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Eu amo escrever. Escrevo porque às vezes não cabe tudo aqui dentro. Porque há sentimentos que só se organizam quando viram palavras, e pensamentos que só fazem sentido quando dançam na página. Amo também olhar o céu e talvez isso diga tudo. Há quem olhe o céu para prever o tempo, eu olho para prever a mim mesma. Há algo em observar as nuvens, as estrelas ou o silêncio azul que me faz lembrar que existe poesia mesmo nos dias comuns. Este blog nasce desse encontro: entre a escrita e o céu. Vai ser um espaço para dividir pensamentos, contar histórias, guardar pedaços de mim e talvez, de você também, que me lê agora. Obrigada por estar aqui. Que você se sinta à vontade. Que cada texto seja como uma janela aberta, onde o vento entra leve e, quem sabe, traz um pouco de luz também

✿Amor sempre....

✿Amor sempre....
Caminho entre flores. O chão continuará pra nós com outras paisagens. Sou o que sou, porque é tudo que sei ser. E todo meu olhar escrito que você nunca aprendeu a ler, permanecerá no descaso para quem não compreende.

05 dezembro, 2025

Noite, vamos conversar?

Aleatoriamente um toque de poesia




Noite, vamos conversar,
mas fale baixo, que meu peito anda cansado
e qualquer palavra sua pode acender memórias
que eu finjo ter esquecido.

Sente-se aqui, ao lado,
traga seu silêncio morno,
as estrelas que cabem no bolso
e esse jeito de me ouvir sem pressa.

Tenho perguntas que não fiz,
suspiros que não dei,
e um punhado de saudades
que só se confessam depois das dez.

Noite, vamos conversar,
como duas velhas amigas
que se entendem nos intervalos,
que riem das dores,
e guardam segredos por instinto.

Diga-me:
por que o coração insiste tanto?
Por que a lembrança chega primeiro
e a razão sempre por último?
Por que há nomes que brilham
mesmo quando queremos apagá-los?

A noite não responde.
Ela apenas respira fundo,
abre um espaço dentro de mim
e deixa que tudo encontre seu lugar.

E eu entendo:
às vezes, conversar
é só permitir que o escuro abrace
o que a luz não conseguiu organizar.



Fernanda

04 dezembro, 2025

A poesia quentinha de Pedro

Aleatoriamente um toque de poesia
Diário



Ontem,
encontrei um bilhetinho de amor.
De quem? De Pedro.
Meu filhote de nove anos, que ainda mistura as letras do caderno com migalhas de biscoito e o cheiro de recreio. O bilhetinho estava escondido entre os gibis, como tudo o que é precioso nesta casa sempre acaba ficando haha.😅

Depois da escola, sentei o pequeno ao meu lado, como quem convoca uma reunião extraordinária do coração e perguntei.
Vida, a mamãe achou isso aqui no meio dos seus livros.

Ele olhou o papel amassadinho, respirou fundo e, com a naturalidade de um sábio centenário, soltou: Mamãe, eu tinha perdido isso! Ia dar pra Flavinha hoje. A poesia tá quentinha… fiz ontem à noite.

Quentinha.
A poesia.
E eu ali, segurando o riso, o susto e um certo orgulho que cresceu sem pedir licença.

Vida, você quer me explicar essa história direito?

Ele ajeitou o tênis, ergueu o queixo e disse, como quem anuncia um decreto irrevogável:
Sim, mamãe. É que já tá muito certo que quando a gente crescer vamos casar.
Pausa dramática.
Eu sei que a senhora ficou assustada, né?

Assustada não era bem a palavra.
Eu diria… surpreendida, tentando não rir nem chorar de ternura.

Mas Pedro não perdeu o embalo:
É a lei da natureza do homem, mamãe. Quando tiver condições, ele tem sua companheira… igual a senhora e o papai. E aí vivem felizes.

André, do outro lado da sala, quase explodiu numa gargalhada.
Eu só precisei lançar um olhar daqueles que já vêm prontos no kit maternidade:
“Não estraga o momento do menino.”
E ele entendeu.

Ficamos ali, nós três: eu, contendo risos; André, engolindo o deboche amoroso; e Pedro, com sua convicção de gente grande e seu bilhetinho de amor quentinho.

