Este ano está quase terminando e você…
foi um bom menino ou uma boa menina?
A pergunta chega simples, quase infantil, mas carrega um peso que atravessa a alma. E então alguém pergunta: Mas, Fernanda, o que seria ser um bom menino ou uma boa menina?
Eu explico: ou tento.
Não tem a ver com obediência cega, nem com a aparência de bondade.
Não é sobre agradar aos outros, nem colecionar aplausos silenciosos.
Ser um bom menino, uma boa menina, é saber exatamente quem você é.
É olhar para dentro sem maquiagem, sem desculpas, sem personagens.
E aí a pergunta muda de tom: O que você tem feito pela sua consciência?
Tenho pensado muito nisso.
Vivemos dias em que o vazio se disfarça de ocupação, a futilidade se veste de opinião, e a falsidade aprende a falar bonito.
Eu pedi ao Pai em silêncio, com o coração quase em súplica que jamais eu seja uma pessoa vazia.
Que eu não me acostume ao raso. Que eu não negocie a verdade para caber em lugares onde minha essência espiritual não cabe.
Pedi que, mesmo falha, eu seja inteira. Que meus textos carreguem o que sinto e o que vivo,
não o que esperam de mim.
Porque escrever, para mim, é um ato de consciência.
E você?
O que tem feito sobre a verdade?
Tem sustentado o que acredita quando ninguém está olhando?
Ou tem preenchido o vazio com distrações para não escutar o que dói?
A consciência não grita.
Ela sussurra.
E quem foge do silêncio, foge dela.
No fim, talvez ser um bom menino ou uma boa menina
seja apenas isso:
não trair a própria, essência,
não abandonar o que é essencial, não mentir para si mesmo.
Porque quando tiramos todas as máscaras,
quando atravessamos o vazio, quando escolhemos a verdade, mesmo custando
descobrimos algo maior habitando em nós.
Não fora.
Não distante.
Mas vivo, pulsante, silencioso e firme.
O Cristo em nós.
Fernanda
