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Eu amo escrever. Escrevo porque às vezes não cabe tudo aqui dentro. Porque há sentimentos que só se organizam quando viram palavras, e pensamentos que só fazem sentido quando dançam na página. Amo também olhar o céu e talvez isso diga tudo. Há quem olhe o céu para prever o tempo, eu olho para prever a mim mesma. Há algo em observar as nuvens, as estrelas ou o silêncio azul que me faz lembrar que existe poesia mesmo nos dias comuns. Este blog nasce desse encontro: entre a escrita e o céu. Vai ser um espaço para dividir pensamentos, contar histórias, guardar pedaços de mim e talvez, de você também, que me lê agora. Obrigada por estar aqui. Que você se sinta à vontade. Que cada texto seja como uma janela aberta, onde o vento entra leve e, quem sabe, traz um pouco de luz também

✿Amor sempre....

✿Amor sempre....
Caminho entre flores. O chão continuará pra nós com outras paisagens. Sou o que sou, porque é tudo que sei ser. E todo meu olhar escrito que você nunca aprendeu a ler, permanecerá no descaso para quem não compreende.

24 dezembro, 2025

Uma conversa com o Pai

Aleatoriamente um toque de poesia



Senhor, hoje nasce o pequeno Jesus,
e, ainda assim, já é grandioso em amor e paz.
É estranho como o céu escolhe sempre o pequeno para ensinar o imenso. Um menino, um colo, uma manjedoura e o mundo inteiro convocado a reaprender a amar.

Venho falar Contigo como quem se senta à beira da cama antes de dormir. Sem fórmulas, sem máscaras. Venho agradecer por nos abraçares sempre como um Pai amoroso e cuidadoso, mesmo quando não sabemos pedir direito, mesmo quando erramos o caminho e fingimos que foi escolha.

Senhor, queria Te pedir algo simples e difícil: fortalece quem anda cansado demais para continuar, encoraja quem tem medo de dar o próximo passo, resigna quem precisa aceitar o que não pode mudar agora. Olhai para os teus filhos com compaixão quando eles não têm direção, quando caminham em círculos achando que avançam.

A Terra está muito doente, Senhor.
A energia dos seres humanos a devastou com orgulho, inveja, ira e descaso. Esquecemos que somos hóspedes e nos comportamos como donos. Ferimos a casa, ferimos uns aos outros, ferimos a nós mesmos e ainda perguntamos por que dói.

Mas Tu sabes, Pai, que há exceções.
Almas silenciosas que ainda cuidam, que ainda partilham, que ainda escolhem o bem quando ninguém está olhando. É através dessas exceções que Te peço: faze brotar sementes. Sementes de humildade onde hoje só há vaidade. Sementes de ternura onde a pressa endureceu os gestos. Sementes de consciência onde a indiferença virou hábito.

Que este Natal não seja apenas memória de um nascimento, mas decisão de renascer. Que cada um de nós se permita ser um pouco mais abrigo, um pouco mais luz, um pouco mais Pai e Filho ao mesmo tempo.

E que, ao final desta conversa, mesmo sem ouvir Tua voz, a gente sinta como sempre que não estamos sós. porque há conversas, Pai, que não terminam apenas elas suspiram.

E sigo aqui, em silêncio por alguns instantes, como quem espera uma resposta que não vem em palavras, mas em sensação. Tu nunca respondeste alto. Tu respondes em paz súbita, em lágrima que cai sem saber por quê, em força que aparece quando tudo dizia que não.

Ensina-nos, Senhor, a escutar melhor.
A perceber que nem toda demora é abandono, que nem todo “não” é castigo, que nem toda dor é inútil. Dá-nos olhos menos duros, mãos menos fechadas, corações menos armados.

Que o pequeno Jesus, hoje deitado na simplicidade, nos lembre que o amor não precisa de trono para ser rei. Que Ele nos ensine a descer do orgulho, da razão absoluta, da necessidade de vencer para que possamos finalmente encontrar o outro.

Cuida das casas onde faltam risos.
Dos lares onde a mesa existe, mas a presença não.
Cuida dos que sorriram o dia inteiro e agora choram no escuro.
Cuida também de nós, quando fingimos força só para não preocupar ninguém.

E se for possível, Pai, fica.
Fica nos dias comuns, nas segundas-feiras difíceis, nas decisões pequenas que moldam destinos de quem lida com vidas. Fica quando o Natal acabar e as luzes forem guardadas, porque é aí que mais precisamos lembrar que Tu nasceste e permaneces.



Amém.
Obrigada 🙏🏻 
Fernanda !

