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Eu amo escrever. Escrevo porque às vezes não cabe tudo aqui dentro. Porque há sentimentos que só se organizam quando viram palavras, e pensamentos que só fazem sentido quando dançam na página. Amo também olhar o céu e talvez isso diga tudo. Há quem olhe o céu para prever o tempo, eu olho para prever a mim mesma. Há algo em observar as nuvens, as estrelas ou o silêncio azul que me faz lembrar que existe poesia mesmo nos dias comuns. Este blog nasce desse encontro: entre a escrita e o céu. Vai ser um espaço para dividir pensamentos, contar histórias, guardar pedaços de mim e talvez, de você também, que me lê agora. Obrigada por estar aqui. Que você se sinta à vontade. Que cada texto seja como uma janela aberta, onde o vento entra leve e, quem sabe, traz um pouco de luz também

✿Amor sempre....

✿Amor sempre....
Caminho entre flores. O chão continuará pra nós com outras paisagens. Sou o que sou, porque é tudo que sei ser. E todo meu olhar escrito que você nunca aprendeu a ler, permanecerá no descaso para quem não compreende.

27 dezembro, 2025

Quando falo de poema

Aleatoriamente um toque de poesia


Quando falo de poema,
não falo só de versos bem arranjados.
Falo de alma escrita em silêncio,
de sentimentos pendurados nas entrelinhas,
de um sopro que nasce no peito
e escorre pela ponta da caneta.

Poema não é só palavra.
É o que escapa dela.
É o tremor antes do choro,
a lembrança que chega de mansinho,
o que não coube na fala
e precisou virar metáfora.

Quando falo de poema,
falo de abrigo.
Falo de mim tentando me entender,
de outros se reconhecendo sem que eu diga seus nomes.
Falo de cura  ainda que disfarçada.
Falo de oração  mesmo sem invocar o céu.

Poema é isso:
um corpo de letras
com alma de vento.

2 comentários:

  1. E consegue fazer isso muito bem. Parabéns!

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  2. Muito bonito este olhar sobre o poema, qque é mais do que acasalamento de palavras rebuscadas. Há todo um sentimento claro e ou oculto em entrelinhas, mas alí está o sentimento do poeta. As metáforas são artimanhas do poeta para muitas vezes não dizer o indizível. Gostei Fernandinha.
    Que Natal tenha sido de coração e familia e que o novo ano venha carregado de belos sonhos realizáveis amiga.
    Carinhoso abraço e grato pela companhia em 2025 e vamos ao trem de 2026 para uma longa viagem pelas doze estações.

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depois que a letra nasce
não há silêncio
há um choro que só eu ouço
e um medo que ninguém vê
o medo de mostrar demais
de sangrar diante de estranhos
de ser lida com desdém
ou pior: com pressa
porque parir palavras
é também deixar o peito aberto
num mundo que não sabe lidar
com quem sente fundo
a escrita respira fora de mim
e eu, nua, assisto
alguns dizem que é lindo
outros nem leem até o fim
há quem tente vestir meu poema
com a própria assinatura
como se dor fosse transferível
como se parto tivesse atalho
e é aí que mais dói
quando roubam o nome da minha filha
e fingem que nasceu de outra boca
quando arrancam o umbigo do texto
e dizem: “isso é meu”
não é
eu sei cada madrugada que ela levou
cada perda que empurrou esse verso
cada lágrima que virou frase
não quero aplauso
mas exijo respeito
porque minha escrita
anda no mundo com meu rosto
meus olhos, minha história
e quando alguém a toma como se fosse nada
está me dizendo:
“você também é nada”
mas eu sou tudo
o que ninguém teve coragem de escrever
e continuo parindo
mesmo ferida
porque escrever é a única forma
que conheço de sobreviver
(Fernanda)