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Eu amo escrever. Escrevo porque às vezes não cabe tudo aqui dentro. Porque há sentimentos que só se organizam quando viram palavras, e pensamentos que só fazem sentido quando dançam na página. Amo também olhar o céu e talvez isso diga tudo. Há quem olhe o céu para prever o tempo, eu olho para prever a mim mesma. Há algo em observar as nuvens, as estrelas ou o silêncio azul que me faz lembrar que existe poesia mesmo nos dias comuns. Este blog nasce desse encontro: entre a escrita e o céu. Vai ser um espaço para dividir pensamentos, contar histórias, guardar pedaços de mim e talvez, de você também, que me lê agora. Obrigada por estar aqui. Que você se sinta à vontade. Que cada texto seja como uma janela aberta, onde o vento entra leve e, quem sabe, traz um pouco de luz também

✿Amor sempre....

✿Amor sempre....
Caminho entre flores. O chão continuará pra nós com outras paisagens. Sou o que sou, porque é tudo que sei ser. E todo meu olhar escrito que você nunca aprendeu a ler, permanecerá no descaso para quem não compreende.

06 novembro, 2025

Aleatoriamente dois

Aleatoriamente um toque de poesia


Gosto muito de escrever e sei que já deu pra notar. Talvez seja por isso que ainda estou por aqui, tantas vezes, insistindo nas palavras como quem insiste num abraço que ainda cura.
Já tem muitos anos que o Aleatoriamente tem sido o meu divã. Um espaço onde me sento, desabafo e deixo as palavras fazerem o trabalho que, às vezes, nem o tempo consegue fazer.

Este aqui é o Aleatoriamente dois. O outro, confesso, já “abarrotei”.
Ficou cheio de mim, de dores, de saudades, de confissões que só as letras entendem.
Ali tem muita fratura exposta. Textos que sangram e se curam ao mesmo tempo.
Deixei em off. Não porque o que vivi deixou de existir, mas porque aprendi que algumas dores também merecem silêncio.

Agora escrevo diferente, com mais ternura e menos urgência.
Mas ainda escrevo. Porque a escrita é o meu modo de continuar existindo, mesmo quando tudo parece quieto demais.

O Natal se aproxima, e eu fico assim mais reflexiva, mais atenta aos sussurros da alma.
Penso em quantas vidas cruzaram a minha, quantas ficaram nas entrelinhas, quantas ainda virão.
O Natal tem esse poder de abrir o coração, de nos fazer olhar para dentro com uma luz mansa, quase sagrada.

E eu continuo aqui, escrevendo aleatoriamente… mas com propósito.
Porque escrever, pra mim, é um modo de prece.
E cada texto que nasce é uma pequena oferenda de amor ao que já fui e ao que ainda serei.


Fernanda


4 comentários:

  1. Nanda, que bom tu gostaw de escrever e te faz bem. Para nós também te ler faz bem. Que continues sempre com tuas escritas preces que sempre que der aqui estaremos! beijos, chica

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    1. Chica,

      que alegria ler teu carinho! Porque você é muito, muito especial pra mim.
      Escrever me faz mesmo muito bem é como respirar com o coração. E saber que minhas palavras também te fazem bem deixa tudo ainda mais bonito. Obrigada por essa presença doce de sempre! 🙏🏻
      Beijos com muito carinho. 😘🥰

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  2. Your words have such quiet strength, Fernanda. I can feel the tenderness and honesty in every line, writing truly becomes a gentle companion when life grows reflective.

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    1. Melody,

      muito obrigada pelas tuas palavras tão bonitas.
      Também acredito que a escrita é isso uma amiga silenciosa que nos escuta quando o coração precisa respirar. Fico muito feliz que tenhas sentido essa ternura nas minhas linhas.
      Obrigada por teu comentário ele é como um abraço cheio de afeto 🙏🏻😘

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depois que a letra nasce
não há silêncio
há um choro que só eu ouço
e um medo que ninguém vê
o medo de mostrar demais
de sangrar diante de estranhos
de ser lida com desdém
ou pior: com pressa
porque parir palavras
é também deixar o peito aberto
num mundo que não sabe lidar
com quem sente fundo
a escrita respira fora de mim
e eu, nua, assisto
alguns dizem que é lindo
outros nem leem até o fim
há quem tente vestir meu poema
com a própria assinatura
como se dor fosse transferível
como se parto tivesse atalho
e é aí que mais dói
quando roubam o nome da minha filha
e fingem que nasceu de outra boca
quando arrancam o umbigo do texto
e dizem: “isso é meu”
não é
eu sei cada madrugada que ela levou
cada perda que empurrou esse verso
cada lágrima que virou frase
não quero aplauso
mas exijo respeito
porque minha escrita
anda no mundo com meu rosto
meus olhos, minha história
e quando alguém a toma como se fosse nada
está me dizendo:
“você também é nada”
mas eu sou tudo
o que ninguém teve coragem de escrever
e continuo parindo
mesmo ferida
porque escrever é a única forma
que conheço de sobreviver
(Fernanda)