FELIZ NATAL!!!

23 dezembro, 2025

Meus amigos do blog,

Aleatoriamente um toque de poesia




Que este Natal chegue até vocês com a delicadeza de um abraço que entende, desses que não precisam de palavras. Que ele encontre cada um exatamente como está inteiro, cansado, esperançoso ou em silêncio e leve acolhimento, não cobrança.

Desejo que o Natal de vocês seja menos sobre excessos e mais sobre presença. Que haja paz no que foi vivido, aprendizado no que doeu e fé no que ainda está por vir. Que o amor encontre espaço nas pequenas coisas: numa conversa sincera, num gesto simples, num coração que se permite sentir.

Obrigada por caminharem comigo por aqui, por partilharem afetos, reflexões e silêncios. Este blog só existe porque há encontros e cada leitura, cada mensagem, cada troca é um presente que carrego com carinho.

Que o Menino Jesus renasça em nós, trazendo luz para os dias nublados, serenidade para o coração e esperança para os novos começos.

Um Natal de paz, verdade e amor.

Com afeto,


Fernanda

19 dezembro, 2025

O que tem feito pela sua consciência?

Aleatoriamente um toque de poesia



Este ano está quase terminando e você…
foi um bom menino ou uma boa menina?

A pergunta chega simples, quase infantil, mas carrega um peso que atravessa a alma. E então alguém pergunta: Mas, Fernanda, o que seria ser um bom menino ou uma boa menina?

Eu explico: ou tento.
Não tem a ver com obediência cega, nem com a aparência de bondade.
Não é sobre agradar aos outros, nem colecionar aplausos silenciosos.
Ser um bom menino, uma boa menina, é saber exatamente quem você é.
É olhar para dentro sem maquiagem, sem desculpas, sem personagens.

E aí a pergunta muda de tom: O que você tem feito pela sua consciência?

Tenho pensado muito nisso.
Vivemos dias em que o vazio se disfarça de ocupação, a futilidade se veste de opinião, e a falsidade aprende a falar bonito.

Eu pedi ao Pai em silêncio, com o coração quase em súplica  que jamais eu seja uma pessoa vazia.
Que eu não me acostume ao raso. Que eu não negocie a verdade para caber em lugares onde minha essência espiritual não cabe.

Pedi que, mesmo falha, eu seja inteira. Que meus textos carreguem o que sinto e o que vivo,
não o que esperam de mim.
Porque escrever, para mim, é um ato de consciência.

E você?
O que tem feito sobre a verdade?
Tem sustentado o que acredita quando ninguém está olhando?
Ou tem preenchido o vazio com distrações para não escutar o que dói?

A consciência não grita.
Ela sussurra.
E quem foge do silêncio, foge dela.

No fim, talvez ser um bom menino ou uma boa menina
seja apenas isso:
não trair a própria, essência, 
não abandonar o que é essencial, não mentir para si mesmo.

Porque quando tiramos todas as máscaras,
quando atravessamos o vazio, quando escolhemos a verdade, mesmo custando
descobrimos algo maior habitando em nós.

Não fora.
Não distante.
Mas vivo, pulsante, silencioso e firme.

O Cristo em nós.


Fernanda

18 dezembro, 2025

Escolher outro caminho

Aleatoriamente um toque de poesia



Hoje, na hora do cafezinho, a conversa descambou para um tema antigo como o mundo: a vingança. Uma das meninas contava, exaltada, sobre o quanto sonhava em “dar o troco” em quem a havia magoado. A roda se animou todo mundo tem uma história dessas escondida em algum canto do peito.

Eu, ouvindo mais do que falando, soltei devagar, entre um gole e outro:
Sabe? A melhor vingança é nenhuma.

Silêncio. Desses que não pesam, mas fazem pensar.
Depois completei: Se cure, siga em frente e jamais se torne igual àqueles que te machucaram.

Não era uma lição era apenas o que aprendi, na marra. Porque a vingança, por mais saborosa que pareça no pensamento, sempre deixa um gosto amargo na alma. Ela não apaga a dor, só a repete com outro nome.

Curar-se, ao contrário, é um ato de coragem. É dizer: “não vou carregar o veneno do outro em mim”. É sair do campo da disputa e escolher o da liberdade. Quem se cura não precisa provar nada. E quem perdoa ainda que em silêncio já venceu.

Lembrei de uma frase que ouvi certa vez: “A vingança é um prato que nunca deveria ser servido.” E é verdade. Porque enquanto a vingança fere o outro, o perdão liberta a nós mesmos.

