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Eu amo escrever. Escrevo porque às vezes não cabe tudo aqui dentro. Porque há sentimentos que só se organizam quando viram palavras, e pensamentos que só fazem sentido quando dançam na página. Amo também olhar o céu e talvez isso diga tudo. Há quem olhe o céu para prever o tempo, eu olho para prever a mim mesma. Há algo em observar as nuvens, as estrelas ou o silêncio azul que me faz lembrar que existe poesia mesmo nos dias comuns. Este blog nasce desse encontro: entre a escrita e o céu. Vai ser um espaço para dividir pensamentos, contar histórias, guardar pedaços de mim e talvez, de você também, que me lê agora. Obrigada por estar aqui. Que você se sinta à vontade. Que cada texto seja como uma janela aberta, onde o vento entra leve e, quem sabe, traz um pouco de luz também

✿Amor sempre....

✿Amor sempre....
Caminho entre flores. O chão continuará pra nós com outras paisagens. Sou o que sou, porque é tudo que sei ser. E todo meu olhar escrito que você nunca aprendeu a ler, permanecerá no descaso para quem não compreende.

23 outubro, 2025

A Graça de Cuidar

Aleatoriamente um toque de poesia


Por aqui, todos já se recolheram. Estavam exaustos das brincadeiras do dia.
A noite chegou mansa, com aquele convite silencioso para o descanso.
O programa era simples: deixar o corpo quieto e a alma repousar no momento presente, enquanto o amanhã ainda se prepara para nascer. Mas euzinha, estava na organização de tudo. Depois, vim relaxar um pouco enquanto André, se banha.

Nosso voo é às 14h25.
Prefiro ficar à frente de tudo não por controle, mas por paz.
Organizar me acalma, dobrar as roupas me alinha por dentro, colocar cada coisa em seu lugar me devolve ao eixo. Sim, sou a pessoa que cuida, que ajeita, que pensa nos detalhes.
Sou essa mulher que, no meio do cansaço, ainda encontra doçura em cuidar.

Amo fazer isso.
Amo cuidar dos meus com o mesmo esmero de mãe que herdei talvez da minha
 e que foi, talvez, a minha maior graça.
Cuidar é meu modo de amar.
É a forma que encontrei de dizer “estou aqui” mesmo quando o mundo parece apressado demais para ouvir.

E enquanto todos dormem, o silêncio me faz companhia.
Ele me entende.
Sabe que, entre uma mala e outra, o que realmente preparo é o coração 
para o voo de amanhã e para todos os outros que a vida ainda há de me pedir.



Fernanda

22 outubro, 2025

Miniférias em família

Aleatoriamente um toque de poesia
Crônica




Nestas miniférias, preferi ficar na família sem intervalos, sem pausas, sem planos mirabolantes. Só nós. Sabe? O médico tem uma vida muito corrida, e muitas vezes a família é “sacrificada” um pouco. É o preço da escolha, dizem. A responsabilidade é enorme, e quem leva a sério o que decidiu ser, precisa se aplicar de corpo e alma.

Mas eu procuro, sempre que posso, estar presente. Nas histórias antes de dormir, nas conversas pela manhã, nos almoços cheios de risadas e nos silêncios confortáveis que só a intimidade permite. Quando estou em casa durante o dia, ou quando não tenho plantões, ninguém fica sem carinho, sem atenção e, claro, sem Fernanda. 😊

Então, nestas mini-férias, fui tudo isso: mãe, filha, esposa. E um pouco de menina também, porque a alegria deles me rejuvenece. A rotina no trabalho recomeça no sábado, e neste sábado já tenho plantão.

Logo nossa volta para casa é na sexta-feira.
Você pode perguntar: “E você, Fernanda, descansou?” Nem tanto. Mas, para quem é atenta a tudo, o descanso tem outro nome: presença.

Doar-me a cada criança e adulto, a cada história e riso, foi um descanso da alma e foi demais de bom.

