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Eu amo escrever. Escrevo porque às vezes não cabe tudo aqui dentro. Porque há sentimentos que só se organizam quando viram palavras, e pensamentos que só fazem sentido quando dançam na página. Amo também olhar o céu e talvez isso diga tudo. Há quem olhe o céu para prever o tempo, eu olho para prever a mim mesma. Há algo em observar as nuvens, as estrelas ou o silêncio azul que me faz lembrar que existe poesia mesmo nos dias comuns. Este blog nasce desse encontro: entre a escrita e o céu. Vai ser um espaço para dividir pensamentos, contar histórias, guardar pedaços de mim e talvez, de você também, que me lê agora. Obrigada por estar aqui. Que você se sinta à vontade. Que cada texto seja como uma janela aberta, onde o vento entra leve e, quem sabe, traz um pouco de luz também

✿Amor sempre....

✿Amor sempre....
Caminho entre flores. O chão continuará pra nós com outras paisagens. Sou o que sou, porque é tudo que sei ser. E todo meu olhar escrito que você nunca aprendeu a ler, permanecerá no descaso para quem não compreende.

01 novembro, 2025

Amanhã

Aleatoriamente um toque de poesia


Hoje, decidi mudar algumas coisas aqui dentro, mas desculpa ainda não consigo…
Acordei, agradeci e recordei.

Tantas coisas aconteceram na minha história, e eu sei porque hoje acordei saudade. Tá tudo diferente nela amor…

Ainda lembro parece que foi ontem. O riso às escondidas no corredor da escola, o gosto doce de chocolate que prometi dividir contigo, o cheiro da tarde que já se estendia preguiçoso no fim de agosto. Tudo parecia pequenino, vetusto nas memórias, e ao mesmo tempo pulsante como se agora acontecesse.

Lembro-me de sentar na varanda da casa antiga, com as pernas cruzadas e os olhos voltados para o infinito que eu achava que era só nosso. A luz baixava suave, e eu senti, pela primeira vez, que existia um canto no tempo onde a ternura poderia morar mesmo que eu ainda não soubesse o nome dessa morada.

Parece que foi ontem e, ainda assim, tudo mudou. A casa mudou, o corpo mudou, os sonhos se moldaram em novas formas. Mas esse momento, esse encontro comigo mesma, permaneceu. Guardado no “parece que foi ontem”.

E percebo que o hoje carrega vestígios desse ontem, não como peso, mas como saudade gentil. Uma saudade que não dói, apenas diz: “lembra-te de quem eras, lembra-te do riso puro, lembra-te de que a vida continuou e que és a continuação”.

Hoje, quando me sento naquela nova poltrona que escolhi para mim, fecho os olhos e sinto.
E a frase soa: ainda lembro. Parece que foi ontem.
E talvez fosse e talvez seja.

O que está estranho 😐 hoje? O mundo está errado?

Não! Não é porque o mundo lá fora esteja errado às vezes, ele só demonstra as lembranças e o cansaço que já mora em mim, mas porque sinto que o meu mundo interno pede ajustes suaves, quando ainda penso em ti.

Levantei-da cama com o desejo simples de reordenar: mover uma poltrona, trocar a luz da sala, talvez abrir as janelas antes de o sol se despedir. Quis que o lugar que me acolhe fosse mais fiel ao que me habita agora, à mulher que sou, aos sonhos que guardo, às saudades que se tornaram paz.

Mudei o tapete que parecia pesado demais para os pés cansados. Mudei o quadro de lugar, para que o olhar encontrasse uma imagem amiga ao acordar. Mudei meu ritmo por um momento: desliguei o celular, deixei o silêncio entrar e fiquei a escutar o som da minha própria respiração.

E percebi que a mudança não exige gestos grandiosos exige gesto de presença. Um “hoje” decidido, um “agora” escolhido. Pois a casa, esse canto gostoso que habito, merece refletir quem me tornei. E eu mereço que meu interior encontre morada externa no hoje também mesmo com saudades 😢 

Amanhã, vamos soltar os balões com carinho rumo aos Céus para te abraçar. 

Obrigada por tudo meu amor 🙏🏻



Fernanda


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depois que a letra nasce
não há silêncio
há um choro que só eu ouço
e um medo que ninguém vê
o medo de mostrar demais
de sangrar diante de estranhos
de ser lida com desdém
ou pior: com pressa
porque parir palavras
é também deixar o peito aberto
num mundo que não sabe lidar
com quem sente fundo
a escrita respira fora de mim
e eu, nua, assisto
alguns dizem que é lindo
outros nem leem até o fim
há quem tente vestir meu poema
com a própria assinatura
como se dor fosse transferível
como se parto tivesse atalho
e é aí que mais dói
quando roubam o nome da minha filha
e fingem que nasceu de outra boca
quando arrancam o umbigo do texto
e dizem: “isso é meu”
não é
eu sei cada madrugada que ela levou
cada perda que empurrou esse verso
cada lágrima que virou frase
não quero aplauso
mas exijo respeito
porque minha escrita
anda no mundo com meu rosto
meus olhos, minha história
e quando alguém a toma como se fosse nada
está me dizendo:
“você também é nada”
mas eu sou tudo
o que ninguém teve coragem de escrever
e continuo parindo
mesmo ferida
porque escrever é a única forma
que conheço de sobreviver
(Fernanda)