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Eu amo escrever. Escrevo porque às vezes não cabe tudo aqui dentro. Porque há sentimentos que só se organizam quando viram palavras, e pensamentos que só fazem sentido quando dançam na página. Amo também olhar o céu e talvez isso diga tudo. Há quem olhe o céu para prever o tempo, eu olho para prever a mim mesma. Há algo em observar as nuvens, as estrelas ou o silêncio azul que me faz lembrar que existe poesia mesmo nos dias comuns. Este blog nasce desse encontro: entre a escrita e o céu. Vai ser um espaço para dividir pensamentos, contar histórias, guardar pedaços de mim e talvez, de você também, que me lê agora. Obrigada por estar aqui. Que você se sinta à vontade. Que cada texto seja como uma janela aberta, onde o vento entra leve e, quem sabe, traz um pouco de luz também

Amor sempre....

Amor sempre....
Caminho entre flores. O chão continuará pra nós com outras paisagens. Sou o que sou, porque é tudo que sei ser. E todo meu olhar escrito que você nunca aprendeu a ler, permanecerá no descaso para quem não compreende.

06 agosto, 2025

Poeta, esse ser que caminha na saudade

Aleatoriamente um toque de poesia




Dizem que o poeta exagera.
E eu digo: ainda bem.

Porque em um mundo tão apressado, 
alguém precisa ter a coragem de parar tudo só pra olhar a lua.
E mais: sentir falta dela mesmo quando está cheia no céu.

O poeta se alimenta de céu, de silêncio, de estrelas que nem sempre estão visíveis.
Tem dia que escreve com o sol alto no rosto,
mas na verdade está mesmo é debruçado numa lembrança que só acontece à noite.

O poeta vê saudade onde os outros veem só distância.
E transforma ausência em matéria-prima 
costura memórias com palavras, borda emoção nas entrelinhas.
Chora e escreve.
Sorri e escreve.
Ama e, quase sempre, escreve.

Há quem diga que é drama.
Mas não é.
É intensidade.
É falta que bate devagar ou em cheio, 
e que só se acalma quando vira poema.

Às vezes, o poeta se agarra na lua como quem se agarra em alguém.
Fala com ela baixinho, como se fosse uma velha amiga.
Pede que leve recado, que guarde segredo, que ilumine o vazio.

É na madrugada que a poesia se instala.
Quando tudo dorme e só o coração pulsa mais alto.
É aí que o poeta mergulha  sem medo da dor, 
porque sabe que dela nascem as palavras mais verdadeiras.

E se alguém perguntar o que move um poeta, 
a resposta será sempre a mesma:
a saudade.
Do que foi,
do que não foi,
do que talvez nunca seja.

Poeta vive entre mundos.
Com os pés na terra, 
mas o coração pendurado nas estrelas.

E tudo o que sente, ele transforma.
Em verso, em canção, em alívio.

Porque onde termina a saudade, começa um poema.



Fernanda

Um comentário:

  1. Aplaudindo daqui.Lindo e o último verso fecha com chave de ouro!

    beijos praianos, tuuuuuuuudo de bom,chica

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depois que a letra nasce
não há silêncio
há um choro que só eu ouço
e um medo que ninguém vê
o medo de mostrar demais
de sangrar diante de estranhos
de ser lida com desdém
ou pior: com pressa
porque parir palavras
é também deixar o peito aberto
num mundo que não sabe lidar
com quem sente fundo
a escrita respira fora de mim
e eu, nua, assisto
alguns dizem que é lindo
outros nem leem até o fim
há quem tente vestir meu poema
com a própria assinatura
como se dor fosse transferível
como se parto tivesse atalho
e é aí que mais dói
quando roubam o nome da minha filha
e fingem que nasceu de outra boca
quando arrancam o umbigo do texto
e dizem: “isso é meu”
não é
eu sei cada madrugada que ela levou
cada perda que empurrou esse verso
cada lágrima que virou frase
não quero aplauso
mas exijo respeito
porque minha escrita
anda no mundo com meu rosto
meus olhos, minha história
e quando alguém a toma como se fosse nada
está me dizendo:
“você também é nada”
mas eu sou tudo
o que ninguém teve coragem de escrever
e continuo parindo
mesmo ferida
porque escrever é a única forma
que conheço de sobreviver
(Fernanda)