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06 agosto, 2025
Poeta, esse ser que caminha na saudade
16 comentários:
depois que a letra nasce
não há silêncio
há um choro que só eu ouço
e um medo que ninguém vê
o medo de mostrar demais
de sangrar diante de estranhos
de ser lida com desdém
ou pior: com pressa
porque parir palavras
é também deixar o peito aberto
num mundo que não sabe lidar
com quem sente fundo
a escrita respira fora de mim
e eu, nua, assisto
alguns dizem que é lindo
outros nem leem até o fim
há quem tente vestir meu poema
com a própria assinatura
como se dor fosse transferível
como se parto tivesse atalho
e é aí que mais dói
quando roubam o nome da minha filha
e fingem que nasceu de outra boca
quando arrancam o umbigo do texto
e dizem: “isso é meu”
não é
eu sei cada madrugada que ela levou
cada perda que empurrou esse verso
cada lágrima que virou frase
não quero aplauso
mas exijo respeito
porque minha escrita
anda no mundo com meu rosto
meus olhos, minha história
e quando alguém a toma como se fosse nada
está me dizendo:
“você também é nada”
mas eu sou tudo
o que ninguém teve coragem de escrever
e continuo parindo
mesmo ferida
porque escrever é a única forma
que conheço de sobreviver
(Fernanda)
Aplaudindo daqui.Lindo e o último verso fecha com chave de ouro!
ResponderExcluirbeijos praianos, tuuuuuuuudo de bom,chica
Chica querida,
Excluirteu aplauso chegou como brisa boa por aqui!
Obrigada pelo carinho sempre tão generoso e que delícia esse “beijos praianos”, já me senti na beira do mar, com alma lavada. 😊Que nunca nos falte poesia nem esse olhar bonito que enxerga a beleza até no último verso.
Um beijo cheio de luz,
🥰😘
Querida amiga Fernanda, boa noite de paz!
ResponderExcluirInteressante que estou preparando um Lual poético...
Feliz coincidência quando diz que não há quem não se enamore da lua, até os que vivem na correria, apressadamente engolindo a natureza que foi criada para ser contemplada como poesia.
"Chora e escreve.
Sorri e escreve.
Ama e, quase sempre, escreve."
Per-fei-to!
Agora a estrofe que recorto aqui é inviolável e retrata, com veracidade total, quem poeta:
"Há quem diga que é drama.
Mas não é.
É intensidade.
É falta que bate devagar ou em cheio,
e que só se acalma quando vira poema."
Assim que, independente do que digam ou pensem (até ser drama) o poeta vai, segue fluindo, como água de cascata que nunca seca, num ritmo saudável a ele. É o que importa.
De saudade em saudade... como um colibri carregando seu pólen.
Tece, poetisa, seus poemas enluarados, regue o viver com poesias de âmago, deixe o mundo mais colorido e menos rabugento, menos sofisticado e mais sensível. É preciso e urgente, querida.
Muito obrigada pelo belo momento.
Já estou calma...
Tenha um anoitecer descansado e abençoado!
Beijinhos fraternos
Roselia, amiga de alma sensível, que alegria receber teu comentário como quem recebe uma brisa boa num fim de tarde. Tuas palavras são lual por si só acendem estrelas no peito da gente e perfumam o instante com essa poesia tão tua, tão generosa, tão cheia de Deus. Esse trecho do colibri levando saudades como pólen… ah, que beleza!
ExcluirÉ isso o que fazemos mesmo, não é? Vamos polinizando afetos, dores e esperanças, na esperança de que algum jardim floresça onde menos se espera. E se disserem que é drama, a gente sorri em silêncio. Porque só quem sente com profundidade sabe o preço e o presente que é transformar falta em beleza. Obrigada por essa presença calma e acolhedora, que sempre chega com abraço na alma.
Teu lual poético já nasce encantado, porque carrega esse coração que sabe contemplar até os sussurros da noite.
Deus te abençoe com sonhos leves e versos novos.
Com carinho imenso,
😘
Que beleza de poesia! Meus aplausos. Muita luz e paz. Uma ótima noite
ResponderExcluirObrigada Sonya! Idem!!!!
ExcluirQue lindo poema. Parabéns pela inspiração. Amo contemplar a lua. Carrego comigo até recordações A lua é inspiração dos apaixonados pela natureza também. Presente de Deus para nós. Um abraço.
ResponderExcluirNal querida,
Excluirque alegria te encontrar por aqui com esse coração tão cheio de encanto! A lua realmente é esse presente silencioso de Deus, que ilumina nossas noites e nossas memórias…
Também carrego lembranças à luz dela como se cada fase guardasse uma parte da nossa história.
E é tão bonito quando a gente partilha esse olhar que vê poesia até no céu.
Obrigada pelo carinho, pela presença e por essa ternura que deixas em cada palavra.
