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06 novembro, 2025
Aleatoriamente dois
14 comentários:
depois que a letra nasce
não há silêncio
há um choro que só eu ouço
e um medo que ninguém vê
o medo de mostrar demais
de sangrar diante de estranhos
de ser lida com desdém
ou pior: com pressa
porque parir palavras
é também deixar o peito aberto
num mundo que não sabe lidar
com quem sente fundo
a escrita respira fora de mim
e eu, nua, assisto
alguns dizem que é lindo
outros nem leem até o fim
há quem tente vestir meu poema
com a própria assinatura
como se dor fosse transferível
como se parto tivesse atalho
e é aí que mais dói
quando roubam o nome da minha filha
e fingem que nasceu de outra boca
quando arrancam o umbigo do texto
e dizem: “isso é meu”
não é
eu sei cada madrugada que ela levou
cada perda que empurrou esse verso
cada lágrima que virou frase
não quero aplauso
mas exijo respeito
porque minha escrita
anda no mundo com meu rosto
meus olhos, minha história
e quando alguém a toma como se fosse nada
está me dizendo:
“você também é nada”
mas eu sou tudo
o que ninguém teve coragem de escrever
e continuo parindo
mesmo ferida
porque escrever é a única forma
que conheço de sobreviver
(Fernanda)

Nanda, que bom tu gostaw de escrever e te faz bem. Para nós também te ler faz bem. Que continues sempre com tuas escritas preces que sempre que der aqui estaremos! beijos, chica
ResponderExcluirChica,
Excluirque alegria ler teu carinho! Porque você é muito, muito especial pra mim.
Escrever me faz mesmo muito bem é como respirar com o coração. E saber que minhas palavras também te fazem bem deixa tudo ainda mais bonito. Obrigada por essa presença doce de sempre! 🙏🏻
Beijos com muito carinho. 😘🥰
Your words have such quiet strength, Fernanda. I can feel the tenderness and honesty in every line, writing truly becomes a gentle companion when life grows reflective.
ResponderExcluirMelody,
Excluirmuito obrigada pelas tuas palavras tão bonitas.
Também acredito que a escrita é isso uma amiga silenciosa que nos escuta quando o coração precisa respirar. Fico muito feliz que tenhas sentido essa ternura nas minhas linhas.
Obrigada por teu comentário ele é como um abraço cheio de afeto 🙏🏻😘
Boa noite de Paz, querida amiga Fernanda!
ResponderExcluirO ano de 2025 foi muifo produtivo para mim, não estou falando de quantidade...
Já te falei uma vez aqui que estava passando a limpo a minha vida.... e, consequrntemente, os meus escritos.
Entendo, perfeitamente, você deixar certas coisas 'In off'.
Eu já fiz assim com outros blogs. Senti a mesma necessidade sua.
Inclusive, publiquei livros diferentes em 2025.
Por que?
Porque muita coisa está diferente.para mim.
Após uma grande dor, uma terrível desolação, vem a paz interior, a consolação da consciência reta.
Li hoje um pensamento perfeito:
Eu não escrevo porque existe um público, escrevo porque existe a Literatura.
(Susan Sontag)
Define meu Escrever...
Tem mais:
"Escrever é procurar entender, é procurar reproduzir o irreproduzível, é sentir até o último fim o sentimento que permaneceria apenas vago e sufocador.
Escrever é também abençoar uma vida que não foi abençoada."
Clarice Lispector, minha musa.
Tenha uma noite abençoada!
Beijinhos fraternos
Querida Roselia,
ExcluirÉ bonito perceber o quanto 2025 foi um tempo de colheita interior para você não de quantidade, mas de sentido. Passar a limpo a própria vida é um gesto de coragem e, ao mesmo tempo, de ternura com o que fomos. Entendo perfeitamente o silêncio e a reserva: há fases em que é preciso recolher para florescer de novo.
E que pensamento lindo esse: “Eu não escrevo porque existe um público, escrevo porque existe a Literatura.”
É exatamente isso! A escrita como lugar de verdade, de alma, de reconciliação.
