Mãe, podemos conversar?
Sim, meu amor!
Mãe, eu poderia parecer com você, não é? Digo… você é toda beleza, e eu queria ser assim.
Sorri. Fiquei um pouco sem saber o que responder, porque essa palavra beleza tem tantos significados.
Filha, eu não sei exatamente o que é esse “toda beleza” que você quer dizer, mas você tem meus gestos também.
Ela me olhou com aqueles olhos que sempre parecem procurar algo mais.
Lá na escola, quando você me deixa, todos ficam admirando tudo em você. E eu fico muito feliz, porque a minha mãe se destaca diante dos professores e das minhas colegas de classe...
Suspirei, sentindo um misto de ternura e surpresa.
Meu amor, sabe quando a mamãe desce do carro pra te deixar lá dentro? O meu coração pede isso. Quero ficar com você mais um pouquinho… é porque te amo tanto, que todos os segundos com você, meu anjinho, são especiais.
Voltei pra casa pensativa.
Fiquei lembrando das palavras da Clarinha, tão pequenas e tão grandes ao mesmo tempo.
Talvez a beleza que ela vê em mim não esteja no espelho, mas no amor que a acompanha todos os dias no abraço antes da escola, no beijo apressado, no cuidado silencioso.
E percebi que, sem perceber, ela já é muito parecida comigo.
Não pelo rosto, mas pelo coração.
Mais tarde, quando a casa finalmente silenciou e o barulho do dia se dissolveu no escuro, fui até o quarto da Clarinha. Ela dormia profundamente, abraçada ao ursinho que já perdeu uma orelha, mas continua sendo seu melhor amigo depois de mim. Fiquei parada ali por alguns instantes, só observando. Há algo de sagrado nesse momento em que uma mãe contempla o sono da filha é como se o tempo parasse e o amor respirasse em silêncio.
Toquei de leve os cabelos dela e me lembrei da conversa da manhã.
“Toda beleza”… repeti baixinho.
E sorri, porque entendi.
O que ela via em mim não era vaidade, era afeto. Era o brilho de quem se esforça para estar presente, mesmo cansada. Era o perfume do cuidado, o gesto simples de quem ama com inteireza.
A beleza que Clarinha enxerga não mora na aparência mora na forma como o amor se manifesta.
E é curioso… porque nós, mães, passamos tanto tempo tentando ensinar os filhos, e são eles que acabam nos revelando o que realmente importa.
Beijei sua testa e sussurrei:
“Se um dia quiser parecer comigo, que seja nesse amor, filha. Nesse amor que não tem medida, nem fim.” Apaguei a luz e saí devagar, sentindo uma paz mansa me acompanhar até o quarto.
E lá dentro de mim, algo me disse que Deus também deve nos olhar dormindo com o mesmo tipo de amor: calado, inteiro, eterno.
Fernanda
Pero qué bonito lo que te dice tu pequeña niña, ¿sabes? ella te ve con los ojos del corazón. Así te ve. Con amor. Y siempre serás la más guapa de todas las madres, la madre ejemplar y única. Y eso es lo más bonito de la vida. Cuando los hijos nos admiran y nos encuentran tan bellas porque nos adoran con el corazón.
ResponderExcluirMe ha encantado esta entrada, querida Fernanda, tan tierna, y adorable como tu hija, que es como tú.
Un placer disfrutar de tus entradas. Que tengas una feliz semana.
Besos enormes.
Nanda, querida amiga... me emocionou muito o teu texto!... A Clarinha é um Anjo do Céu!... E tu és uma mamãe amorosa com o coração transbordante de ternura.
ResponderExcluirO amor da Clarinha por ti, é um sentimento natural e ao mesmo tempo imenso. Não precisa de grandes palavras nem de gestos complicados. Vive nas pequenas coisas: num abraço apertado ao acordar, num desenho cheio de cor, feito para ti, ou num "te amo mamãe" dito sem motivo.
Para a Clarinha, Tu és o primeito lar- aquele lugar onde tudo é seguro e o mundo faz sentido. És quem transforma lágrimas em risos, medos em coragem e noites escuras em noites de luz e conforto. O amor que a Clarinha sente por ti é instintivo, inocente, puro e verdadeiro; não pede nada em troca, apenas a tua presença e o carinho que conhece desde o primeiro instante de vida.
