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Eu amo escrever. Escrevo porque às vezes não cabe tudo aqui dentro. Porque há sentimentos que só se organizam quando viram palavras, e pensamentos que só fazem sentido quando dançam na página. Amo também olhar o céu e talvez isso diga tudo. Há quem olhe o céu para prever o tempo, eu olho para prever a mim mesma. Há algo em observar as nuvens, as estrelas ou o silêncio azul que me faz lembrar que existe poesia mesmo nos dias comuns. Este blog nasce desse encontro: entre a escrita e o céu. Vai ser um espaço para dividir pensamentos, contar histórias, guardar pedaços de mim e talvez, de você também, que me lê agora. Obrigada por estar aqui. Que você se sinta à vontade. Que cada texto seja como uma janela aberta, onde o vento entra leve e, quem sabe, traz um pouco de luz também

✿Amor sempre....

✿Amor sempre....
Caminho entre flores. O chão continuará pra nós com outras paisagens. Sou o que sou, porque é tudo que sei ser. E todo meu olhar escrito que você nunca aprendeu a ler, permanecerá no descaso para quem não compreende.

11 junho, 2014

Simples assim

(Este texto foi escrito numa 

quinta-feira, 20 de setembro de 2012)


Hum, caxemira é um tecido fino,

mas prefiro a chita, ecoou riso na sala.

Tudo bem Fernanda, ninguém que conheço casa de chita.

Então um assunto predileto destes vem coberto de simplicidade?
A menina fica em silêncio e depois de muito refletir diz:
Mãe (sogra), me fala do seu casamento? Como foi o dia mais feliz de sua vida?
- Ah, foi deslumbrante.
Eu toda vestida de noiva, uma tiara de pérolas que era de minha avó materna, um vestido de época maravilhoso que foi da minha avó também.
Então sua roupa foi toda vinda de outros casamentos?
- Sim! Mas tudo muito fino e exuberante, assim como o seu.
Não sei se vou saber usar tanto luxo.
Querida você será uma linda princesa, eu vou arrumar você, não se preocupe.

Pausa...
Mas sou simples.
- Não! Você é linda.
Sabe? Não posso casar assim parecendo uma princesa, nunca vislumbrei o que não podia alcançar.
- Minha querida, sua história é outra, agora você pode tudo.

Pausa...
Agradeço que seja outra, mas não posso tudo, se eu pudesse tudo faria tudo ser simplicidade.
Uma censura minha a esse seu ato, uma noiva precisa ser noiva. Este dia é muito importante para uma moça, querida. É o grande dia.
Sei disso. E por saber disso gostaria de ser apenas eu mesma.
Adoraria muitas flores na igreja, de preferência margaridas de todas as cores. Na verdade, amaria me casar a céu aberto, compartilhando a minha alegria com Deus, a natureza, meus amigos, todos juntos. Usar um vestidinho simples e branco, uma tiara de flores junto ao meu véu de ir à igreja todos os domingos, pés descalços sentindo a energia da criação divina sob meus pés.
Que absurdo!
Não pode ser assim senhora?
Querida não fica bem, estivemos planejando algo grande lembra?
Estivemos?
Bom... Eu quero algo bonito para os dois.
Está bem!

E a luz do sol irradiava tons de arco-íris, uma mistura luminosa no rosto que trazia felicidade.
O verbo amar se conjugava bonito e não precisava de adorno, a não ser pelo sentimento que coroava tudo num laço de eternidade. Agora a expectativa do dia.
Levíssima ela olha para as duas mãos que se juntaram num tom de agradecimento e o riso desabrochou solto, leve e largo.

Amar é liberdade, responsabilidade, respeito, carinho, presença no outro.
“O que se liga na terra está ligado no céu” e vive-versa.
♥♫

Fernanda Marinho

Um comentário:

  1. Lindo!!! Nem sempre concordamos com o que querem para nós, com o que idealizam... bjs,chica

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depois que a letra nasce
não há silêncio
há um choro que só eu ouço
e um medo que ninguém vê
o medo de mostrar demais
de sangrar diante de estranhos
de ser lida com desdém
ou pior: com pressa
porque parir palavras
é também deixar o peito aberto
num mundo que não sabe lidar
com quem sente fundo
a escrita respira fora de mim
e eu, nua, assisto
alguns dizem que é lindo
outros nem leem até o fim
há quem tente vestir meu poema
com a própria assinatura
como se dor fosse transferível
como se parto tivesse atalho
e é aí que mais dói
quando roubam o nome da minha filha
e fingem que nasceu de outra boca
quando arrancam o umbigo do texto
e dizem: “isso é meu”
não é
eu sei cada madrugada que ela levou
cada perda que empurrou esse verso
cada lágrima que virou frase
não quero aplauso
mas exijo respeito
porque minha escrita
anda no mundo com meu rosto
meus olhos, minha história
e quando alguém a toma como se fosse nada
está me dizendo:
“você também é nada”
mas eu sou tudo
o que ninguém teve coragem de escrever
e continuo parindo
mesmo ferida
porque escrever é a única forma
que conheço de sobreviver
(Fernanda)