E no meio de tanta poesia inesperada, eu pensei:
O amor, quando começa cedo, sempre sabe o caminho.
Ainda que passe por uma folha de caderno, uma Flavinha de olhos brilhantes e a certeza absoluta de um menino de nove anos que acredita na lei da natureza, aquela que só o coração das crianças conhece bem.

E então, depois de todo o discurso dele sobre destino, casamento e as leis secretas da existência, Pedro respirou fundo, como quem finaliza uma tese, e completou:

 Mamãe, eu só não dei hoje porque perdi o bilhete. Mas amanhã eu dou. Não posso deixar a poesia esfriar.

Ah, meu Deus.
Eu quis abraçar o mundo inteiro naquele instante.

E o que tem nessa poesia, Vida? perguntei, tentando não soar curiosa demais.

Ele deu de ombros, com a serenidade de quem escreve versos há décadas:

Mamãe a senhora não leu?
Bom, eu corri os olhos nela mas…
Tudo certo mamãe é só um poema sobre o sorriso dela. Porque às vezes ele é tão bonito que parece que o sol saiu só um pedacinho, só pra ela.

Olhei pra André.
André olhou pra mim.
Nós dois nos derretemos oficialmente.

E então veio o golpe final do meu pequeno poeta:

A senhora não acha bonito um homem gostar de alguém e dizer?

Pronto.
Eu, que já estava com a maternidade em brasa no peito, virei pura manteiga derretida.

 Acho bonito, sim respondi. Muito bonito, filho.

Ele então guardou o bilhete dentro de um livro como quem protege um tesouro.

Amanhã eu dou pra ela. E se ela não gostar, tudo bem. A poesia ainda fica comigo. Porque o que a gente sente, mamãe, ninguém tira, né?

Respirei fundo, tentando guardar aquele instante num potinho.

 É isso mesmo, Vida.
O que a gente sente… ninguém tira.

E enquanto ele saía da sala, todo importante, André finalmente riu. Riu solto, riu feliz, riu como quem reconhece que o amor tem dessas coisas começa cedo, é ingênuo, é corajoso e é lindo.

Ficamos em silêncio por alguns segundos, ouvindo Pedro no quarto ensaiar sua mochila para o grande dia.

Amor, disse André, estas crianças parecem ter saído de você! Eles tem seu jeitinho especial.

Sorri.

E  pensei:
Quem sabe um bilhetinho amassado seja mesmo o primeiro ensaio do coração?

Quem sabe o amor não começa assim, num verso quentinho escrito antes de dormir?

E quem sabe… amanhã… a Flavinha abra o papel, sorria, e o sol saia  um pedacinho só pra ela.

Quando Pedro terminou seus ensaios e foi brincar, fiquei ali pensando nesse enredo que começou tão cedo e tão naturalmente entre ele e Flavinha.

A verdade é que eles são amiguinhos desde os dois anos, daqueles que cresceram dividindo brinquedos, birras, aniversários com bolo de chocolate e todas as manias que só a infância entende. Estudam juntos desde sempre, e as famílias… as famílias também se encontraram pelo caminho.

Os pais dela são nossos grandes amigos, daqueles que a gente confia sem precisar pensar, que chegam pra somar. Crescemos todos juntos nesse pacto silencioso de cuidado e convivência, onde as crianças florescem livres, mas com raízes firmes.

E é por isso que levamos tudo com a seriedade que uma criança precisa sem exageros, sem romantizações adultas, sem projetar futuros que não nos pertencem.
Cuidamos com prudência, como quem segura um passarinho na palma da mão: com leveza, mas com responsabilidade.

Porque o carinho que nasce entre duas crianças é coisa pura, leve, quase sagrada.
É só amizade que cresce… e às vezes vira poesia quentinha escrita à noite.
É só ternura que ainda não sabe seu nome, mas já sabe seu caminho.

E ali, entre bilhetes perdidos, gargalhadas sufocadas de André e minha tentativa de manter o coração no peito, eu entendi: o amor que eles carregam não precisa ser explicado, moldado, ou direcionado.
Só observado, acolhido e protegido.

E, do jeito certo o jeito deles tudo segue bonito e tranquilo, como deve ser na infância.

Afinal… há sentimentos que precisam apenas de espaço para respirar.
E nós, adultos, ficamos guardando a porta aberta, vigiando com carinho e prudência, enquanto eles descobrem o mundo um bilhetinho amassado de cada vez.