Nos teus olhos, a Clarinha encontra o reflexo dessa ternura. E, no seu coração, tu ocupas o espaço mais bonito - aquele onde mora o amor, a ternura, a confiança, o cuidado, a gratidão...
O amor da Clarinha por ti é, a forma mais pura de amor: não conhece condições, não entende de tempo, e permanece mesmo na pureza das palavras simples que tudo dizem!...
E tu... és uma mamãe linda sim!...
Um carinhoso abraço para ti minha amiga!
Clarinha ,bem orgulhosa da beleza da mamãe Nanda e vê em ti a beleza que nela existe também! beijos praianos às duas lindas por dentro e fora! chica
ResponderExcluirBoa tardinha de paz, querida amiga Fernanda!
ResponderExcluirTudo beleza por aqui, mas o final... ah! que final deslumbrante!
"O amor calado, inteiro, eterno."
São bem poucos os que amam assim...
De tão profundo, chega cala até as entranhas... medula, coração, membros...
total, tudo entra no rol do amor, nada fica de fora.
Eterno, no mundo efêmero, só mesmo o amor de mãe.
A fila anda de forma estupida e irracional.
Querida, bom saber que mais dois seres vão caminhando no caminho da beleza rara...
Deixo dois beijinhos na tarde abençoada.
Beijinhos fraternos
Ah, a Nanda voltou, e em grande estilo!
ResponderExcluirQue texto maravilhoso, queridona, amor é isso, o resto é o resto. Sentimento por inteiro!
Olha, querida, sempre leio por aqui, nesse 'Recanto do Amor', coisas maravilhosas, ah, se a humanidade sentisse isso, falasse mais de amor, agisse com mais amor em muitos momentos!
Bem-vinda, Nandinha, fez falta, viu?
Beijinhos, uma feliz semana!
E um beijinho na Clarinha, que continue falando assim da mãezinha dela...
❤️💜💚💛
Querida Fernanda, o amor filial é um amor que nos gratifica e nos dá forças para viver. É lindo o amor da Clarinha. Um amor perfeito, incondicional, puro e verdadeiro. Um amor aconchegante que entrelaça duas almas na caminhada da vida.
ResponderExcluirBjs às duas.
Marli
Fernanda querida, começo pela tua reflexão, porque alguém, lá muito atrás no tempo, tinha eu 15 anos, ensinou-me muito através de uma curtinha frase; disse-nos o sacerdote, no Colégio de freira onde estudei..." para se ser santo, não é preciso fazer milagres, mas, sim, cumprir o nosso dever " e nesse " cumprir o nosso dever " está tudo o que é necessário para levarmos uma vida santa. Neste conversa linda com a Clarinha, mostras que cumpriste o teu dever maior, como mãe. Transmitir aos filhos a importância do amor é a nossa principal função, mas, para isso é preciso que o tenhamos em nós e que eles vejam, pelo exemplo que damos, que somos boas pessoas, fraternas, humanas e que respeitamos todos os seres viventes da natureza, humanos e não só. Como é lindo ouvir de um filho essa declaração de amor, Fernanda... O que mais os filhos esperam de nós é isso mesmo, ternura, atenção, confiança, aconchego no nosso abraço, no beijinho de boa noite, na historinha que lhes lemos antes de dormir; pequenas coisas que lhes dão a segurança de que precisam para seguirem em frente, sem medos. Eu não tive " luxos " na minha infância, mas tive muito amor, muita atenção e preocupação com o meu bem-estar o que fez de mim uma criança feliz; hoje lembro, com muita saudade os miminhos dos meus pais e nunca senti falta daqueles bens materiais que abundavam noutras famílias mais abastadas. O teu depoimento emocionou-me, querida Fernanda e fico feliz por reconhecer que consegui passar para os meus filhos estes valores fundamentais, passados antes, para mim, pelos meus pais. Muito, muito obrigada pela partilha desta conversinha entre mãe e filha que nos tem de levar a reflectir na importância do amor na vida dos nossos filhos, esse amor que fará toda a diferença nas suas vidas. Quando fores ao Começar de novo verás um caso em que o essencial faltou na educação de um filho, apesar daquela mãe ter , com certeza, pensado que estava a fazer o seu melhor. Mil beijinhos, Fernanda para ti e para a Clarinha, essa filha que aprendeu a amar graças ao amor de sua mãe. O amor faz sempre grandes milagres.
ResponderExcluirEmília 🌻 🌻 🌻
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