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Eu amo escrever. Escrevo porque às vezes não cabe tudo aqui dentro. Porque há sentimentos que só se organizam quando viram palavras, e pensamentos que só fazem sentido quando dançam na página. Amo também olhar o céu e talvez isso diga tudo. Há quem olhe o céu para prever o tempo, eu olho para prever a mim mesma. Há algo em observar as nuvens, as estrelas ou o silêncio azul que me faz lembrar que existe poesia mesmo nos dias comuns. Este blog nasce desse encontro: entre a escrita e o céu. Vai ser um espaço para dividir pensamentos, contar histórias, guardar pedaços de mim e talvez, de você também, que me lê agora. Obrigada por estar aqui. Que você se sinta à vontade. Que cada texto seja como uma janela aberta, onde o vento entra leve e, quem sabe, traz um pouco de luz também

✿Amor sempre....

✿Amor sempre....
Caminho entre flores. O chão continuará pra nós com outras paisagens. Sou o que sou, porque é tudo que sei ser. E todo meu olhar escrito que você nunca aprendeu a ler, permanecerá no descaso para quem não compreende.

02 novembro, 2025

O que não planejamos

Aleatoriamente um toque de poesia



A vida raramente segue o roteiro que escrevemos para ela. A gente faz planos, traça metas, ensaia falas e o destino, com seu humor particular, muda as falas na hora da cena. Por muito tempo, me entristeci com isso. Eu queria controle, previsibilidade, garantias. Mas, aos poucos, aprendi que o imprevisto também tem poesia.

Nem tudo é como imaginamos, e talvez seja essa a graça. Às vezes, o caminho que parecia certo termina abruptamente, e o desvio, aquele que parecia um erro, revela um horizonte que eu nunca teria ousado sonhar.

O que a vida me ensinou é que o melhor raramente vem embalado no formato que esperávamos. Às vezes chega disfarçado de perda, de desencontro, de atraso. Só mais tarde, quando a poeira baixa, percebemos que havia um propósito escondido naquele jeitinho.

Há beleza no não-planejado. Há sabedoria em aceitar que o controle é uma ilusão, e que a leveza vem justamente de confiar. Quando deixamos de lutar contra o fluxo e passamos a caminhar com ele, a vida encontra um jeito de nos surpreender e quase sempre, de forma melhor do que havíamos imaginado.

Hoje, quando algo foge dos meus planos, respiro fundo e penso: talvez seja o tempo me ensinando a abrir espaço para o inesperado. Porque o que não sai como o previsto, às vezes, é o que nos salva.


Fernanda

4 comentários:

  1. Te entendo bem,Nanda! Nem sempre as coisas acontecem como planejamos, mas não podemos perder a graça por isso. Na hora ficamos desapontadas, mas depois vem uma força e como que uma voz que nos diz: Vai em frente,sua boba! Será pra melhor,na certa! E assim acontece e tudo enfrentamos! Boa noite! beijos praianos, chica

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  2. Boa noite de paz, querida amiga Fernanda!
    Respirei fundo aqui...
    Vou lhe contar algo sobre meu temperamento.
    Fiz o Eneagrama e estudei muito profundamente o curso na linha oriental.
    Aprendi que gosto/preciso de estabilidade.
    Pergunta se eu tive?
    Não fosse eu estar estabilizada em Deus, poderia ter entrado em desespero.
    Graças ao Bom Deus estou sempre me erguendo como uma fênix.
    Mais a vida me atropela como um trator desgovernado... mais also voo.
    Só eu sei como Deus me protege dos desencontros.
    A cada novo percurso, mais forte vou ficando.
    Sempre sabendo que NADA é meu, nem mesmo os filhos...
    Enfim, Deus sabe o que é melhor para mim e me protege de pessoas que não me valorizam.
    Por confiar Nele, nada mais quero ter controle. Ele me rege e me guarda.
    Assim, será com você e com todos os que confiam no Senhor.
    Tenha uma nova semana abençoada!
    Beijinhos fraternos


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  3. "O imprevisto também tem poesia". É bem verdade minha Amiga Fernanda. Aquilo que é inesperado traz-nos uma forma de espreitar a vida de outro modo. Tantas vezes da melhor forma, tantas vezes sem darmos conta que foi a própria vida que nos encaminhou. É bom improvisar cada dia como uma descoberta de nós mesmos e das múltiplas realidades que nos cercam. Tudo de bom para si.
    Um beijo.

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depois que a letra nasce
não há silêncio
há um choro que só eu ouço
e um medo que ninguém vê
o medo de mostrar demais
de sangrar diante de estranhos
de ser lida com desdém
ou pior: com pressa
porque parir palavras
é também deixar o peito aberto
num mundo que não sabe lidar
com quem sente fundo
a escrita respira fora de mim
e eu, nua, assisto
alguns dizem que é lindo
outros nem leem até o fim
há quem tente vestir meu poema
com a própria assinatura
como se dor fosse transferível
como se parto tivesse atalho
e é aí que mais dói
quando roubam o nome da minha filha
e fingem que nasceu de outra boca
quando arrancam o umbigo do texto
e dizem: “isso é meu”
não é
eu sei cada madrugada que ela levou
cada perda que empurrou esse verso
cada lágrima que virou frase
não quero aplauso
mas exijo respeito
porque minha escrita
anda no mundo com meu rosto
meus olhos, minha história
e quando alguém a toma como se fosse nada
está me dizendo:
“você também é nada”
mas eu sou tudo
o que ninguém teve coragem de escrever
e continuo parindo
mesmo ferida
porque escrever é a única forma
que conheço de sobreviver
(Fernanda)