Obrigada, Senhor do alto, por estes dez dias de miniférias que terminam nesta sexta. Obrigada porque todos ainda estão amando tudo e cientes do retorno com alegria também.

As crianças estão radiantes, meus pais, as bisas e até fizemos novas amizades por aqui.

André está mais apaixonado 😊 palavras do meu pai, viu? e eu também, moçada.
Acho que é isso o que acontece quando a gente escolhe amar de perto: o coração  bate no compasso certo sempre, mais alegria, as batidas viram um samba romântico 🥰 haha 🤣 
Eita vidão de Deus!🤣



 Fernanda

15 outubro, 2025

Entre Notas e Silêncios

Aleatoriamente um toque de poesia



Momento de descanso após a viagem. Crianças e adultos já recolhidos dormem tranquilamente, embalados pelo silêncio que só a noite consegue oferecer. Eu, ainda desperta, queria escrever. Amo tecer  palavras. Tenho tantas dentro de mim. Elas são também, minha parte favorita. Ligo o celular e Beethoven inicia, depois Ludovico Einaudi, me acompanham na escrita. Por um instante, fecho os olhos apenas para saborear a melodia, permitindo que cada nota penetre suave no meu coração.

Agradeço a meu Deus por essa paz sinfônica, essa alegria, essa história linda que Ele escreveu para mim. Tudo se desenrola como notas musicais divinas, e eu me sinto uma poesia, iluminada pela Sua misericórdia.

Sinto o sopro do vento atravessando a janela, como se ele também fosse uma nota perdida, um suspiro da natureza compondo junto comigo. Cada sombra na parede parece se mover ao ritmo do coração, e eu me deixo levar, flutuando entre lembranças e esperanças, entre a imagem das nuvens e o Eterno, entre o que foi e o que ainda será.

Admirando o Céu, as nuvens dançantes, aproveitei o momento e conversei com o Senhor do alto. Agradeci! Enquanto a canção toca, sigo minha prece silenciosa de gratidão. Obrigada, obrigada, obrigada, Papai! Por cada acorde, por cada instante, por cada sopro de vida que me permite sentir a beleza do mundo, mesmo nos pequenos detalhes.

E nesse momento, percebo que a música, a gratidão e a contemplação se entrelaçam, formando uma só harmonia aquela que não se escreve nem se fala, mas se vive e se sente profundamente. Sou poema, sou oração, sou melodia, e deixo que cada nota divina me envolva até que o silêncio, finalmente, me embale suavemente para descansar também.

E amanhã haverá um passeio bonito. Vou olhar o mar e lhe dizer, com o coração leve: “Oi, menino, voltei por uns dias.” Sinto a brisa acariciar meu rosto e imagino que o mar sorri de volta, acolhendo meus passos, minhas lembranças, meus instantes de alegria. É um reencontro silencioso, cheio de ternura e magia, onde tudo se torna simples e eterno ao mesmo tempo.


Obrigada por tudo!


Fernanda!

14 outubro, 2025

A Grande Expedição Familiar😉

Aleatoriamente um toque de poesia
Crônica



Amanhã, partimos de férias. Digo partimos porque ninguém aqui vai sozinho e quando digo ninguém, é ninguém mesmo. A casa anda parecendo terminal de aeroporto: malas abertas, chinelos perdidos, listas de última hora e vozes atravessando o corredor “alguém viu o carregador?”, “cadê a escova de cabelo?”, “quem pegou meu boné?”.
Amor, a lista de  remédios está comigo!

Há uma energia boa no ar, uma mistura de baguncinha  e alegria que só acontece quando muita gente se prepara para sair junto. São gerações, risadas, manias e até os horários diferentes de sono tudo tentando se encaixar num mesmo roteiro.

Algumas crianças vão estudar durante a viagem. A modernidade permite isso: férias e deveres coexistindo na mesma bagagem. Não dava mesmo pra deixar ninguém pra trás. Somos o tipo de família que vai inteira, junta, barulhenta e amorosa.