Um abraço com afeto e luar,
🙏🏻
um belo monumento aos poetas.
ResponderExcluirO poeta, assim como o ator e o escritor, são seres que veem o que a maioria não percebe. eles analisam a realidade por outros prismas. Não é só emoção, sofrimento, ludicidade. Às vezes é protesto, é corte, é guerra, é embate. Porque muitas vezes não basta se perder só vendo a lua, é preciso olhar o que se passa aqui na terra.
abraços, poetisa!!!
Eduardo, que comentário potente desses que ecoam fundo e ficam. Sim, o poeta também é quem desce da lua quando é preciso.
ExcluirÉ quem denuncia com beleza, quem aponta feridas com palavras nuas, quem enfrenta o mundo com a delicadeza afiada do verso.
Há poesia até no embate quando a palavra se ergue como ponte ou resistência.
Agradeço tua leitura generosa, que compreende o poeta como mais do que sensível: como necessário.
Abraço grande, com respeito e poesia,
😘🙏🏻
Nossa!!! Maravilha, querida Fernanda,
ResponderExcluirquanta sensibilidade entrelaçada com beleza! É a pura verdade, a lua é a mãe dos poetas!
Aplaudindo daqui esse belo poema!
Beijo, querida! 🌹🙏
Taís querida, teu aplauso chegou como luz mansa dessas que a lua mesma envia quando quer nos afagar a alma. Que bom saber que as palavras tocaram teu coração assim, entre beleza e verdade.
ExcluirSim, a lua… essa mãe antiga que nos embala em silêncio e desperta versos adormecidos. Obrigada por estar, por sentir e por partilhar tanta doçura.
Um beijo com afeto e luar,
😘🙏🏻
Querida Fernanda,
ResponderExcluirPoeta, não é somente o que escreve.
É aquele que sente a poesia, se extasia sensível ao achado de uma rima à autenticidade de um verso.
O Poeta navega nas palavras,
naufraga em silêncio
nas células intocáveis dos seus versos.
E se o Poema se acende de desejos
o Poeta morde os seus próprios beijos!
Abraços e carinho.
Querido Albino, que maravilha ler-te assim com essa alma que respira poesia até no silêncio das entrelinhas. Tua definição de poeta me arrebatou: essa imagem do naufrágio íntimo, das células intocáveis dos versos… ah, é de uma beleza rara.
ExcluirE esse final o Poeta morde os seus próprios beijos!” Uau! 😦 é pura intensidade, puro incêndio contido.
Obrigada por esse presente em forma de comentário.
Seguimos navegando juntos nesse mar de palavras, onde cada verso é porto e travessia.
Com carinho e admiração,
😘🙏🏻
Oi, minha amiga Nanda, tão bom saber que você percebeu que estive ausente. Fui logo medir minha pressão arterial, rsrsrs, quando li sua mensagem. Emoções fortes na minha idade, como o viver, é perigoso. Enchi minha mesa de trabalho (ainda trabalho, rsrsrs) agora preciso dar conta.
ResponderExcluirVocê falou tanto da lua mostrando o quanto ela é inspiradora, o quanto ela cativa os poeta, o quanto ela... que fui buscar uma marchinha de carnaval do tempo da minha mãe, ela tinha uma voz bonita, era afinada, e cantava enquanto “ralava” na cozinha e na casa. A gravação é de Ângela Maria, mas todos cantavam nos antigos bailes nos salões dos clubes sociais em pleno carnaval:
Todos eles estão errados
A lua é dos namorados
Todos eles estão errados
A lua é dos namorados
Lua, oh lua
Querem te passar pra trás
Lua, oh lua
Querem te roubar a paz
Lua que no céu flutua
Lua que nos dá luar
Lua, oh lua
Não deixa ninguém te pisar
Armando Cavalcanti / Brasinha / Klécius Caldas.
A leveza e simplicidade dos seus poemas nos cativa. Poeta de mãos cheias e linguagem acolhedora!
Abraços, Nanda!
Eros querido, que alegria imensa receber tua presença de volta!
ExcluirSabia que você faz falta como fazem as boas canções: a gente sente, mesmo quando não percebe logo. E olha… essa marchinha me arrancou um sorriso largo 😃e uma emoção quieta. Que delícia imaginar tua mãe cantando, enquanto a vida acontecia em volta como quem cozinha com afeto e poesia ao mesmo tempo.
“Todos eles estão errados… a lua é dos namorados.”
Ah, que verdade linda! A lua é mesmo de quem ama, de quem espera, de quem sente por isso é tão nossa, dos poetas também.
Obrigada por trazer esse pedaço de lembrança bordada em música. E que bom saber que, mesmo com a mesa cheia de trabalho, você ainda encontra espaço para a poesia. Isso também é um jeito de amar a vida.
Abraço grande e cheio de luar,
😘🙏🏻