No fundo, é simples e ao mesmo tempo, imensamente difícil. Requer desapego, humildade e fé na justiça da vida, essa que não falha, mesmo quando parece demorar.

Quando o café terminou, ninguém mais falava em revanche. Ficamos todos quietos, mexendo a xícara como quem remexe pensamentos.

Acho que, por um instante, todos sentimos a força mansa de escolher outro caminho o da paz, que é sempre a mais bela resposta.
E quando levantei, para voltar ao trabalho ouvi:

Obrigada Fê!

E eu, foi um prazer ajudar.




Fernanda

16 dezembro, 2025

Quem me lê é um Herói

Aleatoriamente um toque de poesia



Quando comento um texto, uma frase, ou até mesmo meia frase, gosto de realmente mergulhar no conteúdo. Não sei apenas “gostar” de um jeito leve eu preciso sentir. Muitas vezes vou mais fundo do que o próprio texto parece permitir, talvez porque veja logo a essência escondida entre as linhas.

É como se eu escutasse o que o texto não disse, mas quis dizer. As pausas, os silêncios, as intenções.

E quando tento escrever, costumo me prometer: “Dessa vez, serei breve.” Mas as palavras não me obedecem. Elas chegam em fila, empurrando-se umas às outras, pedindo passagem. E eu, generosa ou teimosa abro a porta e deixo todas entrarem.

Por isso, quem me lê é um herói.

Herói por acompanhar meus desvios, minhas voltas, meus mergulhos. Herói por não se perder nos meus labirintos de ideias.

Posso passar o dia inteiro, a noite toda, escrevendo, comentando, criando, quando não estou trabalhando, tentando traduzir o que o coração sente antes mesmo de eu entender. E ainda assim, fico com a sensação de que sobrou coisa por dizer.

Escrever, afinal, é isso: tentar alcançar o indizível.
E cada um que fica comigo nessa viagem, merece o meu mais sincero agradecimento e um pouco de paciência também.

Às vezes penso que escrever é uma forma de respirar. Há quem respire por instinto; eu respiro por palavras. Quando passo muito tempo sem escrever, começo a sentir uma falta que não é do corpo  mas da alma.

Então escrevo. E no instante em que a frase nasce, o mundo volta ao eixo. Não é sobre publicar, nem sobre agradar. É sobre existir por meio da palavra, como quem se entende um pouco mais cada vez que põe sentimento em forma de letra.

Escrevo como quem varre a casa por dentro. Cada texto é um cômodo que arrumo: troco os móveis das ideias de lugar, abro janelas, deixo a luz entrar. Às vezes encontro poeira antiga, às vezes flores novas crescendo entre lembranças.

E quando alguém lê e entende, mesmo que por um fio, sinto que algo se cumpriu. É como se o texto deixasse de ser meu e passasse a ser de quem o toca.

Talvez por isso eu escreva tanto para me encontrar e me espalhar.
Para me descobrir e, ao mesmo tempo, me doar.

E sigo, assim, nesse ofício silencioso e teimoso, com a caneta cansada e o coração aceso.
Porque, no fundo, escrever é o modo mais bonito que encontrei de continuar conversando com o mundo  e com Deus.

Hoje mesmo, entre uma xícara de café e outra, me peguei escrevendo no guardanapo da cozinha. A mesa ainda estava molhada, a toalha um pouco torta, e o sol entrava pela janela como quem não quer nada. O barulho do mundo lá fora não me distraía  parecia até acompanhar o ritmo das palavras que iam surgindo sozinhas.

Escrevo assim: entre panelas, vozes e silêncios. Entre a vida que acontece, no intervalo do meu trabalho,  o que sinto que precisa ser dito antes que escape. Às vezes é só uma frase, um pensamento rápido; outras vezes é uma enxurrada e eu, sem guarda-chuva, deixo chover.

Já tentei me controlar, escrever menos, falar pouco, mas é inútil. As palavras têm vida própria. Elas me acordam, me chamam, me empurram. Querem sair, ver o mundo, encontrar quem as entenda.

E quando alguém chega, lê, e diz que sentiu o mesmo ah, é aí que tudo faz sentido.
Porque escrever é solidão compartilhada. É o modo que encontrei de transformar o que dói, o que encanta, o que me confunde, em algo que possa tocar o outro com delicadeza.

Enquanto houver um amigo, um só caminhando comigo por entre as linhas, eu sigo.
Palavra por palavra, dia após dia, como quem reza devagar.
E quando não houver ainda assim eu sigo com elas também.
porque escrever é ser Fernanda🙏




Fernanda