A amiga da minha mãe observa tudo com espanto e gargalhadas, achando graça na dinâmica da “grande família". Ela não entende como é possível tanta gente se organizar e, sinceramente, nós também não entendemos. Só sabemos que, de algum modo, dá certo sempre😊
Mas euzinha gosto de organizar antes e agora hahah

No fim, é isso que me encanta. A correria, as piadas internas, as pequenas “brigas” por espaço nos carros, o lanche que sempre acaba antes da metade do caminho. Há um calor nisso tudo, um sentimento de pertencimento que não se explica.

Viajar em família é descobrir que amor também cabe em bagagens compartilhadas às vezes um pouco amassadas, mas sempre cheias de afeto.

E eu acho maravilhoso. 
Iupeee🥰😍❤️🙏🏻


Fernanda

13 outubro, 2025

Transformar o tempo em aliado

Aleatoriamente um toque de poesia




Levanto às quatro da manhã.
Faço meu coque.
A casa ainda dorme, o silêncio é inteiro, e nessa hora parece que o tempo me pertence. Há algo de mágico em acordar antes do mundo. Não é cansaço, é escolha.

A primeira coisa que faço é descer e ir para a varanda. Ali, o céu ainda guarda estrelas e a madrugada oferece um colo sereno. Rezo. 🙏🏻
Rezo pelo dia que começa, pelas pessoas que amo, por mim mesma. Não peço apenas, agradeço. Converso com Deus como quem confia segredos.

Cuidar do interior é o maior e melhor trabalho que existe  e é nele que encontro força para os outros afazeres. É nesse instante que o coração se organiza, que a alma se lava, que o dia se abre em possibilidade.

É bonito perceber que a rotina, quando regada de sentido, deixa de ser obrigação e se transforma em encontro. E cada amanhecer se torna, de fato, um recomeço.

Lembro que não tive uma infância fácil.
Mas, em vez de contar ausências, aprendi a somar aprendizados. Foi uma infância rica de lições, onde cada dificuldade me mostrou um caminho novo. E por isso sou grata.

Vitimismo não faz parte da minha vida.
Se tivesse escolhido esse atalho, teria ficado presa naquilo que me faltou. Mas preferi a estrada da gratidão, onde cada pedra virou degrau. O que poderia ser peso, transformei em força. O que parecia dor, fez nascer fé.

Hoje entendo: não foram os dias fáceis que me fizeram crescer, e sim os dias que exigiram coragem. Sou filha do que enfrentei e é isso que me sustenta quando o mundo pede firmeza.

Autopiedade? Jamais. Esses caminhos só nos prendem ao que dói e nos fazem reféns da própria tristeza. É como se construíssemos a própria prisão e ainda guardássemos a chave no bolso. Não quero viver assim. Prefiro olhar para frente, mesmo quando a estrada é íngreme.

A vida já me mostrou que cada lágrima pode se transformar em semente, e que o solo mais duro também floresce se houver cuidado. Não nego a dor, mas também não lhe dou o poder de ser dona de mim.

Cresci aprendendo a levantar depois das quedas, a não me demorar nos lamentos e a acreditar que existe sempre algo além daquilo que machuca. Se a tristeza me chama para a cama, a fé me convida para a varanda  onde a esperança respira e a alma descansa.

E vamos viver, que o que o Pai quer de nós é essa certeza de que a vida vale, mesmo nos dias difíceis. Ele nos pede confiança, não perfeição. Quer ver em nós a coragem de recomeçar, a gratidão que floresce mesmo em meio às faltas, e a fé que não se apaga diante das dores.

O Pai não exige que sejamos incansáveis, apenas que não desistamos. Quer que sigamos adiante, acreditando que cada passo tem sentido, que cada amanhecer é um presente, e que em cada luta há uma oportunidade de crescimento.

No fundo, o que Ele espera de nós é simples: que vivamos com amor, que não nos deixemos aprisionar pelo vitimismo, e que aprendamos a transformar a dor em força, o silêncio em oração, e o tempo em aliado. 😉



Fernanda