Com carinho,
🙏🏻😘
Olá, amiga Fernanda, acho que você tem razão quando diz que seu blog é seu divã, pois nele você expõe seus sentimentos mais profundos, co0mo se estivesse diante de um psicanalista freudiano. E a escrita para você, tem sido a sua fala para o analista, que supostamente a escuta.
ResponderExcluirE você fala muito bem, isso é, você escreve muito bem, mas pelo que leio esse falar e esse escrever são quase sinônimos. Escrever, como você diz, tem sido seu alento, uma forma de sobrevivência. Essa sobrevivência é muito comum entre os literatos que transferem suas dores para o papel e para a tela do computador e do celular. Claro, não deve ser só de dor, mas também de alegria e de superação.
Parabéns, amiga!
Um ótimo fim de semana, com paz e alegria.
Forte abraço!
Bom Dia Pedro,
Excluirgostei muito da sua leitura tão sensível e precisa.
Sim, o blog acaba sendo esse espaço de escuta silenciosa, um divã onde as palavras se deitam e ganham outra forma.
Talvez escrever seja mesmo isso: um modo de me ouvir enquanto falo, um exercício de cura pelas entrelinhas.
E você tem razão, aqui há textos de diversos tons e sentimentos. Há também a esperança, o humor, a delicadeza que insiste em resistir. Obrigada pelo olhar generoso e pela presença🙏🏻
Que lindo leerte.
ResponderExcluirUn besote y feliz viernes.
Obrigada Beatriz!🙏🏻
ResponderExcluirFernanda, escrever é preciso. E se só faz bem, que se escreva sempre e muito.
ResponderExcluirEu gosto de escrever e todos dia estou riscando alguma coisa. Mas é um escrever diferente do seu. Não tem texto. É o prazer de segurar na caneta, e mais raramente num lápis com borracha.
Tive um Professor que dizia: "Liliane, escreva sempre, escreva todos os dias." Eu dizia: Professor, nem sempre a gente tem assunto.
E ele dizia: "mesmo assim escreva. Comece dizendo que está sem assunto, mas...... de repente vc vai ver que já escreveu alguma coisa."
Minha mãe também me mandava escrever cartas. Eu dizia que tia Ciata demorava a responder. E mamãe dizia: Mas escreva. Ciata vai ficar com vergonha de não está lhe respondendo.
E eu não sei Fernanda, o que eu, criança, escrevia para tia Ciata. Mas escrevia.
Beijo,
Liliane,
Excluirque delícia ler teu comentário!
Acho tão bonito esse gesto de escrever à mão o papel, a caneta, o som leve do traço… é quase uma oração.
Teu professor e tua mãe tinham razão: escrever é uma forma de estar presente, mesmo quando não há assunto. É como acender uma luz num quarto vazio e descobrir que há vida ali, esperando por nós. E adorei essa imagem da tia Ciata recebendo tuas cartas de menina há tanto afeto escondido nessas lembranças.
Um beijo grande, com o carinho de quem também escreve para não esquecer de sentir. 😘
Olá Fernanda, querida amiga,
ResponderExcluirHá uma epígrafe de Fernando Pessoa, na qual me revejo inteiramente:
"Se escrevo o que sinto é porque assim diminuo a febre de sentir. O que confesso não tem importância, pois nada tem importância. Faço paisagens com o que sinto."
Apesar de eu não ser um autor aotubiográfico, esta frase tem uma abrangência enorme.
Fazer paisagens com o que sentimos, é uma metáfora belíssima, que só Pessoa podia escrever.
Resta dizer, que tudo o que escreves é para mim muito inspirador!
Tem um bom fim de semana Fernanda.
Um carinhoso abraço.
Albino,
Excluirquerido amigo,
que epígrafe mais perfeita e tão verdadeira. Pessoa sempre soube nomear o indizível, não é? Fazer paisagens com o que sentimos… talvez seja isso mesmo o que tentamos ao escrever: dar forma àquilo que insiste em viver dentro de nós.
Fico muito feliz em saber que minhas palavras te inspiram tua presença por aqui também me inspira e me alegra. Um bom fim de semana para ti, com o coração em calmaria.
Um abraço cheio de ternura,
🤗