E aqui em casa, guardamos varios fututuros poetas😍 



Fernanda

02 dezembro, 2025

Chego, mas chego inteira e com café na mão😚

Aleatoriamente um toque de poesia



Hoje eu queria bater um papo com cada um de vocês, amigos de blogs, essa vizinhança carinhosa em que a gente visita o quintal do outro, cheira a prosa nova, passa a mão na cerca e deixa um comentário como quem oferece bolo fresquinho.

Pois bem: vim aqui fazer meu mea-culpa público.
Sim, sou eu mesma, a blogueira que às vezes some por alguns dias de comentar alguns. E reaparece de madrugada e comenta como se tivesse acabado de pular o muro com uma caneca de café.

Não é falta de presença, juro. É excesso de vida.

Porque enquanto o texto de vocês nasce impecável, iluminado, cheiroso de estreia, eu estou muitas vezes no meio do plantão, tentando lembrar se já almocei ou se aquilo foi só um sonho. E aí penso: “preciso ler fulano, preciso comentar beltrano, preciso prestigiar cicrano…” e o café que era pequeno vira extensão da alma, tentando dar conta do relógio.
Vou em alguns e outros vou indo devagar mas vou.

Eu queria ir em todos vocês em poucos minutos: essa intensidade me define. Mas sou uma boa leitora daquelas que gostam de sentir o ritmo, mastigar a frase, rir no trecho certo, deixar o coração balançar. Comentário apressado não combina comigo.

Então, a você que me escreveu perguntando pela minha ausência no seu cantinho, deixo este abraço de crônica: mil perdões. Não é desatenção, nem sumiço proposital. É só a vida me puxando pelos braços, me dividindo entre plantões, e-mail, panela no fogo, chamada de vídeo da mãe que está viajando, tempo para a vó, papel de esposa, de filha, e mais um “amor, você viu minhas chaves?”  Soando  pela casa.

Mas eu chego.
Com carinho, sempre chego.

Talvez não na hora em que o texto nasce mas chego como quem bate à porta com respeito e vontade de ficar. Porque visitar vocês é descanso, é refúgio, é parte da minha alegria.

Então me dê a mão um instante só: respira comigo.
Eu vou aí, tá bom?
Às vezes correndo, às vezes atrasada… mas sempre inteira.



Beijinhos
Fernanda


Não deseje para o outro, o que você não quer para você!

Aleatoriamente um toque de poesia



A vida tem uma forma muito justa de ensinar: ela devolve.
Tudo o que desejamos, pensamos ou fazemos segue um caminho e,
mais cedo ou mais tarde, retorna para o coração de onde partiu.

Por isso, é sábio vigiar o que se sente e o que se envia ao outro.
Desejar o mal é como soprar cinzas contra o vento parece ir embora, mas volta para os olhos de quem soprou. Da mesma forma, desejar o bem é plantar flores no próprio quintal, o perfume primeiro nos alcança.

A vida escuta o que o coração fala em silêncio.
E o universo, obediente, responde.
Não há justiça mais perfeita do que essa: cada um colhe o que espalha.

Então, antes de julgar, ferir  ou desejar o que não é amor, respira.
Pense se aceitaria sentir o mesmo.
Porque tudo o que mandamos ao mundo volta e volta com o endereço certo.

No fim, a grande lição é simples:
Que o bem que eu desejo seja também o bem que eu receba.
E que minha palavra, meu pensamento e meu gesto deixem no caminho a marca de quem aprendeu a amar, não machucar.


Fernanda



A vida retribui na mesma medida da nossa entrega.
Então que o nosso dia seja feito dessa generosidade simples, mas essencial:
dar ao mundo o que gostaríamos de receber dele.

Bom Dia!

01 dezembro, 2025

É humano

Aleatoriamente um toque de poesia



Segurar na mão do outro é dizer sem palavras: “você não está só”.
É estar ali quando o chão some, quando a voz falha, quando o peito pesa.
Às vezes, não há o que dizer e tudo bem.
Porque há mãos que falam mais que qualquer discurso.
Elas sustentam, acalmam, lembram.
Que sentir medo é humano.
E ser amparado… é sagrado.


Fernanda


Que a sua semana seja assim:
cheia de alegrias que chegam sem alarde,
encontros que aquecem,
respostas que aliviam,
e uma fé doce que te acompanha em cada passo.
Que a luz que nasce agora,
 te alcance por dentro e faça morada.
Com carinho.