escrever
e continuo parindo
mesmo ferida
porque escrever é a única forma
que conheço de sobreviver
(Fernanda)